ATA DA QÜINQUAGÉSIMA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA
PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM
23-6-2005.
Aos vinte e três dias do mês de junho de dois mil e
cinco, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, sendo
respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni,
Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Clênia Maranhão,
Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Margarete Moraes,
Maria Celeste, Neuza Canabarro, Paulo Odone e Raul Carrion. Ainda, durante a Sessão,
compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo Filho,
Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, João Carlos
Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Maristela
Maffei, Maristela Meneghetti, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Professor Garcia, Sebastião
Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Constatada a existência de quórum, o Senhor
Presidente declarou abertos os trabalhos. À MESA, foram encaminhados: pelo
Vereador Aldacir Oliboni, o Pedido de Informações nº 148/05 (Processo nº
4011/05); pelo Vereador Bernardino Vendruscolo, o Projeto de Lei Complementar
do Legislativo nº 027/05 (Processo nº 4000/05); pelo Vereador Carlos
Comassetto, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 026/05 (Processo nº
3684/05); pelo Vereador Haroldo de Souza, os Pedidos de Providências nos
1333, 1335, 1338, 1346, 1347, 1348, 1349, 1350, 1351, 1352, 1353, 1354, 1355,
1356, 1357, 1358, 1359, 1360, 1361, 1362, 1363, 1364, 1365, 1366, 1367, 1368,
1369, 1370, 1371, 1372, 1373, 1374, 1375, 1376, 1377, 1378, 1379, 1380, 1381,
1382, 1383, 1384, 1393, 1394, 1395, 1396, 1400, 1401, 1403 e 1404/05 (Processos
nos 3746, 3748, 3751, 3759, 3760, 3761, 3762, 3763, 3765, 3766,
3767, 3768, 3769, 3770, 3771, 3772, 3774, 3775, 3776, 3777, 3779, 3780, 3781,
3782, 3783, 3784, 3785, 3786, 3787, 3788, 3789, 3790, 3791, 3792, 3793, 3794,
3795, 3796, 3797, 3798, 3799, 3800, 3819, 3820, 3821, 3822, 3826, 3827, 3829 e
3830/05, respectivamente); pelo Vereador Ibsen Pinheiro, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 188/05 (Processo nº 4038/05); pelo Vereador João Carlos Nedel,
os Pedidos de Providências nos 1554 e 1555/05 (Processos nos
4027 e 4028/05, respectivamente); pela Vereadora Manuela d’Ávila, os Projetos
de Lei do Legislativo nos 184 e 185/05 (Processos nos
3811 e 3817/05, respectivamente); pela Vereadora Maria Celeste, os Pedidos de
Providências nos 1326, 1559, 1560, 1563, 1579 e 1593/05 (Processos nos
3728, 4048, 4049, 4056, 4095 e 4116/05, respectivamente) e o Projeto de Lei do
Legislativo nº 187/05 (Processo nº 3856/05); pelo Vereador Maurício Dziedricki,
os Pedidos de Providências nos 1282 e 1315/05 (Processos nos
3607 e 3692/05, respectivamente) e o Projeto de Lei do Legislativo nº 178/05
(Processo nº 3556/05); pela Vereadora Mônica Leal, o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 028/05 (Processo nº 4031/05); pela Vereadora
Neuza Canabarro, os Pedidos de Providências nos 1556 e 1557/05
(Processos nos 4032 e 4045/05, respectivamente), a Indicação nº
051/05 (Processo nº 4044/05) e o Projeto de Lei do Legislativo nº 183/05
(Processo nº 3740/05); pela Vereadora Sofia Cavedon, o Pedido de Informações nº
150/05 (Processo nº 4054/05). Também, foi apregoado Requerimento de autoria do
Vereador Nereu D’Avila, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando o
desarquivamento do Projeto de Lei do Legislativo nº 030/02 (Processo nº
806/02). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 10236576, 10236660,
10236744, 10238130, 10239850, 10241765, 10241972, 10242020, 10242085 e
10242429/05, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Em GRANDE
EXPEDIENTE, o Vereador Paulo Odone analisou o Projeto de Lei do Executivo nº
009/05, que dispõe sobre o Plano Plurianual para o próximo quadriênio,
afirmando que esse Projeto foi elaborado a partir da identificação dos
problemas da Cidade e da definição de estratégias que garantam melhorias aos
porto-alegrenses. Nesse sentido, ressaltou a importância da atuação dos Vereadores
no processo de votação e fiscalização das propostas orçamentárias do Governo
Municipal. O Vereador Adeli Sell registrou ter participado, ontem, de reunião
com a Secretaria Municipal da Educação, para debater a possibilidade de implantação
de hortas educativas no Município. Ainda, elogiou o trabalho realizado pela
Polícia Federal no combate à sonegação, citando a prisão de sócios da empresa
de bebidas Schincariol, ocorrida na semana passada, e cumprimentou a Brigada Militar
do Estado pelas atividades empreendidas na repressão à criminalidade e à violência
em Porto Alegre. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Maria Celeste lembrou que o
Estatuto da Criança e do Adolescente completará quinze anos no dia treze de
julho do corrente, asseverando que essa legislação ajudou a instaurar um novo
paradigma no tratamento de questões atinentes à infância e à juventude. Quanto
ao assunto, frisou a importância da implantação de políticas públicas que
realmente garantam condições adequadas de crescimento e viabilizem formação
pessoal e profissional aos jovens brasileiros. O Vereador Dr. Goulart enalteceu
a trajetória de Leonel Brizola, frisando que esse político sempre considerou o
setor educacional como prioritário para o País. Também, informou que os membros
do Movimento Pó de Giz que concorrerão às eleições do Centro dos Professores do
Estado do Rio Grande o Sul – Sindicato dos Trabalhadores em Educação –
CPERS/Sindicato, no dia vinte e oito de junho do corrente, não representam a
participação do Partido Democrático Trabalhista no pleito. A seguir, foi
apregoado Requerimento de autoria do Vereador José Ismael Heinen, solicitando
Licença para Tratamento de Saúde de hoje ao dia vinte e seis de junho do
corrente, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente
Dr. Pinto, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Urbanização,
Transportes e Habitação. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Ibsen Pinheiro abordou o
Projeto de Lei do Legislativo nº 188/05, de sua autoria, que propõe consulta à
população para o cercamento de logradouros públicos, mediante plebiscito, a ser
realizado concomitantemente com as eleições de dois mil e seis para os Governos
Estadual e Federal. Finalizando, mencionou legislação a respeito do assunto, aprovada
no ano passado por esta Casa, de autoria do Vereador Professor Garcia,
alterando o Código de Posturas do Município. O Vereador Dr. Pinto aludiu à
criação da Secretaria Municipal de Acessibilidade e Inclusão Social,
salientando que esse órgão será responsável pela coordenação de políticas
voltadas aos portadores de deficiência física, neuro-sensorial e mental. Ainda,
informou que protocolará projetos propondo a emissão em código braile de contas
públicas municipais, a reserva de vagas em programas habitacionais a portadores
de necessidades especiais e a instituição do Campeonato Paraolímpico de Porto
Alegre. O Vereador Ervino Besson elogiou proposta do Governo do Estado do Rio
Grande do Sul e da Companhia Estadual de Energia Elétrica de fornecer desconto
de cinqüenta por cento nos valores das tarifas de energia cobradas dos
produtores rurais gaúchos. Também, referiu-se a atos de violência ocorridos
ontem durante o jogo de futebol entre o São Paulo Futebol Clube e o Club
Atletico River Plate, condenando a atitude de torcedores que participaram
desses atos. O Vereador Raul Carrion externou seu apoio à Chapa Dois para as
eleições do CPERS/Sindicato e reportou-se à audiência com o Governador do
Estado para tratar do Quilombo da família Silva. Ainda, referiu-se ao “8º
Congresso Estadual dos Trabalhadores na Alimentação do Rio Grande do Sul”, em
Pinhal, e citou Requerimento de sua autoria, para representar esta Casa em
Brasília. Finalizando, noticiou o lançamento da revista Ciências e Letras, das
Faculdades Porto-Alegrenses – FAPA. Em PAUTA ESPECIAL, Discussão Preliminar,
esteve, em 6ª Sessão, o Projeto de Lei do Executivo nº 009/05, discutido pelos
Vereadores Carlos Todeschini, João Antonio Dib, Bernardino Vendruscolo, Carlos
Comassetto, Maria Celeste e Maristela Maffei. Após, foram apregoadas as
seguintes Emendas ao Projeto de Lei do Executivo nº 009/05 (Processo nº
3525/05): de Iniciativa Popular, de nos 07, 08, 09, 10 11, 12 13 14
15 16 17 18 19 e 20, de autoria da Casa de Nazaré Centro de Apoio ao Menor,
Instituto São Benedito e Associação de Apoio ao Fórum Municipal dos Direitos da
Criança e do Adolescente; de nos 26, 27 e 28, de autoria do
Movimento de Consciência Negra Palmares, União de Negros Pela Igualdade,
Instituto de Assessoria às Comunidades Remanescentes de Quilombo e Maria Mulher
– Organização de Mulheres Negras; de nos 29, 30, 31, 32, 33, 34, 35,
36, 37, 38, 39, 40, 41, 42, 43, 44, 45, 46, 47, 50, 52, 53, 54, 55, 56, 57, 58
e 59, de autoria da Associação Murialdinas de São José, Casa de Nazaré Centro
de Apoio ao Menor, Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul –
Sindicato dos Trabalhadores em Educação – CPERS/Sindicato – e Sindicato dos
Músicos Profissionais do Estado do Rio Grande do Sul; de nos 48, 49
e 51, de autoria da Associação Murialdinas de São José, CPERS/Sindicato, Centro
Comunitário da Vila Orfanotrófio I e Sindicato dos Músicos Profissionais do Estado
do Rio Grande do Sul; de no 63, de autoria do CPERS/Sindicato,
Associação Gaúcha de Dança – ASGADAN –, Associação do Centro Cultural CIA de
Arte e Fundação Cinema RS – FUNDACINE –; de nos 64, 65, 66, 67 e 68,
de autoria do CPERS/Sindicato, Associação Gaúcha de Dança e Associação do
Centro Cultural CIA de Arte; de no 70, de autoria da Comunicação
Saúde e Sexualidade – SOMOS –, Núcleos de Estudos da Prostituição – NEP – e
Maria Mulher – Grupo de Mulheres Negras; de nº 71, de autoria da Associação
Evangélica Luterana de Caridade, Centro Municipal de Educação dos Trabalhadores
– CMET/Paulo Freire – e Instituto Cultural São Francisco de Assis; de nos
72, 73, 74, 75, 76, 77 e 78, de autoria da Associação do Condomínio Hípica do
Cristal, Centro Comunitário Educacional e Associação Condomínio São Martinho; e
de nº 88, de autoria do Sindicato dos Servidores da Câmara Municipal de Porto
Alegre – SINDICÂMARA –, Associação dos Servidores de Câmaras Municipais do Rio
Grande do Sul – ASCAM/RS – e Associação Beneficente dos Funcionários da Câmara
Municipal de Porto Alegre – ABECAPA. Também, foram apregoadas as Emendas, de
autoria do Vereador Sebastião Melo, de nos 21, 22, 23, 24, 25 e 79,
de no 60, de autoria da Vereadora Margarete Moraes, de nos
61, 62, 80, 81, 82, 84, 85 e 87, de autoria do Vereador Raul Carrion, de nos
83 e 86, de autoria da Vereadora Manuela d'Ávila e do Vereador Raul Carrion, de
no 69, de autoria do Vereador Claudio Sebenelo, ao Projeto de Lei do
Executivo nº 009/05. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Haroldo de Souza
defendeu a apuração de denúncias de envolvimento de integrantes do Partido dos
Trabalhadores em derrubada ilegal de árvores no Estado de Mato Grosso, lendo
reportagem publicada na revista Veja, no dia quinze de junho do corrente, a
qual menciona a participação, nesse desmatamento, de políticos do PT. Ainda,
sustentou que esse Partido estaria engendrando manobras políticas para causar
confusão nas investigações sobre irregularidades no Governo. Na ocasião, foi
apregoado o Ofício nº 168/05, de autoria do Senhor João Portella, do Gabinete
de Programação Orçamentária do Município de Porto Alegre, encaminhando planilha
com códigos dos Programas e Ações constantes no Projeto de Lei do Executivo nº
009/05. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Antonio Dib discutiu a
tramitação do Projeto de Lei do Executivo nº 016/99, que autoriza a permuta de
próprio municipal por área localizado na Avenida Protásio Alves, com a
finalidade de execução de obras do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano
Ambiental. Nesse sentido, justificou o porquê, há cinco anos foi contrário e
agora é favorável à aprovação do referido Processo. Na oportunidade, o Vereador
Carlos Comassetto formulou Requerimento, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando
que a Portaria Federal nº 042/99, que dispõe sobro o Plano Plurianual, seja
anexada aos autos do Projeto de Lei do Executivo nº 009/05. Em PAUTA, Discussão
Preliminar, estiveram: em 2ª Sessão, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 043/05, discutido pelos Vereadores Bernardino Vendruscolo,
Carlos Comassetto, Carlos Todeschini e Sofia Cavedon, os Projetos de Lei do
Legislativo nos 181 e 101/05, este discutido pelo Vereador Carlos
Todeschini, os Projetos de Resolução nos 107 e 114/05; em 3ª Sessão,
o Projeto de Lei do Legislativo nº 163/01, discutido pelo Vereador Adeli Sell,
o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 039/05, discutido pelo
Vereador Carlos Comassetto, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº
021/05, os Projetos de Resolução nos 108 e 109/05. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, o Vereador Claudio Sebenelo, discorrendo sobre a situação política
brasileira atual, refutou notícias de que haveria um movimento subliminar,
engendrado por Partidos que se opõem ao Governo do Senhor Luiz Inácio Lula da
Silva na Presidência da República, de desestabilização das instituições
democráticas, por meio de um “golpismo”. Nesse contexto, afirmou que as
soluções aos problemas do País estão em cada um de nós e na melhoria dos
Parlamentos. Na oportunidade, o Vereador João Antonio Dib informou que a
Vereadora Maristela Meneghetti foi designada pela Comissão de Economia,
Finanças, Orçamento e do MERCOSUL como relatora do Projeto de Lei do Executivo
nº 009/05. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Sofia Cavedon manifestou-se favoravelmente
à apuração de denúncias de corrupção no Governo Federal, comentando artigo publicado
na revista Carta Capital, de autoria do senhor Luiz Gonzaga Belluzzo, intitulado
“O tratado das trapalhadas morais”, a respeito da corrupção nos Partidos Políticos.
Sobre a matéria, defendeu que as conduta política do Partido dos Trabalhadores
está comprometida com os interesses do País. Na oportunidade, o Senhor Presidente
registrou a presença do Senhor Werner Becker, ex-Vereador deste Legislativo. Em
continuidade, o Vereador João Antonio Dib formulou Requerimento verbal, deferido
pelo Senhor Presidente, solicitando que o Ofício nº 168/05, do Senhor Prefeito
Municipal de Porto Alegre, seja anexado ao Projeto de Lei do Executivo nº
009/05 (Processo nº 3525/05). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Márcio Bins
Ely discorreu acerca da influência de Leonel de Moura Brizola na história
política brasileira, ressaltando a importância da participação desse político
para o crescimento do trabalhismo no País. Em relação ao assunto, enalteceu a
postura transparente, correta e honesta de Leonel Brizola na condução de sua
vida política, elogiando os esforços de Sua Senhoria para o desenvolvimento da educação
no Rio Grande do Sul e no Brasil. Na ocasião, o Vereador Carlos Todeschini
formulou Requerimento verbal, solicitando a retirada de termos constantes no
pronunciamento do Vereador Márcio Bins Ely, durante o período de Comunicação de
Líder. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Professor Garcia pronunciou-se sobre
reunião realizada no dia vinte de junho do corrente, nesta Casa, promovida pelo
Gabinete de Sua Excelência, a respeito da coleta seletiva do lixo em Porto
Alegre e da situação dos carroceiros. Sobre o assunto, questionou os motivos
pelos quais diminuiu de trinta para doze caminhões de coleta de lixo reciclável
na Cidade e porque cerca de mil catadores estão hoje sem trabalho nas Usinas de
reciclagem. O Vereador Paulo Odone discutiu a crise política por que passam o
Governo Federal e o Congresso Nacional e alegou que as denúncias de corrupção
prejudicam a imagem de todos os parlamentares brasileiros, corroborando a idéia
de realização de um seminário para discussão do tema. Nesse sentido, rechaçou o
enfoque dado à questão pelo Governo Federal, reiterando que a pressão contra a
instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito fere os princípios da
democracia. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM
DO DIA e aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Mario Fraga,
solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do
Dia, por dezenove votos SIM e sete votos NÃO, após ser encaminhado à votação
pela Vereadora Sofia Cavedon, em votação nominal solicitada por esta Vereadora,
tendo votado Sim os Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Bernardino
Vendruscolo, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Dr. Pinto, Elias Vidal, Ervino
Besson, Ibsen Pinheiro, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Maristela
Meneghetti, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Paulo Odone, Sebastião
Melo e Valdir Caetano e Não os Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto,
Carlos Todeschini, Haroldo de Souza, Margarete Moraes, Maria Celeste e Sofia
Cavedon. Na ocasião, foi apregoada a Emenda nº 01, de autoria dos Líderes das
Bancadas deste Legislativo, ao Projeto de Resolução nº 108/05 (Processo nº
3610/05). Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Executivo nº
008/05, o qual, após ser discutido pela Vereadora Sofia Cavedon, teve sua discussão
adiada por uma Sessão, a Requerimento, aprovado, de autoria do Vereador Mario
Fraga. Em Discussão Geral, 3ª Sessão, esteve o Projeto de Resolução nº 077/05,
que foi discutido pelos Vereadores Carlos Comassetto, João Antonio Dib, Carlos
Todeschini, Margarete Moraes, Sofia Cavedon, Professor Garcia e Bernardino
Vendruscolo. Na ocasião, o Vereador Carlos Comassetto manifestou-se acerca da
condução dos trabalhos da presente Sessão, tendo o Senhor Presidente prestado
esclarecimentos sobre o assunto. Também, a Vereadora Sofia Cavedon
manifestou-se acerca da apreciação dos Requerimentos que solicitam o adiamento
da discussão do Projeto de Resolução nº 077/05, tendo o Senhor Presidente
informado que iria submeter esses Requerimentos à votação. Em prosseguimento,
foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Sebastião Melo, deferido pelo
Senhor Presidente, solicitando a retirada de tramitação das Emendas nos
21, 22, 23, 24, 25 e 79 apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº
009/05 (Processo nº 3525/05). A seguir, foi rejeitado Requerimento de autoria
da Vereadora Sofia Cavedon, solicitando o adiamento, por cinco Sessões, da
discussão do Projeto de Resolução nº 077/05, por seis votos SIM, vinte votos
NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhado à votação pelas Vereadoras Maria
Celeste e Sofia Cavedon e pelo Vereador Professor Garcia, em votação nominal
solicitada pela Vereadora Sofia Cavedon, tendo votado Sim os Vereadores Aldacir
Oliboni, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Margarete Moraes, Maria Celeste
e Professor Garcia, Não os Vereadores Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo,
Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Dr. Pinto, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo
de Souza, Ibsen Pinheiro, João Carlos Nedel, Márcio Bins Ely, Mario Fraga,
Maristela Meneghetti, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Paulo Odone,
Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano e optado pela Abstenção o Vereador
João Antonio Dib. Em continuidade, foi rejeitado Requerimento de autoria da
Vereadora Sofia Cavedon, solicitando o adiamento, por quatro Sessões, da discussão
do Projeto de Resolução nº 077/05, por sete votos SIM, vinte votos NÃO e uma
ABSTENÇÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Aldacir Oliboni,
Sofia Cavedon e Professor Garcia, em votação nominal solicitada pelo Vereador Elói
Guimarães, tendo votado Sim os Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto,
Carlos Todeschini, Margarete Moraes, Maria Celeste, Professor Garcia e Sofia
Cavedon, Não os Vereadores Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Claudio Sebenelo,
Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Dr. Pinto, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de
Souza, Ibsen Pinheiro, João Carlos Nedel, Márcio Bins Ely, Mario Fraga,
Maristela Meneghetti, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Paulo Odone,
Sebastião Melo e Valdir Caetano e optado pela Abstenção o Vereador João Antonio
Dib. Na oportunidade, foi aprovada a prorrogação dos trabalhos da presente
Sessão, por dezenove votos SIM, seis votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, em votação nominal
solicitada pelo Vereador Elói Guimarães, tendo votado Sim os Vereadores Alceu
Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Dr. Pinto,
Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Carlos
Nedel, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Maristela Meneghetti, Mônica Leal, Nereu
D'Avila, Neuza Canabarro, Paulo Odone, Sebastião Melo e Valdir Caetano, Não os
Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Todeschini, Margarete Moraes, Maria Celeste,
Professor Garcia e Sofia Cavedon e optado pela Abstenção o Vereador João
Antonio Dib. Na ocasião, o Vereador Ibsen Pinheiro formulou Requerimento
verbal, indeferido pelo Senhor Presidente, solicitando a declaração de
prejudicialidade do Requerimento de autoria da Vereadora Sofia Cavedon, o qual
solicitava o adiamento da discussão, por quatro Sessões, do Projeto de
Resolução nº 077/05, tendo se manifestado sobre o assunto os Vereadores
Professor Garcia e Ibsen Pinheiro. Ainda, o Vereador Ibsen Pinheiro apresentou,
verbalmente, o Recurso previsto no artigo 99 do Regimento, contra decisão
tomada pelo Senhor Presidente, a qual indeferiu o Requerimento anteriormente
formulado por Sua Excelência, tendo o Senhor Presidente determinado que o referido
Recurso fosse formalizado por escrito, o que foi feito, em seguida, pelo
Vereador Ibsen Pinheiro, e tendo os Vereadores Professor Garcia, Ibsen Pinheiro
e Sofia Cavedon formulado Questões de Ordem e manifestações sobre o assunto.
Também, o Vereador Ibsen Pinheiro formulou Requerimento, indeferido pelo Senhor
Presidente, solicitando que o Recurso de sua autoria, anteriormente citado, fosse
dispensado da ouvida da Comissão de Constituição e Justiça, tendo-se manifestado
e formulado Questões de Ordem sobre o assunto os Vereadores Paulo Odone, João
Antonio Dib e Professor Garcia. Em continuidade, o Vereador Ibsen Pinheiro
formulou Requerimento verbal, solicitando a retirada de tramitação do Recurso anteriormente
formulado por Sua Excelência, tendo se manifestado e formulado Questões de Ordem
sobre o assunto os Vereadores Professor Garcia, Claudio Sebenelo e Bernardino
Vendruscolo. Em prosseguimento, foi rejeitado Requerimento de autoria da
Vereadora Maristela Maffei, solicitando o adiamento, por três Sessões, da discussão
do Projeto de Resolução nº 077/05, por sete votos SIM, dezenove votos NÃO e uma
ABSTENÇÃO, após ser encaminhado à votação pela Vereadora Margarete Moraes e
pelo Vereador Professor Garcia, em votação nominal solicitada pelo Vereador
Elói Guimarães, tendo votado Sim os Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto,
Carlos Todeschini, Margarete Moraes, Maria Celeste, Professor Garcia e Sofia
Cavedon, Não os Vereadores Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Claudio Sebenelo,
Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Dr. Pinto, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de
Souza, João Carlos Nedel, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Maristela Meneghetti,
Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Paulo Odone, Sebastião Melo e
Valdir Caetano e optado pela Abstenção o Vereador João Antonio Dib. A seguir, foi
aprovado Requerimento de autoria do Vereador Mario Fraga, solicitando que o Projeto
de Resolução nº 077/05 não tenha sua discussão adiada, por dezoito votos SIM,
nove votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores
Carlos Comassetto, Claudio Sebenelo e Professor Garcia, em votação nominal
solicitada pelo Vereador Elói Guimarães, tendo votado Sim os Vereadores Alceu
Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr.
Goulart, Dr. Pinto, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Carlos Nedel,
Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Maristela Meneghetti, Mônica Leal, Nereu D'Avila,
Neuza Canabarro, Paulo Odone e Valdir Caetano, Não os Vereadores Aldacir
Oliboni, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Ibsen Pinheiro, Margarete
Moraes, Maria Celeste, Professor Garcia, Sebastião Melo e Sofia Cavedon e optado
pela Abstenção o Vereador João Antonio Dib. Na oportunidade, a Vereadora Maria
Celeste formulou Questão de Ordem sobre a necessidade de os oradores da Tribuna
se aterem ao teor do Requerimento em questão. Também, o Vereador Ibsen Pinheiro
manifestou-se em relação à possibilidade de prejudicialidade do Requerimento de
autoria do Vereador Mario Fraga, o qual solicita que o Projeto de Resolução nº
077/05 não tenha sua discussão adiada. Após, em face de Requerimento verbal
formulado pelo Vereador João Antonio Dib, o Senhor Presidente informou o teor
do Requerimento de autoria do Vereador Mario Fraga, anteriormente aprovado.
Durante a discussão do Projeto de Resolução nº 077/05, a Vereadora Maria
Celeste e o Vereador Aldacir Oliboni cederam seus tempos de discussão, respectivamente,
aos Vereadores João Antonio Dib e Carlos Comassetto. Em continuidade, o Senhor
Presidente registrou a presença do Deputado Estadual Reginaldo Pujol. Às vinte
horas e dezesseis minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor
Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores
para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os
trabalhos foram presididos pelos Vereadores Elói Guimarães e João Carlos Nedel
e secretariados pela Vereadora Neuza Canabarro, como Secretária “ad hoc”. Do
que eu, Neuza Canabarro, Secretária “ad hoc”, determinei fosse lavrada a
presente Ata, que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos
Senhores 1º Secretário e Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Passamos ao
O Ver. Paulo Odone está com a palavra em Grande
Expediente.
O SR. PAULO
ODONE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, realmente
é o primeiro Grande Expediente em que uso a tribuna na Câmara e vou fazer uma
manifestação política, sim, bem política, vou abordar três temas aqui.
O primeiro deles eu acho que é da maior relevância para esta Casa, é sobre o PPA. Nós estamos encerrando, esta semana, a discussão do Plano Plurianual, encaminhado pelo Prefeito Fogaça a esta Casa. Eu ouvi muitas críticas, comentários, discussões sobre o Plano; percebo, felizmente, que há um interesse forte de participar da discussão e contribuir, quem sabe, para o seu aperfeiçoamento. E eu gostaria de chamar a atenção dos Srs. Vereadores que estão preocupados, inclusive com a crítica, a respeito do que significa este PPA. Ver. Todeschini, Ver. Comassetto, eu os ouvi também falando sobre o Plano.
Este PPA se diferencia de PPAs anteriores; ele está
na linha, também, do que o PPA nacional está querendo abordar, na medida em que
ele não enfoca e não prevê verbas discriminadas e objetivos discriminados,
academicamente, por setores gerenciados dentro de cada Secretaria ou dentro de
cada órgão, mas por ataque a problemas. São programas estabelecidos para
enfrentarem problemas para os quais foi eleita uma Administração. A
identificação desses problemas e a fixação de programas objetivos - de como
enfrentá-los - estabelecem uma estratégia inicial que foi tomada junto com a
discussão da participação popular para identificar os problemas prioritários e
poder traçar programas. Esse conceito, de assim estabelecer, permite que,
feitos os programas, eles visem a várias ações a serem tomadas que, por sua
vez, vão ser atividades, produtos a serem depois absolutamente elencados quando
votarmos a LDO e o Orçamento anual.
A Constituição mesma diz que nenhum investimento
pode ser iniciado se não estiver previsto no PPA. Então nós temos no PPA talvez
a peça básica mais importante para definir como estamos identificando os
problemas e como se está propondo o seu enfrentamento nesta gestão de quatro
anos. Isso não significa que esta Casa ficará congelada, por exemplo, para
alterar valores, ações, metas que estejam traçadas no PPA e que possam ser
revistas anualmente. Aliás, isso fará a LDO, isso farão as Leis Orçamentárias
anuais. O que nós estamos estabelecendo aqui é um conceito moderno de gestão,
um Plano que apresenta diretrizes estratégicas da Administração para os quatro
anos.
Basicamente, são quatro itens: manter e aprofundar
os mecanismos de participação popular: essa etapa inclusive já iniciou, já foi
concluída, em termos, para o PPA, porque ele vem para esta Casa depois de
debates junto à comunidade e junto à Governança Solidária; promover a inclusão
social: ele tem como prioridades sempre programas para promover a inclusão
social; incentivar o desenvolvimento econômico da Cidade: ele tem programas
dirigidos, de novo, a retomar esse desenvolvimento; modernizar a gestão
pública: basicamente, na modernização da gestão pública, a forma de atacar os
problemas tem fugido dessa estrutura acadêmica das Secretarias e dos órgãos,
tratam-se os problemas por programas setoriais, com gerência, com gestão dos
programas, e isso tem feito com que várias Secretarias estejam, às vezes, todas
trabalhando solidariamente em torno de um programa, com metas, com números, com
quantidades fixadas, o que permite, dentro dele, trabalhar com absoluta
transparência.
Não são mais metas vagas; eu vou dar um exemplo do
que quero dizer com isso. A União tem gasto bilhões no ataque à pobreza e
coloca isso nos seus Orçamentos, e são despendidos esses bilhões, tem sido em
média de 391 bilhões de reais com a inclusão social e com o ataque à pobreza.
No entanto, o percentual de brasileiros abaixo da linha de pobreza, considerado
pelo ONU e os organismos internacionais, não tem diminuído; tem aumentado.
Significa que o que nós estamos gastando para combater a pobreza ou está
mal-empregado ou é insuficiente; não conseguimos sequer avaliar a eficiência e
a eficácia desses programas elaborados lá em cima, não se consegue quantificar,
porque não temos nem metas para dizer qual é o objetivo.
Por exemplo, programa para tirar os meninos da rua.
Vamos gastar quanto? Duzentos mil reais. Como é que vamos gastar? De tal
maneira. Ao fim do ano poderá se saber quantos meninos foram tirados da rua e
saber medir se a meta foi alcançada, se está adequada, se o programa está
errado ou se deu certo. Não é mais algo vago: “Ah! Este Fogaça não está
conseguindo tirar os meninos de rua, o Tarso prometeu, o Olívio não tirou”,
etc. Não, vai-se quantificar: quanto nós votamos, quanto é para aquele
programa, e vamos poder saber se ele atingiu o objetivo. Se estou difundindo a
cultura e quero gastar tantos mil para atingir tanto de população, depois, vou
saber que gastei os cem mil e não atingi nem um terço daquelas pessoas, então
aí está mal! O programa é inadequado ou ineficiente e tem de ser mudado.
Esse é o espírito, é o conceito do PPA; não é mais
uma visão apenas economicista, fiscalizando apenas se está adequado ao
Orçamento, não. Identificam-se problemas, há programas que enfrentam esses
problemas, e os programas visam a centenas de ações que serão orçadas
adequadamente e que vão nos permitir fiscalizar com transparência e mensurar se
aquilo que está proposto aqui no PPA ou no Orçamento que nós votamos funcionou
ou não. E poderemos cobrar do Executivo, inclusive nós da base, a oposição,
enfim, a cidadania em geral. Isto é uma inovação. Os programas visam a atacar o
problema, são expressos num produto final, com possibilidade de quantificação
exata das metas que nós queremos alcançar, e elas, portanto, poderão ser
medidas.
Isto acompanhado pelos indicadores que nós vamos
ter. Nós teremos princípios com transparência, que é a facilidade de acompanhar
a execução, o gasto; teremos o Executivo promovendo o que votamos aqui.
Segundo, a medição de resultados. Saberemos se houve o cumprimento perfeito
daquilo que estava previsto com aqueles recursos, se houve a eficiência e a
eficácia, se houve o resultado que se queria. Poderemos concluir: “É para
diminuir no programa menino de rua? É para melhorar o atendimento na creche? É
para melhorar a questão da saúde? Vamos ver se esse dinheiro foi gasto!” Mas
está item por item, não é vago, não é simplesmente tirar meninos de rua, não; é
como, onde, com que programa, com que dinheiro, com que verba. O Plano origina
programa, e esse programa está expresso em produtos finais que são as ações que
devem atacar isso, e os projetos que nós vamos ter dentro da LDO e da Lei
Orçamentária.
Então, eu vou pedir que a Câmara, quando nós formos
votar as Emendas na CEFOR e depois no Plenário, tenha essa visão, pois isto
aqui está nos dando a ferramenta para acompanharmos o trabalho do Executivo com
absoluta transparência, porque lá está confessado quanto se quer gastar em qual
ação, que é uma das trezentas e tantas daqueles vinte e poucos programas
prioritários que estão no PPA. Essa é a lógica, esse é o processo
administrativo de gestão modernizada que saiu fora da linha difusa, vaga -
“tantos milhões contra a pobreza, tantos com a Saúde, tanto para a inclusão
social” -, e passa a trabalhar com programas específicos, com metas mensuráveis
por nós, criticáveis por nós, metas absolutamente passíveis de serem
valorizadas positivamente ou negativamente.
Então, o trabalho de votarmos agora vai ser em cima
de identificar se está adequado ou não. E quando alguém levanta e diz: “Olha,
diminuiu a democratização da cultura ou não”, vamos debater ali dentro o que
está realmente vocacionado, há até tempo para corrigir, é o momento que a
Câmara tem para corrigir, de o próprio Executivo corrigir, se for o caso, e
provavelmente haverá, é a nossa oportunidade de fazer isso.
Eu quero concluir dizendo que, feito esse trabalho,
espero que a gente possa levá-lo com esse espírito alto. Nós não estamos
discutindo discurso político de uma Administração, estamos pondo em prova uma
nova metodologia que nos permitirá acompanhar com transparência, com
objetividade, com números, que nos permitirá cobrar: “Vossa Excelências queriam
isso, mas não estão conseguindo nada disso, estão botando dinheiro fora, estão
gastando errado”. Ou dizer: “Isto aqui deu certo, estão gastando bem. Vamos
corrigir para o ano que vem? E, no Orçamento do ano que vem, vamos colocar mais
no item que funcionou do que lá onde não funcionou.” Isso vai nos permitir
fazer realmente uma enorme fiscalização em cima da execução do que está aqui.
Aqui são problemas identificados pela sociedade através da participação
popular, aqui estão programas dispostos a atacar cada problema. Nós vamos medir
se isso está funcionando ou não, para isso serve o nosso PPA.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. ADELI
SELL: Sr. Presidente, Ver. Elói
Guimarães; colegas Vereadoras e Vereadores, o que é bom, o que é correto, o que
os Governos fazem de forma competente, de forma transparente, cooperativa, seja
Vereador de situação ou de oposição, nós temos obrigação ética e moral de
elogiar. Quando um Secretário atende bem, é preciso dizer que atende bem;
quando um Secretário não atende, tem de criticar, porque o dever do Secretário
é atender a todos, especialmente os Vereadores, que representam cem por cento
do Município.
Tive o privilégio de fazer uma reunião ontem - não
foi a primeira, já fiz várias - com a Secretária de Educação, e discutimos a
questão das hortas educativas. Eu vejo que nós temos um bom caminho pela
frente: o de fazer uma política de Educação para a sustentabilidade das hortas
educativas no Município de Porto Alegre. Faço este registro para poder discutir
aqui aquilo que está errado, que anda mal, mas também para registrar aquilo que
anda certo, o que se faz de bem neste País, neste Estado e que tem reflexo
direto no Município. Discutir questões nacionais é importante, mas principalmente
é importante numa Casa do Povo, como são as Casas dos Vereadores do Povo de
cada cidade, discutir o reflexo que tem nos seus Municípios.
Por isso quero criticar as declarações superficiais
feitas aqui à Polícia Federal, quando prendeu os donos da Schincariol em
setembro de 2003. A Schincariol e outras empresas já eram investigadas, porque
não há apenas a Schincariol, há também fábricas de bebidas no Rio Grande do
Sul, vendedoras de tubaínas, que estão sendo fiscalizadas e investigadas. A
Schincariol foi a primeira a cair porque sonegou, segundo os dados que há na
Polícia Federal e na Receita Federal, mais de um bilhão e duzentos milhões, há
provas. Se alguém tem dúvidas, a Polícia Federal tem fotografias, a Polícia
Federal tem filmes, em que mostra e demonstra claramente a maracutaia feita por
essa empresa. A Receita Federal conseguiu junto ao Congresso Nacional, a partir
de uma discussão, fazer com que agora a medição comece a ser feita na “boca” da
fábrica, na saída do refrigerante e da cerveja dessas empresas.
Portanto, chega de ilegalidades neste País! Vamos,
sim, colocar os criminosos do “colarinho branco” na cadeia, porque são mais de
mil e trezentos em menos de dois anos. Eu estou vindo agora de uma palestra com
o nosso dileto Superintendente da Receita Federal aqui do Estado, Ver. Ervino:
são 75 milhões de reais das apreensões realizadas, neste ano, pela Receita
Federal do Rio Grande do Sul. Isso que é ação concreta, inclusive colocando os
seus, quando forem da maracutaia, na cadeia, como aconteceu com a Polícia
Federal e a Receita Federal.
Baixando aqui para o Estado, nós temos as mesmas
preocupações com o crime organizado, porque estamos vendo que uma nova droga se
coloca no mercado, não é qualquer droga. Há pouco tempo, Ver. Todeschini, eu não
sabia, Verª Maria Celeste, o que significaria a palavra merla; pois é a droga
pós-craque. Começou em Brasília, é uma misturança de algumas coisas que nós não
podemos imaginar que alguém possa consumir. Está no livro “Cabeça de Porco”,
dos autores Celso Ataíde, MVBill e Luiz Eduardo Soares, a descrição dessa
tragédia neste País. Ver. Ervino Besson, V. Exª que estuda essa questão, merla
é uma droga pós-craque, mais danosa, mais perigosa, mais problemática, minha
cara Verª Neuza Canabarro, que já foi Secretária e sabe qual é a tragédia das
escolas da nossa juventude. Tudo isso está vinculado ao crime organizado.
São as vulnerabilidades das nossas fronteiras por
onde entra a droga, por onde entra o armamento, por onde entra e é introduzida
ilegalmente no País a pirataria, o contrabando. Se as contas bancárias não
forem as mesmas, elas têm interconexões, como já mostrou muito bem o jornalista
Caco Barcellos, no seu livro chamado “Abusado”, que trata da história de
Juliano VP, do Morro Santa Marta, ou o livro do jornalista Carlos Amorim,
“CV/PCC - a Irmandade do Crime”. Essas ações são conjuntas. Junto com elas
aparecem os “justiceiros”. Surpreende-me muito o Secretário da Segurança
Pública ficar admirado pelo fato de o problema de Alvorada ser um problema social.
É claro que é um problema social, só que se esqueceu de uma coisa: em Alvorada
existe o esquadrão da morte! São 51 pessoas assassinadas em menos de seis
meses! É a impunidade, esse é o problema central.
O Sr. Ervino
Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli Sell, eu
quero saudar V. Exª pela sua coerência como Vereador desta Cidade. Vossa
Excelência demonstrou, inclusive quando foi Diretor da SMIC, essa mesma
coerência também; portanto, eu quero saudar V. Exª, que sempre com a sua
coerência demonstra a sua responsabilidade como Vereador desta Cidade. Sou
grato a Vossa Excelência.
O SR. ADELI
SELL: Como eu disse anteriormente, é preciso elogiar aquilo que está bom. A
Brigada Militar está fazendo uma ação importante na nossa Cidade em alguns
lugares. Ontem, ainda conversava com o Coronel Jones, do 9º Batalhão; na Cidade
Baixa, apesar de todas as ações já feitas, principalmente na esquina da Rua
Lima e Silva com a Rua República - como eu vi pessoalmente, presenciei, fiquei
verificando a ação na sexta-feira -, voltou o problema na Rua Lima e Silva com
a Leão XIII, é a mesma balbúrdia. Naquele local tinha, segundo o cidadão, uma
loja de conveniência, que eu chamava de loja de inconveniência; e lá foi preso
o sujeito que traficava dentro da loja, era o dono da loja; tudo continua
igual. Nós solicitamos ontem à SMIC que verificasse se o novo dono tem alvará,
porque o antigo não tinha; nós notificamos como manda o figurino, autuamos e
depois fechamos. Tem que ser assim.
Eu, Ver. Bernardino, fui processado por um dono de
bar na Cidade Baixa. Eu dizia o que acontecia lá e na frente do seu bar, eu fui
processado, ele quis me tirar dinheiro, porque se achava caluniado. Pois a
Justiça disse que eu não caluniei porque apenas descrevi o que fez o DECA, o
que fez o DENARC, o que fez a Brigada Militar: prendeu pessoas dentro do seu
bar. E continua lá sendo vendido vinho de péssima qualidade para crianças, em
garrafas pet; estão vendendo maconha e outras drogas na frente desse mesmo bar.
Ele que vá para a Justiça, porque eu vou provar que lá há também, entre esse e
outros bares, aquilo que o Nascimento dizia, vê-se a irmandade do crime. Tem
também os botecos, os botecos da Cidade que se fazem passar por empreendedores
e que são, na verdade, a irmandade do crime, como aconteceu com o filho do rei
Pelé e com o Naldinho. Naldinho e Edinho, a outra irmandade do crime. Há muita
gente importante que não está na drogadição, que não está no crime pura e
simplesmente por causa da exclusão social; é porque no Brasil o crime ainda
compensa. Mas, pelas nossas ações, como estamos vendo pela Polícia Federal,
Receita Federal, Brigada do Rio Grande do Sul, o crime não vai mais compensar,
porque as pessoas vão ser presas e vão pagar pelos crimes que cometem.
Chega de ilegalidades na nossa Cidade! Chega de
maracutaia! Vamos fazer a coisa certa. Vamos lutar pelas coisas que são de
direito. E aqui nós temos, sim, que continuar nessa trajetória. Mostrar para a
sociedade, sim; homenagear, fazer moções de apoio àquilo que está correto, mas
não podemos pensar em nichos eleitorais. Nós não podemos pensar na próxima
eleição, porque temos de combater aquilo que está errado.
Vou concluir. A respeito dos flanelinhas da Cidade
Baixa, já foi mostrado a serviço de quem eles estão. Pois o Elvis Presley - o
flanelinha da Rua Luiz Afonso -, que saía da cadeia e entrava na cadeia, está
preso, disse-me o Coronel, disse-me o Major César, disse-me o Delegado Leandro
nesta semana. De lá ele não deve sair antes de pagar todos os crimes que cometeu
na Cidade Baixa. É assim que a gente age.
Parabéns à Polícia Federal, parabéns à Receita,
parabéns à Brigada Militar, parabéns à 1ª e à 17ª DP e a outras delegacias que
não dobram a sua coluna diante da malandragem e do crime organizado na nossa Cidade.
Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Passamos às
A Verª Maria Celeste está com a palavra em
Comunicações, por transposição de tempo com o Ver. Ibsen Pinheiro.
A SRA. MARIA
CELESTE: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, acompanhando um pouco o raciocínio do Ver. Adeli Sell, que faz uma
grave denúncia em relação à drogadição, eu quero trazer como tema, no meu
período de Comunicações, uma importante data para todos nós operadores dos
direitos das crianças e dos adolescentes do nosso País. Logo a seguir, no dia
13 de julho, estaremos comemorando, em nosso País, 15 anos de um novo paradigma, de uma nova lei: o
Estatuto da Criança e do Adolescente, Verª Neuza Canabarro.
Se em 1990 tivéssemos colocado em prática as
determinações descritas nos 267 artigos do ECA, nós já poderíamos ter começado
a tirar da vida do cotidiano de mais de 50 milhões de crianças e adolescentes
brasileiros esse retrato da infância, que ainda hoje permeia o nosso País;
denúncias como essa que o Ver. Adeli Sell traz, da questão da drogadição,
envolvendo sobretudo os nossos jovens e adolescentes e, agora, as crianças na
nossa Cidade. Não que nós não tenhamos avançado nesses 15 anos com esse novo
paradigma, com essa nova lei, mas ainda há muito a fazer.
Nós já temos reduzido, no nosso País, o índice de
mortalidade infantil, e houve o aumento no índice do acesso à educação, houve
uma grande melhora. O presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e
do Adolescente, o companheiro, operador de Direito, Jorge Fernando da Silva,
aponta que a taxa nacional de mortalidade caiu de 48,3 mortos a cada mil
nascidos vivos, em 1990, Ver. Todeschini, para 29,6, em 2000. O acesso à
educação entre crianças de 7 a 14 anos praticamente está universalizado. Mas,
mesmo assim, Verª Neuza Canabarro, que trabalha bastante o tema da educação,
ainda é baixo, entre as crianças, o índice na questão da Educação Infantil.
Crianças de zero a 6 anos ainda estão muito aquém de poderem ter acesso
universal à Educação Infantil no nosso País. Outros dados que nos colocam nos
levam a refletir profundamente sobre essa questão.
O otimismo e a alegria de uma festa de 15 anos pelo
Estatuto da Criança e do Adolescente perdem espaço e nos trazem a certeza de
que há muito ainda a construir na área dos direitos da infância e da
adolescência, principalmente no que diz respeito à questão das medidas
socioeducativas, aplicação dessas medidas em relação aos adolescentes em conflito
com a lei - esse é um tema crucial, um ponto delicado do nosso Estatuto da
Criança e do Adolescente. Se por um lado o Estatuto traz um novo paradigma, uma
nova lógica, um novo instrumento jurídico completo que descortina os direitos
assegurados no seu art. 227, da Constituição Federal, que determina prioridade
absoluta à criança e ao adolescente e a responsabilidade do Estado, da família,
da sociedade, da comunidade no cumprimento desses direitos - porque ele
apresenta e traz no seu bojo a constituição de mecanismos importantes na defesa
de direitos, como os Conselhos Municipais de Direitos, como os Conselhos
Tutelares -, ainda assim, há um grande desafio que é a mudança de cultura, a
implementação que se faz necessária na mudança de cultura na questão dos
direitos da criança e do adolescente. Ainda hoje os Governos são ineficazes
para entender, aceitar e praticar esse novo direito. Ainda hoje a sociedade não
foi, de fato, capaz de colocar como prioridade absoluta a infância nas nossas
cidades, no nosso Estado e no nosso País.
Portanto, temos muito a comemorar no dia 13 de
julho, pelos 15 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente em nosso País, mas
ainda há muita luta que precisa ser feita na defesa dos direitos das crianças e
dos adolescentes. Obrigada, Sr. Presidente.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Dr. Goulart está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Mario Fraga, que transpõe o tempo
com o Ver. José Ismael Heinen.
O SR. DR.
GOULART: Sr. Presidente, meu caro Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras
e Srs. Vereadores, o PDT seguiu a linha do grande Partido das massas
brasileiras, que foi o antigo PTB, que começou o trabalho em prol do
trabalhador com Getúlio Vargas fazendo várias leis, várias ações e criando
instituições. Mas, no fim do PTB, foi Leonel Brizola quem chamou a atenção da
grande comunidade brasileira, da humanidade toda mostrando que sem educação as
sociedades não podem prosperar. Uma mulher que estuda e faz faculdade tem um ou
dois filhos; uma mulher que não estuda e que fica na vila, à mercê dos
acontecimentos, tem cinco, seis filhos. Se a mulher estudasse, não haveria nem
necessidade de planejamento familiar. A educação, então, passou a ser uma
grande bandeira deste Partido.
E, dentro disso, houve a necessidade de se
representar a Educação, e o Professor Luiz Afonso criou um grande movimento -
que era pequeno -, chamado Movimento Pó de Giz. Esse Movimento queria pegar o
Sindicato dos Professores para poder lutar, trabalhar por aquele professor que
come o pó de giz escrevendo em sala de aula, na lousa, aquele que está no
campo, aquele que está de frente para a profissão, que ensina as crianças a
escrever, a raciocinar, que educa. Esse começou pequeno, mas, pela grande
capacidade de agregação de Luiz Afonso, do nosso querido Professor Luiz Afonso,
chegou a fazer 20 mil votos em uma das últimas eleições do CPERS, superado
somente pela dirigente do PT, que fez um pouco mais de votos. Então, Luiz
Afonso criou uma grife: Pó de Giz, para defender os trabalhadores da Educação,
mas não só aqueles que não estão na sala de aula, principalmente aqueles que
estão dentro da sala de aula e que não tinham tanta voz, porque estavam
preocupados em preparar aula e dar aula.
Agora vai disputar a eleição do CPERS novamente o
Pó de Giz, mas o Pó de Giz agora não é o PDT, não é o Partido da educação, não
é o Partido de Brizola, de Collares, de Neuza, de João Goulart! Não, é outro
Partido que não se articulou, que não procurou o Professor Luiz Afonso - um dos
melhores políticos, um dos melhores quadros que nós temos no nosso Partido - e
que vai lá disputar o último lugar, vai fazer uma eleição pífia, porque não se
articulou, não entendeu quem eram as pessoas importantes no processo
institucional da educação. Sequer procurou os Vereadores aqui! Aí, o PDT, o
nosso Partido, que é o que está resistindo na história muito recente dos
acontecimentos do Brasil, se retira também desse pleito. O PDT não apóia a sua
histórica Chapa Pó de Giz! Que pena que teve de ser assim! E essa chapa há de
amargar um lugar pífio, porque não teve capacidade de se articular, não teve
desejo de fazer política com quem mais luta pela educação, com quem mais
trabalha pela educação, que é o Partido Democrático Trabalhista. Então, senhores,
se por acaso não for bem a Chapa Pó de Giz - e parece que não vai -, saibam que
ela não é PDT! Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. José Ismael Heinen solicita Licença para
Tratamento de Saúde no período de 23 a 26 de junho de 2005.
(Obs.: Foi apregoado Requerimento de licença do
Ver. José Ismael Heinen e dada a posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)
O Ver. Ibsen Pinheiro está com a palavra em
Comunicações.
O SR. IBSEN
PINHEIRO: Sr. Presidente, permita-me, em primeiro lugar, agradecer à Verª Maria
Celeste a gentileza da permuta que me permitiu preservar este espaço em
Comunicações.
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu estou tendo
uma das mais gratificantes experiências como legislador municipal com a boa
acolhida de um Projeto que apresentei, recolhendo um espírito muito presente
desta Casa, há muitos anos, um debate sobre o cercamento dos parques,
logradouros e largos da Cidade. Eu também quero dizer, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, que as dúvidas que tenho recolhido sobre a conveniência e a
exeqüibilidade são dúvidas que tenho também. Não tenho sobre isso nenhuma
clareza solar. E também admito que, em alguns casos, o cercamento é
cerceamento. Isso não é apenas um trocadilho.
Eu procurei fazer um Projeto de Lei maleável,
permitindo ao Executivo propor projetos urbanísticos e técnicos que implementem
um cercamento segmentado e que não seja um trambolho, nem um obstáculo aos
transeuntes, ou aos veículos, mas acho que essa matéria deve ter, depois de 30
anos, um escoadouro. E aqui está o objetivo principal do Projeto que
apresentei: a convocação de um plebiscito. Rendo homenagem ao Ver. Professor
Garcia, autor da Lei Complementar e da respectiva alteração que regula o
plebiscito; rendo homenagem ao Ver. Nereu D’Avila, lutador dessa matéria, com
uma tradição muito forte e muita antiga; rendo homenagem ao ex-Vereador Paulo
Sant’Ana, que foi meu colega nesta Casa, em outro prédio, que é um batalhador
desse tema desde aquela época. Um dias desses, eu escutava, no rádio, ele dizer
que está detectando uma mudança, pois ele era quase uma voz isolada há 30 anos.
E, hoje, eu diria, com a observação que faço agora, que as opiniões se dividem
mais ou menos meio a meio: ora, um pouco mais a favor; ora, um pouco mais contrariamente.
Penso, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, que a
grande proposta é o plebiscito, a grande proposta é trazer a discussão para o
coração dos debates da nossa Cidade. Eu tenho certeza de que o plebiscito será
bom seja qual for o resultado, Ver. Comassetto, pois sei das preocupações de
Vossa Excelência. Com qualquer resultado, o plebiscito será positivo, por
trazer o parque para o centro das atenções - se não me engano, foi V. Exª que
disse isso -, por colocar a questão dos equipamentos como prioridade para a
Administração Municipal. Eu defenderei um plebiscito pelo “sim”; mas aceitarei
um plebiscito pelo “não”, pois entendo que ele será profundamente contributivo
para a vida da nossa Cidade.
Por isso, estou convencido de que esta Casa não
faltará com o seu apoio. Ontem, mesmo, eu obtive a assinatura de 28 dos Srs.
Vereadores e posso afirmar, com muito orgulho, que obtive o apoio de Vereadores
de todas as Bancadas, sem exceção. Eu concluo, Sr. Presidente, afirmando que
esse apoio não foi, a rigor, ao mérito do Projeto e muito menos ao mérito do
autor. Na verdade, foi um apoio ao debate; um apoio à discussão; um apoio à
idéia do plebiscito. Quero crer que poderemos ter, quem sabe, uma construção
muito forte nesta Casa em favor do plebiscito. Proponho a data da eleição até
por uma questão de redução de custos, mas acho que a data do plebiscito, assim
também como os quesitos que se formularão, assim também como o “emendamento”
relativamente às instituições que deverão opinar depois do plebiscito, é matéria
em aberto à contribuição de todos os Srs. Vereadores em favor do debate pela
Cidade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Dr. Pinto está com a palavra em
Comunicações.
O SR. DR.
PINTO: Boa tarde a todos. Saúdo o muito digno Presidente da Casa, nosso querido
Ver. Elói Guimarães; saúdo os demais Vereadores e Vereadoras da Casa, senhoras
e senhores. Foi criada a Secretaria Municipal de Acessibilidade e Inclusão
Social, que tem como finalidade coordenar e viabilizar as políticas municipais
voltadas para a acessibilidade universal e inclusão social, o que as grandes
cidades brasileiras já estão fazendo. Citamos, como exemplo, as cidades de São
Paulo e Curitiba.
A proposta é totalmente pertinente, tendo em vista
a necessidade de oportunizar ao portador de deficiência especial - seja física,
neuro-sensorial ou mental - acesso à educação, à formação profissional e ao
trabalho, o que significa a verdadeira inclusão social; objetiva também
proporcionar ampla conscientização sobre as barreiras arquitetônicas já nos
projetos urbanísticos da Cidade, não só os adaptando após a sua conclusão. O
acesso ao lazer, com esportes adaptados, é fundamental para a reintegração
dessa pessoa especial. É necessária uma estatística real de quantos deficientes
residem em Porto Alegre, com o conhecimento de sua limitação, para que se
possam criar logísticas públicas mais condizentes com as necessidades da
população.
Entre os Projetos que estou protocolando, três
dizem respeito à questão do deficiente. O primeiro Projeto propõe que a reserva
em lei de 10% das habitações construídas pelo Município em programas
habitacionais públicos tenha como prioridade pessoas portadoras de deficiência;
o segundo institui o campeonato municipal do atleta portador de deficiência, e
o terceiro Projeto institui que as contas públicas municipais, impostos
públicos municipais sejam também emitidos em braile para as pessoas cadastradas
nesses órgãos como deficientes visuais. Com isso, o deficiente visual poderá
exercer, com plenitude, a sua cidadania.
Também espero que a Secretaria de Acessibilidade e
Inclusão Social fiscalize o cumprimento das normas já existentes, como vagas
exclusivas para estacionamento de deficientes. Mas isso geralmente, Ver.
Besson, não é feito, não é cumprido. E assim, senhores, em respeito às
diferenças, construindo pontes em vez de paredes, que as pessoas que foram
vítimas do destino não sejam vítimas da indiferença, que construamos uma Porto
Alegre mais alegre e feliz. Muito obrigado.
Nesta Casa, no ano passado, nós isentamos os nossos
produtores rurais - aproveito para enviar um nosso abraço aos produtores que
nos assistem - do pagamento do IPTU. Depois, talvez por uma falha cometida pelo
órgão responsável, não foi encaminhado um cadastro dos produtores rurais para a
CEEE. E, por meio da Resolução nº 456/00, a CEEE recebeu determinação da Aneel
para suspender o incentivo de 50% dado aos produtores. Então, a partir daquele
momento, os produtores rurais passaram a pagar uma tarifa normal de energia
elétrica, o que ocasionou uma série de problemas para eles.
Ver. Comassetto, assim como V. Exª, também já
fizemos alguns pronunciamentos sobre esse assunto nesta tribuna. Quero dizer a
V. Exª que, depois do Decreto Federal nº 5.287, de 26 de novembro de 2004, eu
vejo que o Governo do Estado já está informando os nossos produtores, pela Dra.
Eunice Patines, Supervisora do Departamento Comercial, de que a partir da
próxima conta de luz já estarão recebendo o incentivo, tal como recebiam
anteriormente. Está aqui o documento comprovando que voltarão a receber o
incentivo. (Mostra documento.) Eu tenho aqui a carta, não posso lê-la porque o
nosso tempo é curto, Ver. Comassetto, mas que coisa boa que o nosso Governo e a
CEEE estão reconhecendo e fornecendo esse incentivo para os nossos produtores!
O Sr. Carlos
Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Agradeço o aparte.
Inclusive nós encaminhamos essa questão, junto com a Comissão Interna da Casa,
para acompanharmos esse trabalho, afirmando o direito já adquirido por todos os
produtores. Fico feliz que isso esteja avançando.
O SR. ERVINO
BESSON: Perfeito.
O Sr. Luiz
Braz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Ervino, é
muito bom que V. Exª tenha tocado nesse assunto, porque esse é um dos prejuízos
que surgiram por termos transformado - contra o meu voto - aquela área rural em
área urbana. Esse é um dos prejuízos.
O SR. ERVINO
BESSON: Mas nós fizemos a nossa parte, Ver. Luiz Braz. Está certo, isso
aconteceu nesta Casa, mas graças a Deus nós fizemos um trabalho aqui com todos
os Vereadores, fizemos aquele documento, fomos na Aneel, fomos na Agergs; nós
fizemos a nossa parte. E, como já disse, que bom que agora o Governo está
reconhecendo isso, que a Aneel reconheceu e que ficou esse Decreto do Governo.
Hoje os produtores já estão recebendo esse comunicado da CEEE e, a partir da
próxima conta de luz, meu caro Presidente, já estarão recebendo o incentivo de
50% nas suas contas de luz.
Nós, que estamos acompanhando todo esse tumulto que
vem acontecendo nos últimos dias em nosso País, inclusive estendendo para os
campos de futebol, considero lamentável o que aconteceu ontem em São Paulo.
Acho que a pessoa, quando vai ao campo de futebol, vai para se divertir, para
descarregar os seus nervos, e, sem dúvida nenhuma, o lugar apropriado é o campo
de futebol. Mas, pelos depoimentos da imprensa, foi lamentável o que aconteceu
ontem, caro colega, Ver. Mario Fraga: a torcida do São Paulo atacou a torcida
do River. Isso aí não leva a nada. Já não chegam os tumultos que a população
vive, o pessoal vai ao campo de futebol e acontece isso. Mas há coisas boas,
Ver. Ibsen Pinheiro. Eu quero que V. Exª transmita nossa saudação ao nosso
Sport Club Internacional, pelo grande feito na Europa. De 14 prêmios
disputados, trouxe 11 para o nosso Estado.
O Sr. Ibsen
Pinheiro: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu agradeço a V. Exª
a referência a meu nome. Considero-me também um emissário, por ter proximidade
com a direção do Clube. Vossa Excelência expressa um sentimento que não é
majoritário só por sermos colorados; eu acho que é unânime, pelo respeito de
todos os desportistas aos feitos do nosso clube.
O SR. ERVINO
BESSON: Eu acho que isso é um exemplo para o nosso Rio Grande: de 14 prêmios,
trazer 11 e ainda receber o prêmio de time mais disciplinado. E o time recebeu
uma correspondência do proprietário do hotel onde se hospedou, parabenizando a
forma cordial e disciplinada como se comportou a delegação do Sport Club
Internacional. Fica aqui o nosso reconhecimento, em nome da Casa, a toda aquela
delegação, pois fatos como este engrandecem o nosso Rio Grande. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra em
Comunicações.
O SR. RAUL
CARRION: Exmo Ver. Elói Guimarães, demais Vereadores e Vereadoras,
todos que nos assistem, em primeiro lugar, queria comentar com o Ver. Goulart,
que usou da palavra aqui, acerca da eleição do CPERS. Pensávamos que a Chapa Pó
de Giz - na verdade, foi uma chapa conhecida, que teve, por trás, o PDT
trabalhando, fez uma grande votação - fosse a mesma, mas tomamos conhecimento
que não. Nós, pessoalmente, estamos apoiando a Chapa 2 - Dignidade. Cremos que
é um trabalho sério da Professora Simone, mas foi importante o seu
esclarecimento.
Em segundo lugar, queríamos nos referir rapidamente
à audiência que tivemos na tarde de ontem com o Sr. Governador, até nos
ausentamos por alguns minutos daqui, Ver. Elói Guimarães, porque fomos lá
tratar da situação da família Silva. Estiveram presentes os Vereadores
Brasinha, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini e a Verª Sofia, nós entregamos a
Moção que esta Casa aprovou com a assinatura dos doze Partidos, trinta
Vereadores assinaram, foi votada aqui e é a opinião dos Vereadores de Porto
Alegre. Quero dizer que o Governador nos recebeu muito bem; demonstrou uma
grande preocupação para que esse problema seja resolvido de forma adequada e
fará esforços políticos nesse sentido também.
Em terceiro lugar, nós queríamos fazer uma saudação
em função da realização do 8º Congresso Estadual dos Trabalhadores na
Alimentação do Rio Grande do Sul, que abre hoje, às 18h, na Colônia de Férias
do Sindicato dos Trabalhadores na Panificação, em Pinhal. Estamos convidados
para a mesa de abertura, lá estaremos, por isso, a partir das 17h, teremos de
nos ausentar. É importante dizer que a Federação da Alimentação comemora, neste
ano, 60 anos de existência e de luta.
Também queríamos, rapidamente, dizer aos nossos
Pares - porque, talvez, em determinado momento da Ordem do Dia, já estejamos
nos deslocando para Pinhal - que temos um Requerimento, para votação no dia de
hoje, solicitando a representação desta Casa, com ônus nas passagens - a
questão da estada será por conta do Conselho das Cidades -, em cinco reuniões
que teremos em Brasília. Uma é a reunião do Conselho Técnico de Trânsito,
Transporte e Mobilidade Urbana, que irá apreciar um Anteprojeto de Lei de
Diretrizes da Mobilidade Urbana Sustentável, que está sendo elaborado para ser
enviado ao Congresso. A segunda reunião é a do Conselho das Cidades, sendo a
sexta reunião desde a sua fundação. A terceira é a reunião da Coordenação
Executiva da 2ª Conferência Nacional das Cidades, composta por nós. A quarta
reunião é a do grupo de trabalho sobre despejos. E a quinta é a reunião da
Coordenação Nacional dos Planos Diretores Participativos, que é a campanha que
está em andamento. Estaremos lá de quarta-feira, dia 29 de junho, até
sexta-feira, trabalhando nesses diversos momentos. Por isso acreditamos que
teremos o apoio e a compreensão dos colegas para aprovarem esse Requerimento.
Por fim, queríamos dizer que, nessa sexta-feira,
estaremos lançando na FAPA a Revista Ciências e Letras nº 37, uma obra coletiva
na qual temos um trabalho exatamente sobre os Lanceiros Negros na Guerra dos
Farrapos. Temos trabalhos de inúmeros professores universitários, intelectuais,
como Theotônio dos Santos, Paulo Vizentini, Ricardo Letízia Garcia e outros. É um convite que fazemos - será às 20h no
anfiteatro do prédio A -, estendemos o convite a todos os colegas desta Casa.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Passamos à
DISCUSSÃO PRELIMINAR
(06 oradores/10 minutos/com aparte)
6.ª SESSÃO
PROC.
Nº 3525/05 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 009/05, que dispõe
sobre o Plano Plurianual para o quadriênio de 2006 a 2009 e dá outras
providências. Com Emendas n.ºs 01 a 06.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para
discutir a Pauta Especial.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, público presente e assistência do Canal 16, venho mais uma vez a
esta tribuna porque, de fato, Ver. Paulo Odone, julgamos a Peça do Plurianual
muito importante, porque ela é quem orienta, principalmente, as ações do
Governo nos próximos quatro anos, a partir do ano que vem, visto que o
Orçamento Plurianual sempre invade o primeiro ano de cada novo Governo, de cada
novo período. E a nossa intenção, o nosso propósito é criticar para contribuir
e ajudar a aperfeiçoar os programas para um melhor andamento dos serviços e das
atribuições do Poder Público Municipal para com a nossa Cidade.
É verdade que a forma de apresentação da nova Lei
mudou, mudou a partir da Portaria que impõe essa mudança, vigente desde 2002;
essa mudança vem no sentido do aperfeiçoamento, da melhoria, da definição mais
precisa das ações, das intenções primeiras do Governo para depois serem
complementadas, aprimoradas e orientadas pela Lei de Diretrizes Orçamentárias e
a Lei Orçamentária Anual.
No entanto, eu venho aqui para criticar alguns
ditos que estão nos textos, porque o principal da Lei Plurianual não são os
dados de valores que serão estipulados, porque esses podem ser mudados, como o
próprio texto diz: “Os valores são indicativos.” E, portanto, aqui se concebe
que muitas vezes haja a destinação de um real para uma diretriz a fim de manter
um valor simbólico, garantindo aquilo que se denominou, que se convencionou
chamar de “janela”, para que o programa não perca a oportunidade de existência,
para que, havendo condições, ele possa ser aprimorado, aprofundado e receba o
aporte de recursos segundo as necessidades para implementar programas, ações,
metas, enfim, tudo aquilo que a gente achar por bem que ele deva acontecer.
Então, há essa questão que é importante, mas algumas coisas nós temos que
tornar aqui a criticar, ou provocar o debate, para que possamos trabalhar
melhor as etapas vindouras, as etapas futuras da LDO e da LOA.
Eu falei, ontem, de uma coisa que nos preocupa,
relativa aos valores dos investimentos. Aqui eu quero fazer uma correção: se
tomarmos os valores de investimentos nas despesas totais que foram liquidadas
no Orçamento anterior, ou no último ano, 2004, e fizermos uma atualização, nós
teremos um valor de 810 milhões de reais. Este PPA prevê o investimento de 1
bilhão e 350 milhões de reais, o que é significativamente superior àquilo que
foi realizado. Essa previsão representaria uma elevação da despesa de capital
da ordem de 66,83%.
Nós tivemos, no último período - se atualizarmos os
valores de financiamento, envolvendo um expressivo volume, por exemplo, de
recursos do BID e do BNDES, aplicados na 3ª Perimetral; recursos do BID, do
Ministério das Cidades e do Fonplata, aplicados no Programa Entrada da Cidade e
nos outros programas agregados também ao financiamento do BID -, um
financiamento, para investimento total, de 345 milhões. O novo projeto prevê um
investimento de 691 milhões, mais do que o dobro. Eu me preocupo, porque isso
eu creio estar superestimado, não vejo, para além do Projeto Socioambiental,
nenhuma ação de envergadura e de peso proposta em ação, como programa, para
acontecer no próximo período. Há, sim, a conclusão do Programa Entrada da
Cidade; há, sim, a conclusão do Programa ligado à Modernização Administrativa -
o PDA -, que é liderado pela 3ª Perimetral, mas daí até propor dobrar os
investimentos em despesas de capital ou de financiamento do que aconteceu para
o que vai acontecer, eu creio que é estar “forçando demais a barra”.
Também me preocupa porque, a partir dessa
concepção, há uma clara tensão de se transferir recursos do custeio para
investimentos. E nós sabemos que os recursos de custeio têm um rito, têm uma
necessidade. Por exemplo, quando se pensa, Ver. Paulo Odone, em investir em
Saúde, investir em Assistência Social, investir nas pessoas, o custeio não
diminui, o custeio aumenta, porque os dois grandes itens para a manutenção,
para o gasto com o custeio são: o componente do pessoal e o componente
do custeio em si - a compra de materiais, a compra de remédios, a compra de
equipamentos, o gasto cotidiano com as atividades de apoio. E há uma sensível
redução, em todo o Projeto, das verbas de custeio; inclusive isso está expresso
aqui, num dos itens do programa. A redação diz que devemos perseguir a
diminuição de custos para a Cidade, com o que eu concordo - se for os custos -,
mas vou fazer uma emenda dizendo que nós não podemos diminuir o custeio,
porque, senão, as pessoas que necessitam do serviço na Cidade sofrerão, e não
há outro jeito de fazer a não ser realizando os investimentos no item custeios,
que se fazem necessários.
Também me preocupa bastante a questão das despesas
com o item Pessoal, pois não há como identificar, aqui, se os recursos para com
o pessoal serão suficientes para os reajustes salariais, ou mesmo para o
pagamento normal do funcionalismo. Encontramos apenas um item na Internet, um
documento que aponta gastos de pessoal para o período de 2006 a 2009, no total,
com uma diminuição da despesa no valor de 33,93%, se considerado o valor do
último ano atualizado, projetado para quatro anos e comparando os valores. Se o
dado for verdadeiro, haverá necessidade de cortes com pessoal também, e isso
nos preocupa, e muito, porque o funcionalismo público de Porto Alegre tem feito
o seu trabalho, o seu papel, com dignidade e com bastante profissionalismo, ele
merece um tratamento justo e adequado.
E, por último, há várias redações que justificam os
programas, e elas são mais do que justificativas, são elementos plantados para
realizar disputa política e disputa de concepção, querendo atribuir ao período
próximo passado um desdém, uma diminuição da importância que houve de todas as
políticas, que, evidentemente, não resolveram todos os problemas e nunca
pretenderam isso; aliás, estão longe de resolver todos os problemas, mas
construíram muito e muito nesta Cidade. E isso tem de ser respeitado a bem da
história daquilo que se produziu. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Antes de dar a palavra ao próximo orador, estamos
apregoando as Emendas nºs 07 a 28 ao PLE nº 009/05 - Plano Plurianual.
O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. HAROLDO DE
SOUZA: Sr. Presidente, Vereadoras e Vereadores, estivesse eu em Brasília diante
de tantos pedidos de CPIs, eu pediria uma outra, com base em denúncia da
Revista Veja do dia 15 de junho, um assunto que eu não vi focalizado nos
plenários do País. Nós temos a CPI dos Correios, existe a possibilidade de uma
do “mensalão”, a compra de votos do Governo FHC, a CPI dos Bingos, que, parece,
vai ser reativada, mas está faltando a CPI da Madeira.
Vou ler o que está na Revista Veja (Lê.): “Este é o
relato de um esquema de corrupção na área ambiental que mostra que, em alguns
Estados brasileiros, seções do Partido dos Trabalhadores perderam as feições de
Partido político para assumir os contornos de organizações criminosas. Na
semana retrasada, a Polícia Federal já havia desbaratado uma quadrilha em Mato
Grosso, formada por funcionários do Ibama e madeireiros, acusada de se associar
para desmatar a Amazônia em troca de propinas. Entre os presos estavam
petistas. Um deles era Hugo Werle, gerente do Ibama em Cuiabá, Professor de
Geografia e membro do Conselho Fiscal do PT. Werle atuou como arrecadador de
fundos para a campanha do Partido nas últimas eleições municipais. Já
configurava um escândalo sem tamanho a suspeita de que três funcionários
públicos, membros do Partido do Governo e pagos para defender a floresta,
vinham agindo como cupins na selva Amazônica: contribuindo para dizimá-la em
troca de suborno. Agora se sabe que eles estavam longe de ser os únicos. A
Revista Veja revela que esquemas semelhantes ao de Mato Grosso funcionavam
também no Pará e no Rio Grande do Norte. [...] Para que as árvores -
ilegalmente derrubadas e, portanto, sem a respectiva Autorização para o
Transporte dos Produtos Florestais (ATPF) - passassem pelos postos de
fiscalização, o grupo inventou um expediente inacreditável para membros de um
Partido que chegou ao poder com a missão de moralizar o trato da coisa pública.
Mandou fazer um adesivo com os dizeres ‘oPTante do Plano Safra Legal 2004’ -
assim mesmo, com as letras P e T em maiúsculo. Pregado no pára-brisa dos
caminhões do esquema, o adesivo atestava o conluio dos donos da carga com os
petistas e funcionava como salvo-conduto para madeira proibida.” Ainda no
trecho da mesma reportagem: “A freira americana” - que foi assassinada - “tinha
conhecimento do envolvimento dos políticos do PT na derrubada de madeira
ilegal. Afirma o ex-funcionário do Ibama na região, Amarildo Fomentini: ‘A irmã Dorothy dizia que, agora, quem estava desmatando a
floresta eram os Deputados do Partido que ela ajudou a eleger.’”
Diante disso, caberia uma CPI da Madeira. Agora,
hoje, diante da notícia que saiu, por volta de 11h50min, de que, na CPI dos
Correios, houve envolvimento do Governador do nosso Estado, Germano Rigotto,
que teria sofrido um “carteiraço” em uma licitação que foi solicitada por uma
empresa da região do Rio Grande do Sul, eu fiquei a pensar com os meus botões:
“O Partido dos Trabalhadores, maquiavelicamente, poderá, a partir de agora,
envolver todos os Partidos nessa lambança que está acontecendo em Brasília!” Ao
serem envolvidos todos os Partidos e todos os políticos - por exemplo,
primeiro, agora foi o Rigotto, essa desconfiança; depois, o Alckmin; daqui a
pouco, o Cesar Maia; daqui a pouco, o Aécio Neves -, quando todos estiverem
fervilhando no mesmo caldeirão, Ver. Sebenelo, o que vai acontecer? Vamos
engavetar tudo, e as coisas ficarão como “dantes no quartel de Abrantes”. Nada
aconteceu neste País. Então, quando na rua somos indagados pelas pessoas que
nos elegeram, entendendo que a classe política está num total descrédito, nós
temos que concordar com as pessoas. Nada está certo, nada está absolutamente
errado, é tudo tão natural neste País, locupletar-se, envolver-se com o
dinheiro público e nada acontecer. Será que vão cassar só o Roberto Jefferson e
mais uns 10 ou 12 Deputados? Será que tudo isso que está acontecendo em
Brasília ainda dá condições de o Partido dos Trabalhadores pregar ser o
“campeão da ética e da moral”? Será que nós vamos resgatar ainda, neste Governo
do PT, as ações do MST? São perguntas que precisam ser feitas neste momento
delicado da vida nacional, em que os homens de bem estão se misturando àqueles
que decididamente não prestam, não têm moral, nem ética para cuidar das coisas
que o povo controla. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
discutir a Pauta Especial.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, no dia de
hoje, neste momento - o momento que eu digo é o da Pauta Especial -, se encerra
o primeiro grande momento do ano. Nós encerramos a discussão em Pauta Especial
do Projeto Plurianual, do Orçamento Plurianual, da Prefeitura. Eu quero
cumprimentar, em primeiro lugar, como Presidente da Comissão de Finanças,
aqueles Vereadores que disputaram arduamente as seis vagas, nas seis Sessões,
para discutirem a proposta de Orçamento Plurianual. Isso foi muito importante,
porque demonstrou que há uma preocupação entre os Vereadores de fazer uma boa
proposta de Orçamento Plurianual.
Eu queria, desde logo, colocar aqui algumas
informações: às 18h de hoje é o limite máximo para a apresentação de Emendas
Populares. Na forma da Lei Orgânica, essas Emendas Populares podem ser firmadas
por 300 eleitores ou três entidades. E aqui já está surgindo um problema que o
Relator vai ter de enfrentar. Agora mesmo a Diretoria Legislativa distribuiu
Emendas Populares, 14 Emendas Populares aqui, todas elas assinadas pelas mesmas
pessoas. E aí eu tenho a impressão de que nós vamos ter já o primeiro problema.
O art. 121 da Lei Orgânica, parágrafo 4º, diz (Lê.): “As emendas de que trata o
parágrafo anterior” - que são as Emendas Populares - “quando apresentadas por
entidades, tendo por objeto obras públicas, não poderão ser apreciadas se
contiverem mais de uma obra, ou se a mesma entidade for signatária de diversas
emendas, salvo se os recursos totais para atendê-las não ultrapassarem a meio
por cento da dotação da despesa fixada no orçamento...” Então, já vai haver um
primeiro problema para o Relator, que será sorteado, porque assim me pareceu
que aconteceria em razão das colocações.
Agora, eu quero alertar os Srs. Vereadores, e claro
que receberão por escrito, que as Emendas dos Vereadores - vou insistir, chamar
a atenção -, as Emendas dos Vereadores serão recebidas só até segunda-feira,
dia 27, às 18h. Porque a Comissão de Finanças tem o prazo de amanhã,
sexta-feira, até quarta-feira. Então, na terça-feira que vem, o Relator terá de
ter condições de fazer o seu relato para que, na terça-feira, nós possamos
votar na nossa Reunião normal.
A Proposta Orçamentária, o Plurianual, é um Projeto
de Lei, eu disse que a proposição foi feita dentro da verdade, dentro da
realidade, diferente dos outros anos. Eu acho que o ofício poderia ser mais
amplo, mas, como na proposta que nos foi entregue, há um relato da história da
Prefeitura, praticamente nos últimos 20 anos, eu até entendo que deva ser
assim. O Prefeito diz que o PPA 2006/2009 foi estruturado a partir de 21
grandes programas estratégicos, desdobrados em centenas de ações, que
consubstanciam quatro grandes eixos: manter e aprofundar os mecanismos de
participação popular, governar para quem mais precisa, incentivar o
desenvolvimento econômico da Cidade e modernizar a gestão pública. A lei é
simples, o Projeto de Lei tem poucos artigos e é fácil de ser compreendido, não
há problemas maiores. É claro que os 21 programas, estes sim, farão com que os
meus ilustrados colegas, os outros 35 Vereadores, dêem o melhor de si para
fazer um bom Projeto.
Eu quero também chamar a atenção de que, na Ordem
do Dia, não serão recebidas Emendas. Nesse período da Ordem do Dia não são
admitidas Emendas, conforme art. 120, Parágrafo 1º do Regimento. Portanto, as
Emendas só serão recebidas até dia 27, segunda-feira, às 18 horas, e amanhã,
sexta-feira, também até às 16 horas, quando encerra o expediente na Câmara
Municipal - encerra às 16h30min, mas a Comissão de Finanças precisa receber até
às 16 horas do dia de amanhã.
Essas são as considerações que eu precisava fazer,
Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, almejando que possamos
fazer um bom trabalho, porque, a partir desse trabalho, nós teremos de analisar
a Lei de Diretrizes Orçamentárias nos próximos quatro anos e o próprio
Orçamento também nos próximos quatros anos. Como eu disse, são os grandes
momentos que esta Casa tem vivido profundamente até. E formulo votos de
sucesso, cada um nas suas Emendas, na sua preocupação com isso que diz muito
para o povo de Porto Alegre, que espera não só do Prefeito, mas também do
Legislativo, muitas coisas que são necessárias à vida da Cidade, à
tranqüilidade dos seus cidadãos, e a responsabilidade, de parte de cada um de
nós, que os cidadãos esperam ver cumprida. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra
para discutir a Pauta Especial.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, o Plano Plurianual 2006/2009 nos apresenta aqui,
a nosso ver, uma certa diminuição na aplicação dos recursos no carnaval.
Chama-me a atenção porque, em 2003, a Prefeitura destinou 2 milhões e 472 mil
reais; em 2004, 2 milhões e 712 mil reais; em 2005, 3 milhões e 591 mil reais,
e, como já falei em outras vezes, ao Movimento Tradicionalista, à Semana
Farroupilha, a miséria e a esmola de, em 2003, 128 mil reais; em 2004, 125 mil
reais; em 2005, 125 mil reais. Isso é uma miséria se compararmos o vulto da
Semana Farroupilha, do que importa para nós, do que significa o Movimento
Tradicionalista, o desfile da Semana Farroupilha, a nossa cultura, a cultura
própria dos gaúchos.
O Sr. Carlos
Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Muito obrigado, Ver.
Bernardino Vendruscolo. Isso fica claro quando analisamos a questão do
carnaval, chamado Complexo Cultural do Carnaval do Porto Seco; aquilo que está
colocado no Plurianual não garante a conclusão do Projeto Complexo Cultural do
Carnaval, sem falar dos outros projetos que V. Exª está citando. Muito
obrigado.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Obrigado.
Em relação ao Movimento Tradicionalista Gaúcho
houve uma melhorada, mas longe de ser algo respeitável. Por que eu digo
respeitável? Porque é inadmissível que tenhamos uma diferença tão grande se
compararmos aquilo que aqui está sendo apresentado. Vejam, vocês: para 2006,
para o carnaval... Eu já disse que é pouco, eu não estou entendendo como é que
vão fazer. Já gastaram no início do ano, com o carnaval, 3 milhões e 591 mil
reais, como é que pretendem gastar 1 milhão de reais?
E, para o Movimento Tradicionalista, em 2006, são
245 mil reais. O que me chama a atenção é o seguinte, e vamos falar os números
corretamente para que as pessoas entendam perfeitamente: em 2006, estão
destinando para o carnaval 1 milhão de reais - redondo, é 1 e vários zeros! -,
para o nativismo, para o Movimento Tradicionalista Gaúcho, 245 mil e 280 reais,
chamam-me atenção os quebrados. Em 2007, 1 milhão e 100 reais para o carnaval;
para o Movimento Tradicionalista Gaúcho, 215 mil e 616 reais; em 2008, para o
carnaval, 1 milhão e 200 mil; para o Movimento Tradicionalista Gaúcho, 240 mil
e 827 reais; em 2009, 1 milhão e 300 mil reais para o carnaval; 235 mil e 783
reais para o Movimento, aí diminuiu. Eu não entendo por que para o Movimento
Tradicionalista Gaúcho há esses quebrados e para o carnaval há esses valores
redondos.
Eu queria lembrá-los de que, na Semana Farroupilha,
o nosso grande desfile é composto de mais ou menos cento e vinte entidades.
Todos sabemos que as principais entidades são os CTGs, DTGs e os piquetes, mas,
no total, são 120 entidades. São mais ou menos 50 carros preparados para o
desfile, em torno de 40 mil pessoas têm ido lá assistir ao desfile. São 2.500
cavalos desfilando, usados para o desfile. Quarenta mil pessoas assistindo.
Quanto a visitas ao Acampamento Farroupilha, na semana em que é comemorada a
Epopéia Farroupilha, passam ali pelo Parque da Harmonia mais ou menos 600 mil
pessoas. Aqui no Plurianual, quando fala em público alvo, público atingido,
fala-se em 215 mil para o carnaval e 290 mil para o nativismo.
Eu permaneço mostrando, desta feita dizendo que
também não sei por que diminuíram o valor do carnaval, eu estou muito mais
preocupado, só fiz este registro porque não dá, é inconcebível o valor que está
sendo destinado, que vem destinado à manutenção das comemorações da Semana
Farroupilha. O Poder Público tem que se conscientizar da importância desse
Movimento, da importância desse desfile, da importância da Semana Farroupilha.
Nós temos que nos conscientizar disso. Esse Movimento vem sendo discriminado; é
um Movimento que não se envolve em política, não vem aqui fazer lobby. Tanto é verdade que sequer alguém
do Movimento me ligou! É um Movimento que não se envolve em política
partidária! Eu já vi aqui várias entidades preocupadas com o Orçamento. Não, o
MTG, os CTGs, os DTGs, os piquetes, as organizações tradicionalistas não vêm
aqui. Eu não sei até quando devem permanecer à margem da participação política.
Mas alguém tem que defender. Eu não sou sócio de nenhum CTG, nenhum DTG...
Aliás, perdão, eu pertenço a um, mas não represento aqui este ou aquele, muito
menos o MTG, mas tenho a certeza de que isso deve tocar o coração de cada
Vereador, pois não precisa haver envolvimento direto para fazer esta defesa
aqui.
Todos nós sabemos da importância do nosso
Movimento, da nossa cultura, que está no mundo inteiro - já dissemos aqui
várias vezes -, e é impossível que nós, no novo Governo, venhamos com essa
miséria, novamente, sem muitas explicações, com valores quebrados, e não dão
para entender por que...
Também quero aproveitar para rebater outra coisa.
Nós vamos entrar aqui pedindo uma eqüidade, em termos de valor, com o Movimento
Tradicionalista e com o carnaval. E, em outras oportunidades, quando defendi
essa igualdade, as pessoas vieram aqui - e a gente deve respeitar outros
Parlamentares -, dizendo que a despesa, a manutenção, enfim, o trabalho
desenvolvido para o carnaval é bem diferente daquele que é feito para a
comemoração da Semana Farroupilha. Pois eu quero discordar desses que têm essa
posição: os 2.500 animais que desfilam na Semana Farroupilha têm que ter
manutenção durante o ano. Se eles fossem congelados logo depois do desfile e
descongelados para o desfile seguinte, caros Vereadores, não haveria despesa
nenhuma, só a de armazenamento. Mas não; o cavalo despende manutenção: há o
trato, há o acompanhamento veterinário... Então, cavalo dá despesa, sim. Eu não
estou aqui fazendo nenhuma piada, mas, se ele fosse congelado, logo depois do
desfile e descongelado no desfile seguinte, a despesa seria bem menor, tenho
certeza. Mas os animais dão despesas, sim, a esses particulares, a essas
organizações que defendem o nosso tradicionalismo, que merecem ser - não
precisa no todo, mas em parte - indenizados ou incentivados, para que
desembolsem menos para fazer o desfile. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Apregôo as Emendas nºs 29 até 62 ao PLE nº 009/05.
Há uma comunicação do Sr. Secretário do Gabinete de Programação Orçamentária.
(Lê.) “Na oportunidade em que cordialmente cumprimento V. Exª e esta
respeitável Casa Legislativa, faço referência ao Plano Plurianual 2006/2009.
Nesse sentido, para o melhor desenvolvimento dos trabalhos desta Casa, estamos encaminhando
planilha com códigos dos programas e ações constantes na proposta do Plano
Plurianual para o quadriênio 2006/2009. Atenciosamente, Economista João
Portella, Secretário.” Este material será entregue aos Srs. Vereadores.
O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para
discutir a Pauta Especial.
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; prezados Pares, público que nos
assiste: nesta última Sessão de Pauta Especial para debate do Plano Plurianual,
quero aqui trazer um balanço dessa discussão e algumas perguntas que foram
feitas desta tribuna por este Vereador no início do debate para as quais ainda
não obtive resposta. Portanto, vou aceitar aqui o desafio e o convite feito
pelo Ver. Paulo Odone no sentido de dialogar, de corrigir o Projeto, para
qualificá-lo, para adequá-lo, para tornar este um instrumento de fortalecimento
da cidade de Porto Alegre.
Começo dizendo isso e já faço aqui perguntas a
todos os colegas, inclusive pondero o entendimento que o Ver. João Dib trouxe a
esta tribuna, quando disse que as Emendas poderão ser feitas por nós,
Vereadores desta Casa, somente até a próxima segunda-feira. Quero ponderar isso
ao nobre colega Ver. João Dib, que tem a prerrogativa, pela Comissão, de
orientar, porém, se hoje estamos finalizando os debates e temos somente até
segunda-feira para concluir as Emendas, creio que a Cidade será prejudicada por
esse prazo exíguo. Para justificar o que estou dizendo, farei aqui
questionamentos.
Eu falei da tribuna que, na realidade, todo este Processo
é um volume imenso, mas o que tem validade mesmo para discutirmos e aprovarmos
são duas páginas, que é o Projeto de Lei, o restante todo é anexo ao Projeto, e
ele poderá ser modificado. Portanto, aqui está a essência, e o seu art. 3º diz
com clareza que um dos objetivos é manter e aprofundar os mecanismos de
participação popular. Quero dizer a todos os ouvintes, aos senhores e às
senhoras que há um mecanismo de participação popular para discutir o Plano
Plurianual com a Cidade, para propiciar que as comunidades possam fazer Emendas
e, nos seus fóruns distintos, fazer essa discussão. Mas, Ver. João Dib, essa
discussão não foi encaminhada através dos fóruns de planejamento desta Cidade,
que é composto por todas as entidades e comunidades, para que possam debater.
Foi um questionamento que fiz desde o primeiro momento; o Ver. Paulo Odone,
representando o Governo, assumiu, aqui desta tribuna, o compromisso de que isso
seria debatido, mas não foi.
Segunda questão: nesse mesmo sentido, foi dito - e
eu aqui disse - desta tribuna que a maneira como está apresentado o Plano
Plurianual, com 21 programas, e já há recursos destinados para cada um deles,
engessa o Orçamento Participativo. Fizemos aqui essa pergunta, e o Conselho do
Orçamento fez lá. E ela não foi respondida.
O Sr. João
Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver.
Comassetto, as entidades sabem desde muito tempo que as Emendas são
apresentadas no momento da Pauta. A dúvida que eu coloquei foi se valia ou não
o art. 121, § 4º, que diz que as entidades não podem assinar mais de uma
Emenda. É dúvida, não é certeza. De qualquer forma, nós tivemos muito tempo
para fazer a discussão, foram seis Sessões, e os Vereadores disputaram lugares
para falar. Portanto, se leram aquilo que também foi entregue junto com a
proposta do Orçamento Plurianual, viram que estava todo o cronograma. A
Comissão de Finanças tem desde amanhã, dia 24, até o dia 29 para entregar o
Parecer. Então, a Comissão de Finanças tem que entregar o Parecer, e, como ela
se reúne na terça-feira, dia 28, nesse dia nós queremos começar a análise e a
votação.
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Agradeço a sua contribuição, porém hoje é o último dia para debatermos.
Outras perguntas não-respondidas ou não-corrigidas.
Eu vim a esta tribuna e disse que o Governo errou em publicar no Diário Oficial
que o investimento era 9,8 bilhões para a Cidade nos quatro anos. Fiz aqui um
Requerimento no sentido de que a Casa o enviasse ao Prefeito, para que ele
corrigisse o Diário Oficial. Quero que divulguem, quero que mostrem isto à
platéia, por favor! Todos os jornais do Diário Oficial! (Exibe os jornais.) Não
foi corrigido! Portanto, é um direito que nos assiste de que isso seja
corrigido.
Outra questionamento que ainda não foi respondido,
Verª Clênia Maranhão. A Lei de 14 de abril de 1999, Portaria nº 442, diz que
este Projeto tem de apresentar as codificações dos valores. Não há codificações
definindo a responsabilidade orçamentária dentro do todo, portanto, Srs.
Vereadores e Sras. Vereadoras, este Plano Plurianual continua irregular, e nós
temos que receber essa complementação, pela força da lei, e não é uma lei
minha. Neste momento, estou fazendo um Requerimento à Casa para encaminhar e
anexar cópia da Portaria ao Plano Plurianual, Sr. Presidente. Faço esse
encaminhamento aqui da tribuna.
Outra pergunta não respondida: diante das Emendas,
todas que podemos apresentar, se pegarmos essas duas páginas que realmente têm
validade, que é o Projeto de Lei, vamos verificar que, da forma como foi apresentado,
está correto pensar programas que integrem. Porém o que estamos aprovando aqui
é um cheque em branco ao Executivo Municipal, pois o Projeto de Lei diz, com
todas as linhas, no seu art. 7º: “O Poder Executivo fica autorizado a
efetuar...”. E aí é a mudança de projetos, é a mudança de ações, é criar novos
Projetos, criar novas ações. Eu quero discutir com a Cidade e construir neste
Plano Plurianual o que chamamos de diretrizes.
Por exemplo, um dos programas aqui apresentados
fala da Cidade integrada, para isso tem de se ter uma visão do Plano
Estruturador Viário. Eu tenho diretrizes, as comunidades têm diretrizes. Se eu
venho aqui defender, por exemplo, que o Plano Estruturador Viário tenha
continuidade na duplicação da Av. Juca Batista, que leva até a Restinga, para
isso tem de estar incluído aqui, para isso nós não podemos dar esse cheque em
branco, que possa ser mudado a todo momento, mas não está incluído.
Nas diretrizes também, quando eu quero falar da
descentralização da Saúde, eu quero discutir e defender aqui que esteja gravado
nesse programa - algo que eu poderia fazer por Emendas, mas foi uma proposta de
campanha do Executivo - o Hospital Regional da Restinga, por exemplo, que não
está gravado aqui, ou o Pronto Socorro da Zona Sul, que também não está gravado
aqui. Como faremos isso se não há a possibilidade de discutirmos essas
diretrizes? Eu aceitei o desafio do colega Ver. Paulo Odone para fazer não só
questionamentos, mas também correções. Eu tenho humildade e peço a todos os
colegas... Não é uma postura de prepotência deste Vereador, mas, se é um Diário
Oficial, é um Diário Oficial.
Ver. João Dib, eu quero deixar essas perguntas
feitas aqui nesta tribuna, pois elas não foram respondidas. Nós precisaremos
dessas respostas oficiais para a garantia de que este Projeto possa ser um bom
Projeto para Porto Alegre.
O Sr. João
Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, V.
Exª perdeu a grande oportunidade de participar de uma Audiência Pública que
fizemos na terça-feira. Todos os Vereadores foram convidados, mas só compareceu
um Vereador. Naquela oportunidade, o Secretário, com a sua Assessoria,
responderia as perguntas de Vossa Excelência. Eu lembro que dar cheque em
branco, hoje em dia, está provado que é muito desagradável.
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Ver. João Dib, Audiência Pública, nesta Casa, que é esvaziada, não é
Audiência Pública! Uma Audiência Pública em que compareceu somente uma pessoa,
V. Exª me desculpe, mas há algo errado aí! Eu apóio as Audiências Públicas, e
nós poderemos fazer uma nova antes de aprovarmos o Programa.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Apregoamos as Emendas Populares nºs 63 até 78 e a
Emenda nº 79, de autoria do Ver. Sebastião Melo, ao PLE nº 009/05.
A Verª Maria Celeste está com a palavra para
discutir a Pauta Especial.
A SRA. MARIA
CELESTE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, hoje eu
quero discutir, em especial, no Plano Plurianual, as ações relacionadas à
Assistência Social em nosso Município, os programas, as diretrizes que apontam
o Plano Plurianual.
Mas, para iniciar, eu queria fazer um reparo: eu
não recebi convite para participar da Audiência Pública referida pelo Ver. João
Dib e gostaria muito de ter participado. Penso, pelo que conversamos
rapidamente aqui, que os Vereadores da minha Bancada não receberam convite para
essa Audiência Pública. Se houve Audiência Pública para discutir com todos os
Vereadores, nós não fomos convidados, lamentamos esse fato.
Em segundo lugar, eu queria fazer um apelo ao Ver.
João Antonio Dib para que prorrogasse o prazo que ele colocou na tribuna -
segunda-feira, até às 17h - para os Vereadores que desejam apresentar emendas.
Faço um apelo pela seguinte questão: pela primeira vez, depois da alteração do
Regimento, nós, os Vereadores desta Casa, não teremos oportunidade de
apresentar emendas, a não ser na Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do
Mercosul - CEFOR. Rotineiramente, nos anos anteriores, nós podíamos apresentar
emendas ao Orçamento até a sua discussão na hora da votação. E nós estamos com
os prazos extremamente espremidos, Ver. João Antonio Dib, por isso faço um
apelo para que até terça-feira, então, na reunião da CEFOR, os Vereadores
possam apresentar as Emendas, e aí daremos um prazo, que eu acho curto também,
de 24 horas, a fim de o Relator poder se manifestar e a Comissão votar as
emendas. Para nós seria importante, porque, pela primeira vez, estamos
cumprindo o Regimento com a alteração proposta em relação ao Orçamento.
O Sr. João
Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Nobre Verª Celeste,
a Comissão de Finanças tem que
entregar, no dia 29, o Parecer. Dia 28 a Comissão de Finanças se reúne. Claro
que terá tremendos problemas, provavelmente às 18h do dia 29 nós estaremos
entregando o Parecer já aprovado, o Parecer final. Talvez eu possa até examinar
a possibilidade de fazer na terça-feira, às 11h30min, se melhorar, se resolver
o problema. É preciso não esquecer que nós tivemos muitos dias para emendar o
Processo, mas eu estou aberto: 11h30min.
A SRA. MARIA
CELESTE: Muito obrigada, Ver. João Antonio Dib, sempre contando com a sua
compreensão nesse aspecto; embora os prazos tenham sido todos alterados, nós
não tivemos tantos dias assim, Vereador.
Bom, eu gostaria de me deter mais nas ações da
FASC, da Assistência Social do Município em relação ao Plano Plurianual.
Constatei algumas questões que são inclusive de concepção. E eu falava, no meu
período de Comunicações, sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, que vem
trazendo um novo paradigma, uma nova concepção. E aqui eu vejo na diretriz a
ampliação da rede de abrigos, a criação de um abrigo para atender 152 crianças
e adolescentes numa meta para 2006, no valor de 1 milhão e 897 mil reais, sendo
que esse valor será dividido em 2006 e em 2007.
Então eu gostaria de perguntar se a ação é a de
ampliar a rede de abrigos? A meta ideal seria apontar quantos abrigos seriam
construídos, e não já dizer da criação de um abrigo para 152 crianças. Ora, nós
estamos indo, com essa ação, na contramão da história. O Estatuto da Criança e
do Adolescente prevê que sejam construídos, sim, abrigos, quando houver
necessidade. Infelizmente, lamentavelmente, nós precisamos desse suporte, de
que haja abrigos, mas abrigos pequenos, abrigos que trabalhem a peculiaridade
da infância, abrigos que possam estar fazendo, de fato, o retorno da
convivência ao lar dessas crianças quando necessitam desse equipamento. Aqui me
parece que nós estamos indo na contramão da história, estamos já deliberando
uma concepção. Será que vamos criar um grande abrigo novamente na cidade de
Porto Alegre para 152 crianças?
Uma outra questão que eu gostaria de colocar: o
Centro Municipal de Ação Integrada atenderá a 80 crianças em 2006; 30 crianças
em 2007; 40 crianças em 2008; 200 crianças em 2009, num total de 2 milhões e
258 mil reais. Serão 903 mil em 2006; 338 mil reais em 2007; 451 mil reais em
2008; 564 mil reais em 2009. Pela ação, pelo que está colocado - e não está
muito claro - a FASC visa a atender crianças e adolescentes de sete a dezessete
anos em situação de rua e suas famílias, por um período, vejam só, de duas
semanas. Esse Programa prevê atendimentos a crianças, adolescentes e suas
famílias por um período apenas de duas semanas. Que projeto é esse? Que
Programa é esse? É uma casa de acolhimento? É um abrigo? Que tipo de
equipamento é esse? Então, essa é uma outra questão que precisamos, de fato,
estar trabalhando, estar verificando como diretriz dessa ação.
A última ação da qual gostaria de falar, pois o
tempo está se esvaindo, é o Serviço
de Apoio Sócio-Educativo, o SASE. Esse Serviço é novo na Cidade, é um Serviço
construído a partir do Estatuto da Criança e do Adolescente, a partir de uma
nova lógica: um atendimento a crianças e adolescentes de sete a quatorze anos
na rede conveniada. Vejam só, há previsão de atender 3.555 crianças em 2006;
712 em 2007; 712 em 2008; 712 em 2009. Os recursos são da ordem de 8 milhões,
517 mil e 287 reais, sendo gradativamente colocados, no decorrer dos anos: 2
milhões, 424 mil e 863 reais em 2006; 2 milhões, 60 mil e 808 reais em 2007; 2
milhões, 15 mil e 808 reais em 2008 e novamente esse valor em 2009.
Faço uma pergunta óbvia, Verª Clênia: o que
acontece com as demais crianças, as 2 mil e 843 crianças que foram atendidas em
2006 e que, no decorrer dos anos, não serão mais atendidas, porque diminui o
número de crianças no atendimento no Serviço Sócio-Educativo em meio aberto? Há
um grande equívoco nessa ação. Vejo com muita satisfação que o Fórum de Entidades
já identificou, na Conferência Municipal da Criança e do Adolescente, esse
problema e já apresenta uma emenda nesse sentido, de poder garantir que, pelo
menos, se mantenha o mesmo número de crianças nesse atendimento. Aliás, nós já
atendemos a 4 mil e 560 crianças no ano passado, Ver. Todeschini, nós já
tínhamos, na rede de atendimento da Prefeitura, mais do que o número previsto
por este Programa apontado no Plano Plurianual. Então, eu queria falar da nossa
preocupação em relação, sobretudo, à questão da Assistência Social.
A Srª Clênia
Maranhão: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Maria Celeste,
duas questões das intervenções anteriores eu queria responder. Primeiro, ainda,
sobre a intervenção do Ver. Comassetto: ele não ouviu, mas, antes da fala do
Vereador, a Presidência leu um Ofício do Executivo que apresentava as
codificações necessárias. Então acho que essa informação é importante para o
Vereador.
Em relação a essa sua preocupação - a Vereadora fez
um bom estudo dessa área social -, acho que há um equívoco na interpretação dos
dados. Os números apresentados, inclusive, são números que acrescem em relação
ao que estava previsto anteriormente, no que se refere a SASE na área da
Assistência Social. Os valores que a senhora leu referem-se às crianças a mais
que serão atendidas, considerando-se as que estão sendo atendidas na situação
atual. Eu acho que é um problema de compreensão dos dados, considero importante
a senhora levantá-los para que a gente possa explicar.
A SRA. MARIA
CELESTE: Perfeito. Obrigada, Verª Clênia, fico satisfeita com a sua explicação,
porque a forma como está colocada, a metodologia proposta, estabelece
concretamente. Aqui são dados concretos que diminuem e não aumentam. Agora, a
senhora coloca que a previsão é de aumentar 712 crianças em 2007; 712 crianças
em 2008 e 712 crianças em 2009, e não diminuir. Então penso que é importante
esse esclarecimento para que, inclusive, possamos fazer emendas no sentido de
adequar esse esclarecimento aqui.
Por
fim, eu queria dizer que esta Peça Orçamentária é fundamental na área da
Assistência Social, nós estamos promovendo, junto ao Fórum de Entidades, várias
emendas para corrigir esses equívocos que se apresentam no Plano, os números
que estão aí, porque gera um certo desconforto a diminuição de verbas para um
atendimento como esse, para o qual já havia uma previsão maior em relação ao
que está sendo colocado no Plano. Obrigada, Sr. Presidente.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, na
terça-feira à tarde, na Comissão de Finanças, foram distribuídos Processos para
serem relatados. Ontem, pela manhã, os Processos foram entregues aos Srs.
Vereadores da Comissão de Finanças. O Presidente também recebeu. Mas eu acho
muito oportuno trazer neste momento - este momento me pareceu muito acertado -
o Processo que trata de uma permuta de imóveis.
No dia 10 de abril de 2000, este Vereador, depois
de um Pedido de Diligências junto ao Executivo, como membro da Comissão de
Finanças, deu Parecer contrário à aprovação deste Projeto. Recebeu o apoio dos
Vereadores Adeli Sell, João Carlos Nedel e João Bosco Vaz, quatro votos a zero;
inclusive o PT aprovou o Parecer. E aí ele foi andando, foi andando, e foram
enchendo, foram colocando papéis, e chegava o fim do ano e não discutiam. Foi
continuando, foi continuando... E agora o Prefeito Fogaça mandou, outra vez, o
Projeto para ser examinado pela Casa e votado.
A Comissão de Justiça disse que não havia óbices à
sua tramitação, e eu também entendo que não há. Aí, cabia a este Vereador, que
há pouco mais de cinco anos havia rejeitado o Projeto, dar Parecer. Agora, não é
porque trocou de Prefeito, porque, depois do Prefeito Raul Pont, veio o
Prefeito Tarso Fernando, o Prefeito João Verle, e, agora, está o Prefeito
Fogaça. Não é por causa do Prefeito, é que a permuta proposta pela Prefeitura
não foi discutida devidamente, nós tínhamos que discutir Requerimentos. Vamos
votar o Requerimento. Requerimento do requerimento, como disse ontem o Ver.
Haroldo de Souza. Vamos votar Requerimentos, mais Requerimentos e, na Ordem do
Dia, nós não chegamos.
Então, este Vereador, que pediu Diligências ao
Executivo, obteve resposta e, em razão da resposta, disse que o Projeto deveria
ser rejeitado. E a Comissão de Justiça, naquele momento, também disse que o
Projeto deveria ser rejeitado. Mas nós não podíamos votá-lo, pois tínhamos
muitos Processos de congratulações, de moções, de aprovação e reprovação, de
solidariedade e não sei quantos mais.
Eu disse que Moção provoca emoção, tensão, briga e
confusão. Este Vereador, então, agora, tinha que achar a solução. Vou ter o
prazer de ler aqui este Parecer aqui favorável à permuta, como favorável foi
também a Comissão de Justiça. Leio primeiramente a epígrafe do Projeto (Lê.):
“Autoriza a permuta de próprio municipal por área localizada na Av. Protásio
Alves para fins de execução do 1º Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e dá
outras providências.”
Leio, agora, o Parecer (Lê.): “Vem a esta Comissão,
para exame e Parecer, o Projeto de Lei do Executivo, em epígrafe, que procura
obter autorização para permutar imóveis, com vista à continuidade da
implantação do 1º Plano Diretor. Este Processo deveria servir para reflexão dos
36 Vereadores. Em 10 de abril de 2000, ofereci Parecer contrário ao Projeto do
Executivo. Hoje sou obrigado a emitir Parecer favorável. A Av. Neuza Brizola
está funcionando há muito tempo. O sistema de drenagem na área foi executado.
Os terrenos particulares, objetos da permuta, foram utilizados, e a própria
diferença de valores da permuta foi paga.”
Então, não há o que fazer agora senão concordar com
a permuta, o que, cinco anos atrás, deveria ter sido decidido. Mas, a cada fim
de ano, ele passou para o ano seguinte, e, no fim de duas Legislaturas, ele
passou para a Legislatura seguinte.
Continuo (Lê.): “Não seria o caso de tomarmos
consciência da necessidade de mais atenção para Projetos que interessam à
coletividade, deixando de lado Requerimentos, criação de novos Prêmios e
discussões que a nada levam? Pela aprovação do Projeto de Lei. Sala da
Comissão, 23 de junho de 2005.” Isso deveria ter ocorrido lá no 23 de junho de 2000,
poderia ter sido aprovado pelo Plenário sem nenhum problema. Mas nós vamos
continuar, provavelmente, discutindo Requerimentos, votando Requerimento do
requerimento, como disse muito bem, ontem, o Ver. Haroldo de Souza. Saúde e
PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Apregôo as seguintes Emendas apostas ao PLE nº
009/05: nºs 80, 81, 82, 83, 84, 85 e 86.
O SR. CARLOS
COMASSETTO (Requerimento): Sr. Presidente, falei da tribuna que faria um
Requerimento. Estou entregando a Portaria nº 042/99, que aponta a correção que
deve ser feita no Plano Plurianual quanto à codificação dos diversos programas
aqui apresentados. É verdade, acabamos de receber, neste momento, uma lista
dessas codificações, porém essas listas estão dissociadas de todo esse
documento. Creio que nós teríamos que receber esse documento e cada programa
com a sua codificação; mesmo assim, estou entregando, aqui, o meu Requerimento,
para que esta lei seja anexada ao Plano Plurianual e para que todos os
Vereadores possam fazer a sua interpretação.
Apregôo a Emenda nº 87 aposta ao PLE nº 009/05.
A Verª Maristela Maffei está com a palavra para
discutir a Pauta Especial.
A SRA.
MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores que estão nos assistindo
através do Canal 16, Ver. Dib, faz pouco tempo que estou na Comissão que o
senhor preside, mas quero apenas tranqüilizá-lo em relação à questão do prazo:
todos nós sabemos que o prazo, de praxe, é até o dia 1º de agosto; afinal de
contas, nós temos todo o mês de julho para poder fazer o relatório. Se esta
Vereadora for sorteada para elaborar o relatório, não haverá problema nenhum,
até porque o recesso é quando a gente mais trabalha, organiza-se mais, pode-se
qualificar mais; até porque a Câmara aceitou mudar o prazo do PPA. Apesar de
não ter sido feita essa discussão como deveria ser, nas comunidades, a Câmara
jamais deixou de ter um tempo especial para fazer o debate. Então,
carinhosamente, com todo o respeito que eu lhe devo...
O Sr. João
Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Nobre Verª
Maristela Maffei, se V. Exª for sorteada, o Projeto estará em boas mãos. Mas eu
quero aproveitar a oportunidade para dizer também que houve um mal-entendido há
quatro ou cinco dias, quando eu reclamei de uma solenidade que aconteceu aqui,
o que foi mal interpretado. Vossa Excelência não tem culpa nenhuma, merece o
meu respeito, como eu disse no meu pronunciamento. Saúde e PAZ!
A SRA.
MARISTELA MAFFEI: Obrigada. Pelo que entendi, tenho certeza de que o
Presidente da nossa Comissão, a CEFOR, vai compreender os apelos aqui das
Bancadas para que a gente possa prorrogar, então, a entrega das emendas
conforme estamos pleiteando, para podermos entregar o relatório até 1º de
agosto.
Mas volto à questão hoje, no último dia dessa
discussão específica, do Plurianual. Nós o debatemos em todos os dias que tivemos
possibilidade na Pauta Especial - e hoje é a última vez -, analisando com
profundidade, dentro do tempo necessário ou não, mas tivemos oportunidade de
estar-nos aprofundando. Mas, com certeza, ficam ainda várias perguntas latentes
na sociedade; nós compreendemos que está, sim, superestimado nos valores totais
e finais, e isso é, no nosso ponto de vista, contraditório ao discurso que foi
apresentado sobre o Projeto.
Dizem que os financiamentos estão suspensos, mas,
ao mesmo tempo, mantêm os valores do PPA. Ao final, qual é a verdade: o que
está sendo dito ou o que está no planejamento da Prefeitura Municipal de Porto
Alegre? Falam em redução das despesas de custeio, anunciadas e confirmadas pelo
Secretário Portela na CEFOR - naquela audiência dita pública, esvaziada, e isso
também é verdade -, porém, como eu estava dizendo anteriormente, não está
prevista essa redução no PPA. Mantêm-se praticamente os valores, a mesma base.
Vamos aos dados mais específicos das ações. Por
exemplo, na questão da Saúde, na página 94, consta a ampliação e reforma dos
pronto-atendimentos. Aliás, aqui quero até recordar os postos de um em um
quilômetro que o Governador Rigotto ia fazer; isso ajudaria muito Porto Alegre,
ia nos dar um pouco menos de problemas, porque é aquela ambulancioterapia;
vemos as denúncias aí com relação à questão do Hospital Cristo Redentor, do
Hospital Conceição; vemos Deputados, Vereadores envolvidos, um escândalo! Isso
tem muito a ver também com o que acontece com a não-descentralização da Saúde.
A metade para 2006, meta zero, nada de metas, mas recursos na ordem de 750
milhões de reais - e o que é isso? Só pode ser chute. É o que eu acredito, mas,
como estamos aqui para aprender também, quem sabe os membros do “Partido da
mudança” possam nos ajudar a compreender um pouco melhor. Que explicações
temos, Ver. Clênia? Eu quero que V. Exª me ajude, por favor, de repente elas já
estejam na retificação que veio para cá. Há recursos destinados, e não há
metas. Que perfeição de Plano é este, Ver. João Dib? Vossa Excelência coloca
aqui que é o melhor Plano apresentado nesta Casa Legislativa.
Outra, na questão das ações, farmácias distritais,
os valores para cada ano são iguais e as metas são diferentes. Queremos
compreender também essas questões. Em relação à questão do SASE, Serviço de
Apoio Sócio-Educativo, no meio do ano, 2 milhões e 400 mil reais; no segundo
ano, 2 milhões e 60 mil reais. O programa é continuado, está na meta das
políticas continuadas, exige, no mínimo, a mesma dotação orçamentária para
mais, e não para menos; a menos que queiram dizer para nós que vão resolver
todos os problemas, e aí fica num decréscimo. Na verdade, esperamos que, com a
vinda do Conselho dos Direitos a esta Casa, façam-se valer aqui, na prática,
todas as Emendas que foram retiradas através da Conferência Municipal da
Criança e do Adolescente, bem como as da Assistência Social.
Na questão da juventude, as ações: por exemplo,
Festival Mundial da Juventude, são 400 mil reais de dotação orçamentária, 100
mil reais destinados todos os anos; só há um, um festival em quatro anos.
Enquanto que para a política de adolescentes, com as questões das gestações,
que é um problema sério que nós temos em termos de políticas preventivas, nós
temos 50 mil reais. O Festival, que colocamos anteriormente, não acontece todos
os anos, vai ser um festival de recursos permanentes? Vejam, são 400 mil para o
Festival da Juventude. E são 480 mil - somente esse valor - para ação
pró-jovem. O que se refere diretamente, por exemplo, à questão da formação dos
jovens? Aqui há distorções e desinformações, há chute, valores e outras coisas
que não estão explícitas.
Nós esperamos com isso, senhoras e senhores, estar
alertando para que venham em tempo para esta Casa justificativas que digam
respeito a essas ações. Aliás, as ações destinadas para a juventude, em grande
medida, referem-se a eventos. Há a Tenda da Juventude; há o Informativo da
Juventude, publicidade; há Juventude em Foco. E isso é muito tímido perto das
nossas expectativas, muitos eventos e poucas políticas efetivas em relação à
nossa juventude. Nós precisamos, senhoras e senhores, de políticas sérias,
responsáveis, que respeitem as organizações, como o Conselho de Direitos, como
o Conselho da Juventude. Nós, mesmo não sendo de forma oficial, estamos organizados,
estamos atentos através dessas organizações para que essas políticas sejam
colocadas em prática.
Pena
que o Ver. Sebastião Melo não esteja aqui ouvindo estas palavras, mas nós
queremos dizer que - em relação ao que foi dito ontem desta tribuna pelo
Vereador - as pessoas têm a impressão de que o Vereador nunca foi Governo, de
que não tem responsabilidade sobre o seu Governo do Estado, fica fazendo
críticas infundadas e irresponsáveis, e ele sabe que nem sempre nós temos o
mesmo tempo para respondermos.
Por fim, senhoras e senhores, acreditamos que,
neste Plano genérico, nós possamos, no mínimo, alinhavar os anseios reais da
sociedade. Porque depois vem a LDO, depois vem o Orçamento, e aí, sim, nós
vamos ver quem é quem, porque aqui é o genérico. Agora eu quero ver ali, no
tête-à-tête, quando de fato vai ter que ir para rubricas, para esses tais de 21
programas, se realmente esses programas vão ser colocados em prática com o
olhar da sociedade, porque, com certeza, essas galerias vão estar, todos os
dias, cheias, ao menos no que depender desta Vereadora. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Apregoamos a Emenda Popular nº 88 ao PLE nº 009/05.
PAUTA -
DISCUSSÃO PRELIMINAR (Art. 151 do Regimento)
(05
oradores/05 minutos/com aparte)
2.ª SESSÃO
PROC. Nº 0976/05 - SUBSTITUTIVO N.º 01, que institui o “Programa para Redução Gradativa do Número de Veículos de
Tração Animal (VTAs)” e dá outras providências,
ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 043/05, ambos de autoria do Ver. Sebastião Melo.
PROC. Nº 2116/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
101/05, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que obriga os hospitais, os postos de
saúde e as clínicas que mantêm convênios com o SUS a exigirem dos Serviços de
Radiologia certificação de qualidade concedida pelo Colégio Brasileiro de
Radiologia nos exames de mamografia e dá outras providências. Com Emenda n.º
01.
PROC. Nº 3539/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 107/05, de autoria do
Ver. Professor Garcia, que
concede o prêmio artístico “Lupicínio Rodrigues” à Prediger Academia de Música.
PROC. Nº 3642/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
181/05, de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que concede o título honorífico
de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor
Alberto Hoffmann.
PROC. Nº 3717/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 114/05, de autoria da
Mesa Diretora, que altera a Resolução n.º 1.388, de 21 de setembro de 1998, e
alterações posteriores, que possibilitou estágios para portadores de
deficiência mental, física, visual e auditiva, através de acordos com a FADERS
e a Prefeitura Municipal, dando nova redação ao art. 4.º e acrescentando art. 4.º-A, fixando em R$
465,40 o valor da bolsa-auxílio mensal, bem como a instituição de limite de 50
vales-transporte mensais.
3.ª SESSÃO
PROC. Nº 2446/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
163/01, de autoria do Ver. Adeli Sell, que institui Ouvidoria Pública no âmbito
do Município de Porto Alegre.
PROC. N.º 0878/05 – SUBSTITUTIVO N.º 01, que autoriza o Poder Executivo a criar o Parque Temático Tradicionalista,
denominado Cidade Gaúcha, equipamento público de caráter turístico, cultural e
de lazer, com o objetivo de divulgar a cultura e as tradições do povo gaúcho e
dá outras providências, ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 039/05,
ambos de autoria do Ver. José
Ismael Heinen.
PROC. Nº 3090/05 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO
LEGISLATIVO Nº 021/05, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que proíbe o
uso de produtos fumígenos em recintos fechados de uso público no Município de Porto Alegre.
PROC. Nº 3610/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 108/05, de autoria da
Mesa Diretora, que altera a Resolução n.º 1.576, de 9 de outubro de 2001, que
institui, na Câmara Municipal de Porto
Alegre, quota básica mensal de custeio a materiais e serviços para os
gabinetes dos Senhores Vereadores, mediante acréscimo de custeio de despesas de
viagens, passagens e diárias aos Vereadores em representação, ou em missão
especial, aos itens formadores da mencionada quota.
PROC. Nº 3611/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 109/05, de autoria da
Mesa Diretora, que altera a Resolução n.º 1559, de 22 de agosto de 2001, que
inclui Estágio Curricular para estudantes de estabelecimentos de ensino médio e
superior na Câmara Municipal de Porto Alegre, dando nova redação ao art. 10 e
acrescentando art. 10-A, estabelecendo a extinção do vínculo entre os
valores pecuniários das bolsas-auxílio
mensais e os padrões de vencimento 2 e 4 dos cargos efetivos, bem como a
instituição de limite de 50 vales-transporte mensais.
O SR. BERNARDINO
VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, venho a esta tribuna para falar novamente a respeito do Projeto do
nosso colega, Líder de Bancada, Ver. Sebastião Melo, que, com esse Projeto
visa, gradativamente, a resolver o problema das carroças em Porto Alegre, visa
gradativamente a eliminar as carroças em Porto Alegre. Todos os Vereadores
recebem, constantemente, reclamações dos nossos porto-alegrenses no sentido de
que, a cada dia que passa, aumenta o número de carroças em nossas vias em Porto
Alegre, inclusive em vias centrais por onde não poderiam trafegar. Infelizmente
a fiscalização não está funcionando. A gente também, quando fala, não pode
deixar de dizer da nossa preocupação com essas pessoas que encontram ali, com
as suas carroças, um meio de sobreviver. O desemprego, todos nós sabemos, é uma
realidade em todo o País e, aqui em Porto Alegre, não é diferente.
Mas a idéia de extinguir gradativamente as carroças
nos agrada, porque acho que é dever do Poder Executivo buscar alternativa.
Evidentemente, seria quase impossível resolver isso do dia para a noite, mas
gradativamente acreditamos que é possível. E nós precisamos buscar uma solução
para Porto Alegre, sob pena de a Cidade ser - acho que já acontece -
considerada a Capital das carroças. Por incrível que pareça, no interior do
Estado, nas cidades longínquas, não há mais carroça; aqui em Porto Alegre, a
cada dia que passa, aumenta o número de carroças. E, Ver. Todeschini,
certamente é a opção que essas pessoas encontram para sobreviver. Só que nos
trazem um problema muito sério no nosso trânsito e temos de dar um jeito.
Esperamos que o Executivo busque alternativas para que possamos diminuir o
número de carroças.
Também estamos estudando outra questão, e ontem
fizemos um discurso a esse respeito. Em relação ao transporte coletivo -
ônibus, táxi-lotação e transporte de táxi normal -, os veículos passam
periodicamente por uma avaliação mecânica, uma vistoria habilitando ou não a
fazerem esses transportes. O ser humano, uma pessoa, quando vai buscar emprego,
antes de iniciar o seu trabalho, faz um exame médico, depois há aqueles exames
periódicos. E os animais não têm, nesse sentido, exigência nenhuma para que
passem por um exame veterinário, um acompanhamento veterinário. Nós achamos que
está na hora de nos preocuparmos com isso, porque é constante vermos as
carroças sendo puxadas por animais sem as mínimas condições de saúde,
mal-alimentados e com outras deficiências mais. Então, acho que já está na hora
de também condicionarmos a habilitação desses animais a um exame veterinário.
É nesse sentido que estamos estudando uma Emenda ao
Projeto do nosso Vereador, Líder de Bancada, Sebastião Melo. Na medida em que
eu falo, eu também busco a provação dos demais colegas, para que se posicionem
a favor ou contra, porque é do debate que buscamos afinar aquilo que é de
melhor para sociedade. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; prezados colegas Vereadores,
prezadas colegas Vereadoras, vou dar continuidade ao que falou o nosso colega
Ver. Bernardino Vendruscolo sobre o Programa para Redução Gradativa do Número
de Veículos de Tração Animal, popularmente conhecidos por carroças. Em Porto
Alegre esse problema se arrasta por longos anos. A grande maioria dos
carroceiros que trabalham em Porto Alegre são recicladores, recolhem resíduos
sólidos, principalmente papéis, residem nas ilhas, seja na Ilha das Flores, na
Ilha dos Marinheiros, na Ilha da Pintada ou em outras; inclusive, há muitos que
residem no Município vizinho de Eldorado. Portanto, creio que podemos também
mandar uma mensagem à Prefeitura de Eldorado e à Câmara de Vereadores de
Eldorado para que tratem desse tema em conjunto com Porto Alegre, porque, se há
um grande número de carroceiros que moram em Eldorado, não podemos ter gerência
sobre eles, mas sim sobre a utilização do espaço e do território de Porto
Alegre.
Por que digo isso? Fiz um comentário aqui na última
Sessão: se não resolvermos, com uma reforma urbanística de localização, o
problema do planejamento da Cidade e a questão de onde essas pessoas estarão
localizadas, nós não iremos resolver o problema dos veículos que essas pessoas
utilizam para trabalhar.
O Sr. João
Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver.
Comassetto, esse problema realmente é difícil. Mas cabe ao Município definir os
locais por onde podem circular as carroças. Nós tivemos o Prefeito Raul Pont,
que deu uma entrevista ao Jornal Le Monde, na França, dizendo que a carroça
resolveu o problema da coleta seletiva de lixo em Porto Alegre. Então, aqui é a
Capital brasileira, ou mundial, da carroça. Mas nós temos uma lei em vigor, de
autoria do Ver. Luiz Braz, que foi levada à Justiça por um dos Prefeitos - não
sei qual deles -, que anulou todos os artigos, menos o primeiro, que impede a
circulação de carroças na 1ª Perimetral.
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Obrigado, Ver. João Dib.
O então Prefeito Raul Pont teve razão quando disse
- e creio que ninguém nesta Casa consegue ou pode negar - que esses
trabalhadores que utilizam a carroça como veículo de transporte prestam um
excelente trabalho de recolhimento. Porém, a ferramenta de trabalho que eles
utilizam é equivocada para a vida urbana que há em Porto Alegre,
principalmente, no Centro da Cidade. Porém, se eles fazem um trabalho
ambientalmente correto, que é o de ajudar na coleta seletiva, eu quero trazer
aqui uma outra preocupação: eles não fazem, na maioria das vezes, um trabalho
ambientalmente correto em relação ao trato com os animais. Os animais de tração
que são utilizados em Porto Alegre, na sua grande maioria, são maltratados, e
isso tem de ser visto pela população. Mas, para que este Projeto aqui
apresentado seja eficaz, nós precisamos tratar da questão e do regime
urbanístico.
Para concluir, também quero falar aqui do Projeto
de autoria do Ver. Ismael Heinen, que cria o Parque Temático Tradicionalista
denominado Cidade Gaúcha. Como o tema dos parques está em Pauta, eu não consigo
ver um parque da Cidade, seja este para o Movimento Tradicionalista ou qualquer
outro parque, cercado, porque para mim a palavra cercado está diretamente
relacionada a cercamento, que é igual a cerceamento, e nós não podemos, na
Cidade onde o seu Plano Diretor, Sr. Presidente, chama as suas praças e parques
de espaços abertos, querer cercá-los. É um equívoco. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, público presente e assistência do Canal 16, eu também me inscrevi
para debater assunto relativo ao Processo nº 0976/05, que institui o Programa
para Redução Gradativa do Número de Veículos de Tração Animal e dá outras
providências, Substitutivo nº 01 ao PLL nº 043/05, ambos de autoria do Ver.
Sebastião Melo.
Esse tema é complexo, envolve a necessidade de
sobrevivência e geração econômica dessas pessoas. A informação que eu tenho é
de que essas pessoas, os carroceiros, fazem a coleta do material para a
reciclagem, para o reuso e, assim, auferem rendimentos de dois, três, até
quatro salários mínimos, às vezes. Por ser uma atividade autônoma, individual,
é um rendimento razoável ante as condições dos trabalhos formais que nós temos.
A importância da reciclagem dos resíduos é cada vez maior e, conforme agrega valor,
aumenta a opção das pessoas, a par das dificuldades para conseguir emprego
formal, a ocupação se dá em grau bastante intensivo na coleta desses materiais.
Aí vem o problema do conflito com o trânsito, com o
transporte, que é o principal elemento elencado no Projeto de Lei, porque cria
as dificuldades, cria o conflito, especialmente nas horas de pico do trânsito.
Eu creio que essa matéria deve ser bem discutida, deve ser trabalhada de forma
a diminuir o conflito. Agora, não vamos entender aqui que se deva fazer uma
eliminação dos carrinheiros, bem como das carroças que transportam esse
material, Ver. Brasinha. Por quê? Porque são muitas as pessoas que sobrevivem
dessa atividade. E muitas vezes a gente vê de forma preconceituosa. Algumas
pessoas que andam de automóvel importado, pessoas de muitas posses acham que
aquilo é um estorvo, é uma atrapalhação; e não é! Essas pessoas, além de
estarem garantindo a sobrevivência, o trabalho, renda para a família, estão
garantindo também a coleta de resíduos para melhorar, para reciclar e
reaproveitar elementos, evitando a degradação ambiental.
Então, eu creio que devemos, sim, instituir uma
disciplina, mas de forma democrática, de forma auxiliar. São muitas as cidades,
como, por exemplo, Brasília, em que os carroceiros, na época do Governador
Cristóvão Buarque, do Distrito Federal, faziam parte do sistema cooperativo de
prestação de serviços na cidade, com a coleta dos resíduos nas vilas e bairros
daquela cidade, dando emprego, sim, para aqueles que não tiveram acesso à
escola, à cultura, que não tiveram um grau de profissionalização maior. Então,
esse não é um tema que deve ser tratado, como muitas vezes nós vimos, na forma
do preconceito. É um tema que deve ser tratado de forma a promover e produzir a
inclusão social dessas pessoas que prestam essa atividade, que não é menos
nobre.
Uma outra discussão que eu quero fazer aqui - e
acho bastante interessante - é sobre o PLL nº 101/05, de autoria do Ver. Dr.
Goulart, que obriga os hospitais, os postos de saúde e as clínicas que mantêm
convênio com o SUS a exigirem do serviço de radiologia certificação de
qualidade concedido pelo Colégio Brasileiro de Radiologia nos exames de
mamografia e dá outras providências, com a Emenda nº 1. Eu acho que este
Projeto é importante e vem a calhar, Ver. Dr. Goulart, surpreendeu-me. A gente,
às vezes, não tem o domínio de todas essas práticas, e há laboratórios que
infelizmente não garantem as condições dos exames que realizamos. Eu fui fazer
um exame, há poucos dias, e o médico disse: “Escolha esse laboratório e esse
laboratório, não escolha esse ou aquele outro, porque não são fidedignos. Eu
não confio nas análises produzidas por esses laboratórios.”
Vossa Excelência faz muito bem, Ver. Dr. Goulart,
com essa iniciativa de propor que esses serviços, que são sustentados e
mantidos com verbas públicas, tenham, sim, uma garantia de qualidade, porque
caso contrário nós não só estaremos jogando dinheiro público fora, como
estaremos induzindo o profissional a erros grotescos, muitas vezes comprometendo
a saúde da coletividade e a Saúde Pública. Então, louvo essa iniciativa, porque
infelizmente há profissionais e há laboratórios que não atendem aos preceitos
da boa técnica, da responsabilidade que devem ter. E, em se tratando de Saúde
Pública, em se tratando de recursos públicos, devem ter, sim, toda a
certificação e todas as garantias para que o interesse público, para que a
Saúde Pública, para que os profissionais possam ser amparados no sentido de
poderão executar a sua atividade com todas as garantias. Parabéns, Ver. Dr.
Goulart; creio que essa é uma iniciativa que deve ser apoiada por esta Casa.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maria Celeste está com a palavra para
discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Ervino Besson está com a palavra
para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Adeli Sell está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. ADELI
SELL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, quero
comentar o Projeto de minha autoria que institui a Ouvidoria Pública no
Município de Porto Alegre. O Projeto é antigo, eu já o discuto desde 2001. Na
época, o Prefeito era Tarso Genro, com quem fiz uma reunião. Ele que disse que,
em princípio, concordava com a idéia da Ouvidoria. Posteriormente, eu fui para
a Administração dirigir a Secretaria Municipal da Produção, Indústria e
Comércio e, agora, na minha volta a esta Casa, desarquivei esse Projeto porque
acredito que está mais do que na hora de um Município da importância de Porto Alegre
ter uma Ouvidoria.
Há muitos Municípios no País que já instituíram,
que já têm esse instrumento de diálogo permanente com a população. Não basta o
telefone 156 da Prefeitura; não basta o telefone 118 da EPTC; não basta o
telefone 195 do DMAE; não basta fazermos, aqui na Câmara Municipal, os Pedidos
de Providência e os Pedidos de Informação. É necessária uma Ouvidoria com uma
pessoa com desprendimento, uma pessoa que tenha o compromisso de ouvir a
população, tenho certeza absoluta de que o povo de Porto Alegre poderá
solucionar um encaminhamento não resolvido, seja através desses instrumentos
que coloquei - os telefones 195, 118, 156, que são disponíveis para todos os
órgãos... Quando os nossos Pedidos de Informação, quando os nossos Pedidos de
Providências não fluem, quando as comunidades não são atendidas, quando há
suspeições sobre condutas inadequadas no serviço público, a Ouvidoria, sem
dúvida nenhuma, cumprirá esse papel extremamente importante da atividade de uma
Prefeitura que se quer aberta, que se quer democrática, que se quer plural para
toda a Cidade e para todos os cidadãos.
Portanto, venho insistir para que todos os Srs.
Vereadores e as Sras. Vereadoras atentem para esse Projeto de Lei que institui
a Ouvidoria no Município de Porto Alegre.
Já ouvi falar num processo de Corregedoria; a
Ouvidoria poderá ter uma segunda instância, que é uma Corregedoria, mas, para
chegarmos a isso no Município, dentro do espaço da Administração Pública, é
preciso antes ter uma Ouvidoria, ou seja, um instrumento que traga para si
todos aqueles encaminhamentos que são importantes. E é claro que as decisões
vão se dar, em última instância, pela palavra, do sim e do não, dependerá dos
encaminhamentos do Sr. Prefeito Municipal.
Esta é a proposição: Ouvidoria na cidade de Porto
Alegre, na Prefeitura, o que já tarda; o Projeto está em discussão, e gostaria
de ter a contribuição de V. Exas. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir
a Pauta.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Ver. Elói Guimarães, Presidente desta Casa; nobres Pares e público que
nos acompanha nesta tarde, eu queria tratar do tema da redução das carroças e
seus respectivos cavalos na cidade de Porto Alegre. Eu acho que é importante
recuperarmos o histórico da caminhada que já existe na cidade de Porto Alegre,
uma caminhada muito significativa, exemplar para muitas cidades. Se o problema
ainda é grave, imaginem se convivêssemos ainda hoje, como muitas capitais ainda
convivem - e toleram -, com lixões, com coletas feitas por crianças, por
adultos diretamente no lixão, com a mistura do lixo seco e do lixo orgânico.
Essa não é mais a realidade de Porto Alegre. Porto Alegre tem uma caminhada,
enfrentou, sim, a presença de lixões nessas situações de exposições da saúde,
da constituição física e da dignidade das pessoas, que era a coleta em lixões.
Na Av. Sertório houve a extinção do lixão, houve a constituição de um aterro
sanitário, a constituição de um galpão de reciclagem, onde incorporamos as
pessoas que viviam do lixão.
Eu quero falar nesse tema, porque me parece que é
esse o caminho. O caminho não é simplesmente retirar as pessoas, mas pensar,
como cidade, numa geração de renda para as pessoas, numa reeducação dessas
pessoas. Não é simples a mudança do trabalho individual, recolhendo na sua
carroça o lixo, para um trabalho abrigado, mais salubre, organizado e coletivo,
que exige toda uma organização pessoal, uma predisposição para trabalhar
coletivamente. A cidade de Porto Alegre não tinha coleta seletiva, e ela foi
implantada em todos os bairros desta Cidade, nesses últimos 16 anos. Se não me
engano, são 18 galpões de reciclagem, igual a esse da Av. Sertório, onde as
pessoas trabalham coletivamente, recebem o lixo reciclado pelos moradores,
produzem os seus sustentos e, mais do que isso, politizam-se, organizam-se,
conseguem enxergar a possibilidade da organização coletiva para mudar a sua
qualidade de vida.
Quero também chamar a atenção de que isso não
terminou com a coleta individual com as carroças, não. É fato que o desemprego
continua assolando este País e esta Cidade, que não é uma ilha. Mas aconteceram
outras ações que eu considero muito significativas, que foi o fomento aos
grupos autogestionários, a economia solidária, a formação constante, a
organização das cooperativas, o suporte às cooperativas. E aí trago o exemplo
da Coopal, uma Cooperativa na Ilha Grande dos Marinheiros, onde se faz um
esforço coletivo, onde a Coopal tem um convênio com o DMLU e conseguiu
empregar, através do trabalho cooperativado, uma série de moradores da Ilha
Grande que trabalham para a limpeza da sua própria comunidade, conveniada com o
DMLU. Ainda na Ilha Grande dos Marinheiros, antes da constituição da Coopal,
houve todo um investimento nos moradores, durante seis meses, com os Coletivos
de Trabalho, programa do Governo Olívio, que envolveu trezentos moradores na
limpeza, na educação ambiental. Na época, a Ilha mudou de cara e resultou na
Coopal. Então, foi investimento em cultura, em formação, apostou na organização
comunitária, ajudou a enfrentar esse problema.
O Sr. Haroldo
de Souza: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Minha querida
Vereadora, V. Exª sabe o respeito que lhe tenho, mas, quando o PT desencadeou
aquele verdadeiro festival de emplacamento de carroças para esse trabalho,
dando emprego para as pessoas, não teria sido mais viável que essas pessoas
tivessem tido aulas de trânsito para dirigir carroça? E aqueles dois carrinhos
pequenos que foram adquiridos pela Prefeitura Municipal, para a mídia? Ou então
Kombis com carroceria para substituir os cavalos e os carroceiros? Não teria
sido mais viável do que o festival de emplacamento de carroças?
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Eu acho que as medidas não são excludentes, Ver. Haroldo. A
identificação dos veículos que estão nas ruas é importante até para casos de
furtos, problemas que possam vir a acontecer, assim como é importante para que
as pessoas tenham dignidade no sentido de se apresentarem como trabalhadoras. E
eu acho que outras iniciativas, como a educação, também têm de acontecer. Como
V. Exª disse muito bem, eu acredito que deve ter havido alguns momentos de
educação para andar no trânsito.
Eu quero encerrar dizendo que há um grande esforço,
um movimento realizado nesta Cidade, que combina geração de renda, formação com
sustentabilidade na Cidade. E eu acho que esse é o caminho. O caminho, puro e
simplesmente, da discriminação e da eliminação não é o caminho da emancipação e
da inclusão. Então, já há uma caminhada construída, há muitos desafios pela
frente, e eu deixo aqui um desafio para o Governo Municipal: enquanto a gente
não trabalha de outra maneira, enquanto nós ainda temos esse número imenso de
carroças, há algumas medidas que devem ser feitas imediatamente, uma delas é um
convênio que possa assessorar os carroceiros no cuidado com os seus cavalos. Na
Vila Dique, dizia-me um carroceiro: “Olha, Vereadora, muitas vezes perdemos o
cavalo - e o cavalo é a nossa fonte de subsistência - porque a gente dá o
alimento errado para ele, a gente não sabe como tratar um problema simples, e
ele acaba morrendo.” E essa é uma ação simples que a Prefeitura poderia
realizar, através de convênios com universidades, buscando uma assessoria,
garantindo uma formação aos carroceiros no sentido de os cavalos serem melhor
tratados, juntamente com uma série de outras políticas que, progressivamente,
ofereçam outras formas de geração de renda, a fim de que essas pessoas se
emancipem e não se tornem cada vez mais discriminadas. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Encerrada a discussão da Pauta.
O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. CLAUDIO
SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós presenciamos, em várias reuniões
nesta semana, uma espécie de paroxismo a que chegou a paranóia de alguns
Vereadores e da sociedade brasileira em geral, com as alegações de que havia um
movimento de uma determinada direita brasileira que gostaria de dar o golpe, um
movimento golpista aqui no Brasil. Ora, movimento golpista seria da direita
brasileira? Essa direita que se locupleta enlouquecidamente, como nunca na
vida, como nunca na história deste País? Essa direita que tem uma proteção
absolutamente patriarcal do Governo brasileiro, em que os banqueiros têm o
maior lucro da sua história no último semestre, em que um banco grande cresce
um banco médio por semestre! Os bancos se dividem em grandes, médios e
pequenos. Os bancos grandes cresceram, no último semestre, um banco médio! Será
que eles estão desagradados? Será que eles querem que esse estado de coisas
termine? Não! Os juros favorecem um lado só da moeda.
Não há condições para nenhum tipo de golpe no País,
que não seja essa forma projetada de dizer que está nos outros a coisa, que a
questão da corrupção é dos tempos antigos, está nos outros, que o Governo é
suficiente em si próprio para se auto-investigar e para fazer um diagnóstico do
que há de corrupção e do que há de moralidade no País. E esse falso moralismo
governamental urde uma trama em que se envolvem todas as pessoas que fazem
políticas neste País.
Fazer política neste País está difícil? Claro que
está. A classe política está sendo envolvida? Sim, está sendo envolvida. Mas
dizer que há golpismo no País é de um ridículo atroz. Dizer que há golpismo e
que a direita quer golpear o Presidente Lula!? Não, ao contrário. A direita
quer que o Presidente Lula fique por dois motivos: o primeiro deles é que eles
nunca faturaram tanto; e o segundo é que este Governo é de um Partido que vai
ter de ficar até o fim e dar a seqüência que a democracia precisa, porque o
mundo não se divide mais em capitalismo e socialismo, como dizem de uma forma
absurda e contra o sentido da história. O que há hoje é democracia, e não
democracias. No mundo, hoje, três ou quatro países não têm democracia.
É isso que está em jogo, e a democracia brasileira
vai permanecer até 31 de dezembro de 2006. Ela vai permanecer como democracia,
e o Presidente vai ser o Presidente Lula, e não vai haver golpe, não! Não vai haver
golpismo nenhum! Essa paranóia, essa barbaridade de fazer com que as coisas
saiam de mim e passem, sob a forma de culpa, aos outros não vai continuar, não!
Podem ficar certos de que no Brasil, com todo esse trauma que está havendo, com
toda essa desgraça que está sendo drenada e que vem à tona como um processo de
depuração, as instituições não vão ser atingidas, porque as instituições se
fortalecem exatamente enfrentando os seus problemas. Essa drenagem de abscesso
que se faz hoje no País, indiscutivelmente, nos leva a uma crise imensa, mas
também nós vamos sair em busca das soluções. As soluções estão em cada um de
nós, políticos, na melhora dos Parlamentos, nunca se esquecendo de que o
político é a amostragem de uma sociedade inteira, essa sociedade que agora está
convulsionada e envolvida com esses problemas.
Agora, a fantasia do golpe, ah, ela foi muito
usada, mas agora, certamente, está longe, e quem apregoa a questão do golpismo
só pode ter uma mente profundamente paranóica.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
fazer uma comunicação.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: A comunicação é a seguinte: a Comissão de Finanças fez, neste momento,
um sorteio para saber a quem competiria a Relatoria do Plano Plurianual, sendo
sorteada a Verª Maristela Meneghetti, para quem nós estamos pedindo assessoria
do Governo também, porque é um fato novo. (Palmas.) Saúde e PAZ!
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Perfeito. Registrada a comunicação. A Relatora do
Plano Plurianual de investimentos, portanto, é a Verª Maristela Meneghetti.
A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; nobres Pares, especialmente
Vereadores da Bancada do Partido dos Trabalhadores, os quais tentarei
representar aqui. Nós teremos uma oportunidade única, Ver. Sebenelo, nesse
processo da apuração de denúncias, de mostrar ao povo brasileiro se de fato
somos todos iguais, ou se esse é só um esforço de Luiz Gonzaga Beluzo. Ele
escreveu na Carta Capital dessa semana o que chama de “O tratado das
trapalhadas morais”, no qual diz que há um costume neste País de se propor a
“sujar o vizinho para esconder a nossa imundice”, sujar os vizinhos para
esconder a imundice que sempre existiu neste País, como para dizer: “Não, somos
todos iguais.” Se não há um movimento de golpe neste País, há pelo menos um
golpe na esperança do povo brasileiro, querendo dizer: “Olha, aí, o PT é igual
à gente. Então, povo brasileiro, não tenha esperança, ele é igual à gente.” E
nós estamos aceitando esse desafio, nós queremos ver e medir, sim, se somos
todos iguais. E eu afirmo para vocês: nós não somos todos iguais! Acho que em
todos os Partidos há pessoas e políticos que se negam a aceitar frases do tipo:
“A vida é assim mesmo”, “Somos todos iguais”, que aquela lama, que aquele
enlameado é natural e invencível neste País. Se estamos longe de construir um
conceito de República, nós temos a história de alguns Partidos e da luta do povo
brasileiro por democracia, que vai exigir que essa CPI e essa Comissão de Ética
sejam muito mais do que, como segue dizendo o articulista, uma novela das oito
ou o futebol, a que o povo assiste, diverte-se, indigna-se e acaba tudo igual,
como se fosse somente um show para a
mídia. Acho que não! Queremos que seja muito mais do que isso.
E o teste já foi colocado para o Congresso
Nacional; a Comissão de Constituição e Justiça aprovou a Reforma Política.
Apoiar a Reforma Política, fazer um debate sério e profundo vai trazer à tona,
na verdade, as concepções de cada um dos Partidos, quem defende, de fato, o
avanço na construção desta República. Temos de fazer uma discussão que
comprometa os Parlamentares com o seu Partido, com o seu projeto, que faça com
que as alianças sejam comprometidas com o País e não com interesses
individuais, que não se deixe prosperar os Partidos de aluguel, que se
enfrente, hoje, o desequilíbrio que há na representação dos Estados, o
financiamento das campanhas, porque hoje a grande corrupção dá-se pelo
financiamento das campanhas, pela construção do voto do eleitor que é feito
através do poder do dinheiro. Então, chamo atenção para isso, e esse é o
desafio que o PT vai enfrentar de cara limpa, de cabeça erguida, punindo, sim,
se por acaso alguém tiver entrado nessa lógica que nós sempre combatemos e
denunciamos. Essa é a nossa expectativa e essa é a nossa aposta.
Mas eu também quero chamar a atenção, por último,
sobre algo que a gente tem de se debruçar, porque muitos liberais acham que o
Poder Público não tem jeito mesmo, que ele é corrompido por dentro, acham que a
solução é entregar ao mercado, à privatização. E chama-nos a atenção esse
articulista, o Luiz Gonzaga, quando diz que, na verdade, o que a gente está
vivendo é uma impunidade não só dos que são comprados, mas do que compram. E
quem compra são aqueles que compõem “a comunidade de interesses” - termos dele
- “que exercem o poder real neste País e que trafegam pelos ares do Brasil em
seus garbosos jatinhos”. Quem compra é o poder econômico, que compra os
políticos; é a iniciativa privada que quer fatias da política pública e paga
por isso. Esse é o debate sério que nós temos que fazer. A iniciativa privada é
que entra, compra e corrompe políticos, Partidos que, na fragilidade do sistema
político, se vendem. Então nós temos que enfrentar isso também e enxergar que
temos muito que fazer, mais do que bravatas, para mostrar que somos diferentes.
Obrigada, Sr. Presidente.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Registro a presença do ex-Vereador Werner Becker,
advogado, militante, que atua nos Tribunais Superiores do nosso País. Seja
bem-vindo, Dr. Werner Becker.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, eu solicitaria a V. Exª que
determinasse à Diretoria Legislativa que incluísse no Processo do Plano
Plurianual o Ofício nº 168 do Prefeito, porque foi solicitação do Ver.
Professor Garcia na Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul -
isso seria como que uma mensagem aditiva. É um explicativo, mas importante.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Exato, conforme Requerimento de Vossa Excelência.
O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. MÁRCIO
BINS ELY: Ver. Elói Guimarães, Presidente; na presença de V. Exª cumprimento os
demais Vereadores e Vereadoras desta Casa, público que nos assiste na TVCâmara,
demais porto-alegrenses presentes no nosso plenário, imprensa, funcionários da
Casa. Utilizo hoje o tempo de Comunicação de Líder do meu Partido, representado
no Legislativo Municipal por seis Vereadores - Verª Neuza Canabarro, Ver. Nereu
D’Avila, Ver. Ervino Besson, Ver. Dr. Goulart, Ver. Mario Fraga e este Vereador
-, para prestar um tributo a uma pessoa que muito contribuiu para a política no
nosso País. Falo de Leonel de Moura Brizola, nosso querido Brizola, que hoje se
encontra no oriente eterno.
No dia 21 deste mês, completou um ano de seu
falecimento. Nasceu em 22 de janeiro de 1922 no povoado de Cruzinha, antes
pertencente ao Município de Passo Fundo e hoje atual Carazinho. Estudante de
Engenharia, ingressou no recém-fundado Partido Trabalhista Brasileiro, o PTB,
em agosto de 1945, para apoiar a política social de Getúlio Vargas. Era
universitário atípico, uma vez que a maioria de seus colegas era comunista ou
udenista. Faço esta manifestação, trazendo também um pouco do histórico da
trajetória de Leonel Brizola, em virtude da sua conduta moral e ética
inabalável, em meio a essa turbulência que se encontra a política brasileira.
Nós que fazemos parte do Parlamento, às vezes,
somos pegos de surpresa por alguma piadinha. Ontem, eu estava em um jantar do
Rotary, na posse da Diretoria do Rotary Clube Norte, e o pessoal fez uma
piadinha: “Como é que é o negócio do ‘mensalão’ e tal?” Então, eu acredito que,
infelizmente, nós estamos desacreditados. Pessoas como o Leonel Brizola fazem
com que a gente reflita e venha a atuar com a prática que ele sempre atuou: uma
política transparente, uma política correta, uma política honesta. Um homem
limpo, como escreveu o próprio companheiro Vieira da Cunha, ontem, nas linhas
do jornal Zero Hora: “A ditadura militar virou do avesso a vida de Leonel
Brizola e não encontrou nada que pudesse denegrir a sua imagem.” Então,
prestamos este singelo tributo.
Provavelmente, por vir de uma vida dura, uma
infância pobre, trabalhando para estudar, é que Brizola se identificava com a
classe trabalhadora; atípico, também, porque, já alcançando êxito naquela
idade, não aderia aos ideais das elites e até se orgulhava de sua origem popular.
Sua trajetória política, marcada pela coerência, rapidamente o levou a exercer
cargos importantes na vida política brasileira: Deputado Federal, Prefeito de
Porto Alegre, Governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro por duas
vezes. A ditadura tentou tirá-lo de cena, roubaram-lhe a sigla PTB, mas Brizola
continua sendo um referencial na política brasileira.
Leonel de Moura Brizola, no ano que vem, temos
eleições, vamos renovar o Congresso e temos certeza, querido companheiro
Brizola, que hoje se encontra no oriente eterno, que nós estaremos carregando o
teu legado, porque um Partido que sabe de onde veio, que sabe para onde vai tem
história e vai transformar este País, endireitando essa bagunça que está
tomando conta da política brasileira. Fica o teu exemplo para nós, para mim,
que sou um jovem de primeiro mandato, de coerência, da forma como tu
trabalhaste a bandeira da Educação. Hoje fazemos este registro, um tributo a
ti! Um grande abraço a todos. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. CARLOS
TODESCHINI (Requerimento): Sr. Presidente, quero fazer um Requerimento só para
auxiliar o Vereador que se pronunciou antes, em Comunicação de Líder, do PDT.
Ele usou palavras que não são adequadas para o momento, que não fazem parte da
concepção do PDT e que não faziam parte da concepção do Brizola. O Ver. Márcio
usou a expressão: “O regime militar não conseguiu denegrir a imagem do
Brizola”. “Denegrir” é um termo que não deve ser usado porque é incorreto.
O Ver. Professor Garcia está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR.
PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, nesta semana, na segunda-feira, o nosso Gabinete teve a
oportunidade de proporcionar uma discussão com o Conselho Político e a
sociedade civil em geral acerca de um tema referente à coleta do lixo seletivo
em Porto Alegre e a situação dos carroceiros. Duas pessoas fizeram abordagem;
primeiro o Fúlvio Petracco, que expôs uma visão empresarial no sentido de que
hoje se conseguem, em média, 700 toneladas/mês, ele falou que não devemos
tratar o lixo como lixo, para a sua transformação em luxo. E o Irmão Antônio
Cecchin - aqueles que o conhecem sabem que ele tem um longo trabalho na área
ambiental, lá na Ilha Grande dos Marinheiros - trouxe alguns dados importantes,
nos quais eu gostaria que os senhores e as senhoras prestassem atenção, porque
muitas vezes nós não nos damos conta de que essa questão do lixo tem que ser
levada cada vez mais a sério em vários prismas.
Primeiro dado: em Porto Alegre existem 18 unidades
de reciclagem de lixo, com aproximadamente mil catadores. E um detalhe
importante: hoje grande parte desses catadores está sem trabalho. Por quê? E
aqui eu gostaria, depois, que a base governista ouvisse a minha fala e entrasse
em contato com o Prefeito, com o Diretor do DMLU, porque até 30 de dezembro
existiam 30 caminhões para coleta seletiva de lixo. Hoje, apenas 12 caminhões
estão fazendo esse trabalho.
Um outro dado: Porto Alegre tem, em média, sete mil
carroceiros. Está-se apresentando, inclusive, um Projeto aqui para diminuir o
número de carroças, acho que é pertinente, mas, ao mesmo tempo, nós também
temos que procurar algumas alternativas e ver de que forma vamos substituir as
carroças; já foi apresentado, há alguns anos, um carro movido a eletricidade,
mas o custo era muito alto. A grande realidade é que, hoje, mais ou menos, de
forma indireta - porque consta como família -, 35 mil pessoas vivem
exclusivamente do lixo em Porto Alegre. E essa questão é tratada de forma tão
séria que, por exemplo, quanto ao Projeto de Entrada da Cidade, para ser
construído, o BID exigiu que, das 400 moradias, 50 fossem destinadas a
catadores de lixo. Só um detalhe: os 50 catadores de lixo ainda não ocuparam as
casas, só 12 se habilitaram, porque, na realidade, não tiveram uma formação,
não tiveram um tratamento melhor, não tiveram uma visão social de mudança.
Agora, o que se busca - e essa foi a solicitação do
Irmão Antônio Cecchin - é que o Governo Municipal priorize... Primeiro,
queremos saber por que só 12 caminhões fazem a coleta de lixo seletivo em Porto
Alegre; segundo, hoje quase mil catadores das 18 unidades estão sem trabalho
por não haver lixo seletivo para esse trabalho, porque, com 12 caminhões,
quando vão buscar, grande parte desse lixo já foi coletado por outros catadores
que não pertencem às diversas cooperativas, e esse lixo é vendido de forma
diferenciada. Eu vou voltar a falar desse tema porque, muitas vezes, trata-se
de pessoas totalmente excluídas na sociedade, mas eu volto a dizer: hoje esse
segmento representa 35 mil pessoas no Município de Porto Alegre, e muitas
dessas famílias, quando estão atuando dentro dos diversos setores da coleta do
lixo seletivo, nas usinas de reciclagem, conseguem ganhar até um salário
mínimo. Então, é importante termos esse cuidado, ver por que apenas 12
caminhões estão fazendo esse trabalho. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Paulo Odone está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. PAULO
ODONE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu disse,
no período de Grande Expediente, que ia fazer uma manifestação política. Recebi
essa provocação e a faço, Presidente, falando pelo meu Partido. Hoje é dia 23
de junho; 23 é o número do nosso Partido, o PPS. Partido do qual eu e a Verª
Clênia, com muita honra, participamos, nós representamos a Bancada do PPS nesta
Casa; é também o Partido do nosso Prefeito.
Ontem ouvi a manifestação do Ver. Mario Fraga
registrando a posição do seu Partido em âmbito nacional diante da grave crise
por que passa o Congresso. De forma especial, ilustravam aquele pronunciamento
as cenas que vimos à noite pela televisão referente ao nosso Congresso Nacional
e que não ajudam nem um pouco a imagem dos mandatos dos Parlamentares, que são
os representantes do povo, seja em nível municipal, estadual ou federal. E a
manifestação que tenho a fazer, junto com a manifestação feita pelo PDT, ontem,
é que realmente o meu Partido, em nível nacional, desde o início do Governo,
tem feito tudo para colaborar com a governabilidade, e até o seu voto e o seu
apoio tem dado. Assim como a Bancada do PDT também, em nível nacional, várias
vezes fez isso.
Antes dessa crise, preocupados com os rumos que o
País toma, com algumas frustrações, inclusive em relação à sua política
econômica, mais ortodoxa do que qualquer política, antes tachada de neoliberal,
de monetarista, de escrava do FMI e da banca internacional, nós já pregávamos
uma grande reflexão sobre a posição dos nossos Partidos, sobre o Brasil, diante
da globalização. E é verdade que, com o PDT, inclusive, estamos construindo
para fazer um grande seminário, trazendo gente inclusive sem filiação
partidária, para que haver um bom debate sobre essa questão que o Governo foge
e que o PT tem dificuldade de enfrentar, porque é extremamente dividido nas
suas bases públicas.
Mas uma questão que nenhum de nós deveria ter
dificuldade de enfrentar é a questão ética. E, quando a questão da ética foi
frontalmente levada à baila no Congresso Nacional, e por um Presidente de
Partido lançada, por horas e horas, em manifestação quase teatral, com fatos
concretos, com detalhes e com nomes, não dava mais para ninguém fugir à
existência da crise e à existência de fatos reveladores e indiciadores das
graves questões éticas, como, por exemplo, o “mensalão”. E, se não dá para
fugir, a atitude mais digna por parte do Governo, que fez a sua política de
aliança, de sustentabilidade - e o “mensalão” acusa que ela é feita assim -,
deve ser apoiar o profundo, claro e agudo esclarecimento de todas as denúncias.
É a única maneira de resgatar a sua própria imagem, uma imagem que o PT passou
anos tentando construir no sentido de que, talvez, fosse o único guardião da
ética na política. Mas, de repente, se viu obrigado praticamente a lacrar a
CPI, a botar “chapa branca” na CPI, quando deveria ter ido, profundamente,
dizer que queria alguém da oposição para que fosse isenta a apuração! Não,
preferiu passar falando dos oito anos do Fernando Henrique, da corrupção antes
de ter assumido, do que olhar para o que acontecia no momento.
Essa postura é condenada pelo nosso PPS! Essa
postura nós não aceitamos! Se o PDT também não a aceita é porque também não
está lá nessa base, e, graças a Deus, ninguém está sendo acusado pelo
“mensalão” aí. Mas a postura que todos nós devemos ter, independente de
Partido, é de apoiar a mais profunda apuração disso, única maneira de
continuarmos dando governabilidade! Nenhum de nós, do PPS, deseja pedir o impeachment do Presidente! Longe disso,
não queremos crise institucional! Mas queremos a profunda e aberta apuração dos
fatos, sem medo de uma CPI, sem levar as acusações aos Fernando Henrique, mas
assumir os seus próprios erros, olhar para o seu umbigo e fazer a limpeza
higiênica da sua postura enquanto no poder! Essa é a posição do meu PPS, 23, no
dia 23 de junho. Tenho orgulho de dizer isso aqui e espero que o Governo
Federal, pela Liderança do seu Partido básico, o PT, vá a fundo na apuração desses
fatos. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Não há mais inscrições para Comunicação de Líder.
Havendo quórum, passamos à
O SR. MARIO
FRAGA (Requerimento): Sr. Presidente, nós, da Bancada da situação,
queremos solicitar a inversão da ordem dos trabalhos: em primeiro lugar, o PLE
nº 008/05; logo após, o PR nº 077/05.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Mario
Fraga.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, solicito apenas um minuto, para ver se temos um acordo
final em relação a esse Requerimento.
O SR. MARIO
FRAGA: Eu quero que seja colocado em votação.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Mario
Fraga. A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação do
Requerimento de autoria do Ver. Mario Fraga.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; caros colegas Vereadores, falo
especialmente para os Vereadores da Frente Popular, com os quais não pudemos
conversar. Propomos a suspensão da Sessão por alguns minutos para construirmos,
em consenso, a pauta de hoje e, mais uma vez, não obtivemos êxito. Ver.
Professor Garcia, Ver. Carrion e Verª Manuela, nós queremos - para V. Exas., especialmente,
e para os Vereadores dos demais Partidos - ponderar que, no momento do
exercício da maioria, é que se provam, que se testam os verdadeiros democratas,
e não é o que nós estamos enxergando aqui.
O Ver. Mario Fraga, mesmo com o apelo da Bancada do
Partido dos Trabalhadores de que queríamos discutir melhor a pauta, solicitou
que se votasse o Requerimento, uma vez que tem os votos da maioria. Nós não
achamos que esse Projeto do Executivo - e não fomos convencidos - tenha
prioridade, que deve anteceder a rediscussão da Comissão que trataria da
questão da drogadição de adolescentes na nossa Cidade.
Essa solicitação de Comissão, de autoria do Ver.
Professor Garcia e da Verª Maria Celeste, tem uma emergência e uma urgência
incontestáveis. As Bancadas que dão suporte ao Governo Fogaça, diferente da
prioridade que o Governo anunciou sobre a criança e ao adolescente, se
posicionaram contra o seu funcionamento nesta Casa. É uma Comissão que apenas
dará continuidade aos trabalhos já realizados nos anos anteriores, que tratava,
trata e tratará - se pudermos sensibilizá-los - de levantar, de diagnosticar a
situação da drogadição nesta Cidade.
Por mais que as políticas da criança e do
adolescente avancem em equipamentos - abrigos, abrigos menores, reorientação de
abrigos para instituições que tratem individualmente, que construam projetos de
vida -; por mais que tenhamos avançado numa estrutura como a educação social de
rua, que faz abordagem a partir da chamada dos cidadãos; por mais que tenhamos
avançado com um programa integrado de proteção à criança e adolescente, que é a
articulação da saúde, da educação, da geração de rendas, da assistência social;
mesmo tendo construído uma casa, a Casa Harmonia, que atua na área da
drogadição, nós não avançamos, por exemplo, na questão da criminalização do
loló, da produção do loló. Temos temas a tratar com a Brigada, nós temos temas
a tratar que dizem respeito à Saúde, à ação do Estado na questão da drogadição
e não encontramos guarida nesta Casa para esse tema ser prioritário; nem
guarida e muito menos diálogo com a base do Governo para trabalhar.
Nós só queremos constituir uma Comissão para os
Vereadores trabalharem, não é para mais nada; não é um Projeto de Lei
engessando o Governo, não é nenhuma política que se contraponha ao programa
votado, mas, inexplicavelmente, não há espaço, recebe voto contrário,
atropela-se com voto da maioria sem nem ouvir a oposição. Então, é nesse
sentido que encaminhamos contrariamente o Requerimento solicitado pelo Ver.
Mario Fraga, porque achamos que há outra prioridade, achamos que democracia se
faz com o diálogo e não com o voto apenas, que democracia não se faz com uma
maioria autoritária pelo exercício do voto, que vira as costas de forma
arrogante, sim, para os Vereadores que tentam construir uma pauta mediada.
E, sobre a discussão do Plano Diretor, também a
nossa Bancada e a Frente Popular não têm acordo para dar ritmo, não porque não
queiram enfrentar esse tema, ao contrário, estamos bastante assustados com as
informações que vêm do Executivo sobre a análise que o Executivo está fazendo,
Ver. Nereu, por exemplo, das Áreas de Interesse Cultural, de uma redução
dramática das áreas listadas pelo estudo. Não é que não queiramos enfrentar
esse tema, mas não há possibilidade de acelerar um processo quando não existe
diálogo, espaço de composição de uma Comissão representativa das diferentes
sensibilidades desta Casa.
Então, encaminho contrário a esse Requerimento em
função dessas questões.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Apregoamos a Emenda nº 01 ao PR nº 108/05.
Em votação nominal, solicitada pela Verª Sofia
Cavedon, o Requerimento de autoria do Ver. Mario Fraga. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) APROVADO por 19
votos SIM e 07 votos NÃO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
N.º 3098/05 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 008/05, que autoriza a
permuta de próprio municipal localizado na Av. Oscar Pereira n.º 2603 por área
particular sita na Av. Oscar Pereira n.º 3173/3179, nesta Capital.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da
maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 82, §1º, VIII, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia, por força do
art. 81 da LOM, em 22-06-05.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLE nº 008/05. A Verª Sofia Cavedon
está com a palavra para discutir o PLE nº 008/05.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, este
Projeto nos parece uma medida correta e possível do Executivo, um Projeto
comprometido com a preservação da nossa identidade, com o patrimônio cultural
construído em Porto Alegre, para não desvirtuar, não terminar com a memória e
com a história desta Cidade. Há uma troca de prédios com particular, em que a
Prefeitura incorpora um prédio já listado como patrimônio cultural de
estruturação a ser preservado na Cidade. Esse prédio já tem essa designação,
portanto já é identificado nesse sentido, e o Governo toma medidas para
preservá-lo.
Mas eu queria chamar a atenção, e aí a Verª
Margarete Moraes pode me ajudar: mesmo quando não há um processo de inventário
ou de tombamento - que é algo mais completo, pois não se pode mexer em quase
nada da estrutura do prédio, da fachada -, as várias legislações que se propõem
a preservar as cidades, a memória, a história, a sustentabilidade, a paisagem,
o direito à paisagem histórica, recomendam o princípio da precaução. Eu quero
falar desse princípio, porque, em audiência com o Prefeito José Fogaça, com a
família do Quilombo dos Silva, solicitamos apoio à luta daquela família,
remanescentes de quilombos que estão sofrendo uma ação de reintegração de
posse, e o Prefeito se dispôs a dar o seu apoio, mas negou a sugestão, Ver.
Mario Fraga, de estabelecer, por Decreto, a área do Quilombo Silva como Área de
Interesse Cultural, como é o caso da situação desse imóvel. O Prefeito disse:
“Olha, decretar é ilegal. Eu não posso cometer crime.” Nós temos controvérsia
em relação a esse ponto, porque o princípio da precaução manda que o gestor
evite a demolição, evite a descaracterização, se há alguma questão jurídica.
Isso até que se defina, até que se estabeleça até o fim a caracterização do
imóvel e de que forma ele deve ser preservado.
Nesse sentido, o estudo das Áreas de Interesse
Cultural indica 80 áreas. É um estudo muito sério, ele feito pela universidade
em parceria com Secretaria Municipal da Cultura e já foi suporte para ações
jurídicas, para decisões de juiz. Mesmo sendo estudo, mesmo sendo apenas um
Decreto do Prefeito João Verle que remete esse estudo como um critério para
concessão de EVU, ele já tem validade. Por decisão jurídica já protegeu
moradias, já protegeu patrimônio construído nesta Cidade.
E nós estranhamos que o Prefeito tenha tamanho
susto com Decretos ou com a sua obrigação de gestor de exercer o princípio da
precaução. Nesse sentido, preocupa-nos, nesse exame do Projeto das Áreas de
Interesse Cultural, a demora em chamar a sociedade para rediscuti-lo, a demora
em dar notícias sobre como o Governo pretende encaminhar. E mais do que isso:
diferente de proceder com projetos de lei que vão proteger o nosso patrimônio,
como é o caso do Projeto que estamos discutindo agora, nós temos notícias de
mudanças, sim, de pareceres, como é o caso da Casa da Estrela, na Rua Camerino,
uma casa que já foi protegida por um parecer da EPHAC e do Compac, e hoje há
uma mudança, Verª Mônica, num Parecer lá na Secretaria do Planejamento.
Portanto, além de abandonar o princípio da
precaução, de não encaminhar a discussão com a sociedade das Áreas de Interesse
Cultural, o Governo Fogaça autoriza talvez sem o conhecimento do Prefeito a
revisão de pareceres em relação às áreas que deveriam - pelo princípio da
precaução, mas, neste caso da Camerino, já temos parecer do Compac -, ser
preservadas. Então, alerta lá: nós vamos votar a favor, mas estamos preocupados
com o conjunto de ações ainda não tomadas por este Governo para preservar a
nossa memória e a nossa história.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Tenho em mãos Requerimento, de autoria do Ver.
Mario Fraga, que solicita adiamento de discussão do PLE nº 008/05 por uma
Sessão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO por
unanimidade.
DISCUSSÃO GERAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte)
3ª SESSÃO
PROC.
N.º 1785/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 077/05, de autoria da
Mesa Diretora, que inclui art. 240 no Título X – Das Disposições Transitórias
da Resolução n.º 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores
(Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre). (PDDUA/Comissão Especial)
Com Emendas n.ºs 02 a 05. Com Subemenda n.º 02 à Emenda n.º 02. Com Subemendas
n.º 01 à Emenda n.º 03.
Parecer Conjunto:
- da CCJ, CEFOR, CUTHAB
e COSMAM. Relator-Geral Ver. Raul Carrion: pela aprovação do Projeto, da
Emenda n.º 02 e da Subemenda n.º 02 à Emenda n.º 02, e pela rejeição da
Subemenda n.º 01 à Emenda n.º 02.
Observações:
- discussão geral nos termos do art. 126,§ 1º, do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia em 18-05-05;
- retirada a Emenda n.º 01;
- prejudicada a votação da Subemenda n.º
01 à Emenda n.º 02, nos termos do art. 55 do Regimento da CMPA;
- discutiram a matéria os
Vereadores E.Besson e J.A.Dib, em 22/06/05.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PR nº 077/05. (Pausa.) Não há quem
queira discutir.
Eu vou encarecer aos Srs. Vereadores, para o bom
andamento do trabalho, que requeiram um segundo antes e não quando o Presidente
começa a encaminhar.
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Sr. Presidente, eu confio no seu encaminhamento, agora, não pode haver
um segundo presidente aqui no Plenário encaminhando. O Ver. Mario Fraga está
querendo fazer isso. E não é possível isso.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Ninguém monitora esta Presidência. Vossa
Excelência mantém a sua inscrição? Sim? Vossa Excelência está com a palavra
para discutir o PR nº 077/05.
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; prezados Pares, público que nos
assiste, formamos a Comissão de Avaliação do Plano Diretor de Desenvolvimento
Urbano e Ambiental para podermos receber da sociedade todos os acúmulos que já
existem no sentido de aperfeiçoar esse Projeto, que é considerado um Projeto
essencialmente avançado sob o ponto de vista dos seus conceitos, ele deixou de
ser um Plano tecnocrático e passou a ser um Plano estratégico. E, das sete
diretrizes que foram construídas, há uma, a sétima, que se chama Sistema de
Planejamento, que remete e exige que toda a Cidade discuta e traga as suas
sugestões na avaliação do Plano Diretor.
Já há um acúmulo: em 2003 foi feita uma Conferência
Municipal de Avaliação, e houve diversos encaminhamentos, entre eles o de nós
adequarmos o Estatuto da Cidade ao atual Plano Diretor, pois o nosso Plano
Diretor já incorpora um conjunto de determinações ou diretrizes que foram
aprovadas no Estatuto da Cidade, que entrou em vigência a partir de julho de
2001. Como o Plano Diretor foi aprovado em dezembro de 1999, obviamente não
poderia ter incorporado esses princípios sob o ponto de vista da legalidade da
Lei Federal. Mas já incorporou um conjunto por antecedência, justamente por ser
um Plano avançado.
Agora, Srs. Vereadores, Ver. Nereu D’Avila, Ver.
Ibsen Pinheiro, Ver. João Dib, também está em discussão aqui - menciono esses
Vereadores, porque, representando os seus Partidos, estão à frente dessa
discussão sob o ponto de vista da Comissão... Discutimos aqui a constituição de
uma Comissão de Avaliação do Plano Diretor e chegamos a uma Emenda, a partir da
qual essa Comissão poderá ser de 23 membros - 23 Vereadores e Vereadoras -
sobre 36 Vereadores. Essa Comissão está sendo costurada em plenário, porém nós
recebemos também uma segunda Emenda vinda do mesmo bloco, de base de
sustentação do Governo Fogaça. Essa Emenda traz todas as suas justificativas
para a composição ser de 12 membros, colocando que essa Emenda é mais coerente,
porque, se é uma Comissão, tem de trabalhar para o todo. Portanto é uma
Comissão de 12 versus uma Comissão de 23; nós da oposição precisamos
receber uma sinalização por parte do Executivo, porque o Plano Diretor é um
Projeto de autoria do Executivo, portanto ele remete a esta Casa todas as
sugestões para que possamos avaliar, dialogando com a sociedade. Agora, qual é
a posição do Executivo sob o ponto de vista também desse diálogo com a Cidade?
Falo isso porque nós precisamos, como um todo, ter essa orientação do
Executivo, o que não está claro para nós, porque discutimos uma primeira
Comissão com 23 membros, e, agora, a base do Governo também apresenta uma outra
Emenda para que seja uma Comissão de 12 membros.
Olha, se formos pela coerência de uma apresentação
sobre a sociedade, qual que é a mais correta? Não tenho dúvida de que a de 12
membros leva vantagem sobre a de 23. Porém, quais os acordos que já foram
estabelecidos entre essas Bancadas? De que maneira vamos trabalhar isso e de
que maneira vamos nos reportar à sociedade? Então, deixo aqui esse
questionamento; deixo aqui, para concluir, essa dúvida, como um dos membros das
Bancadas de oposição, é necessário haver uma sinalização mais clara do Poder
Executivo. Qual é o período em que ele vai querer discutir esse Projeto? Qual
será o tempo que nós teremos para discutir esse Projeto? Pois nós sabemos que o
próximo ano é ano eleitoral e que logo entraremos em recesso? Qual é o período
em que será discutido com a sociedade? De que maneira receberemos essa
documentação da sociedade? Qual é a profundidade dessa avaliação? Nós não
tivemos, por parte da base aliada, nenhuma dessas sinalizações ou dessas
respostas até agora.
Quando nos chegam duas Emendas do mesmo campo
político, duas Emendas que orientam a constituição de uma só Comissão... Nós
estávamos dialogando, estávamos construindo uma Comissão, porque, até então,
era ela que estava indicada. No entanto, chegou a segunda. Qual é a indicação
dessa? Então, o nosso questionamento, Sr. Presidente, fica registrado. Nós
estamos de acordo no sentido de que temos de concluir este semestre
constituindo essa Comissão que vai avaliar o Projeto de maior amplitude para a
Cidade neste ano. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Apregôo o Requerimento de autoria do Ver.
Sebastião Melo, que solicita a retirada das Emendas nºs 21, 22, 23, 24, 25 e 79
ao PLE nº 009/05.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Eu solicito que nós avaliemos e nos posicionemos sobre os Requerimentos
que estão apensados ao Projeto, pois eles foram apensados quando começamos a
discussão anterior.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu vou submeter os Requerimentos à votação.
Em votação o Requerimento de autoria da Verª Sofia
Cavedon que requer adiamento da discussão do PR nº 077/05 por cinco Sessões.
(Pausa.) A Verª Maria Celeste está com a palavra para encaminhar a votação do
Requerimento que solicita adiamento da discussão do PR nº 077/05 por cinco
Sessões.
A SRA. MARIA
CELESTE: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, encaminho pela nossa Bancada o Requerimento de adiamento de
discussão por cinco Sessões da discussão do Plano Diretor, porque entendemos
que ainda não conseguimos construir um processo que iniciamos há algum tempo,
do qual, de fato, não surgiu resultado prático, tanto entre as Bancadas da
oposição quanto as da situação.
Penso que no processo que iniciou com uma
proposição de inclusão das Bancadas nessa Comissão, respeitando a
proporcionalidade, respeitando o Regimento, de fato, na prática, não houve
avanço. A discussão sobre o Plano Diretor na Casa ficou protelada em função de
tantas outras questões, como o Plano Plurianual e vários outros Requerimentos e
Projetos que nós precisávamos discutir nesse período. Penso que temos que
retomar uma discussão, sim, anterior a essa discussão que nós precisamos fazer
no Plenário. Houve um fato novo nesses últimos trinta dias, que é a Emenda do
Ver. João Antonio Dib, propondo que essa Comissão não mais tenha 23
integrantes, mas 12 Vereadores, como estabelece o Regimento, que diz que as
Comissões Especiais têm que ter 12 integrantes participando.
Nós, da Bancada do Partido dos Trabalhadores,
estamos avaliando essa proposta, porque entendemos que há um fato novo colocado
nesse Projeto de Resolução. Colocamos isso para as Bancadas de situação da
Casa, que tentam fazer com que seja aprovada, de qualquer forma, essa última
discussão do Plano Diretor. Entendemos não haver acúmulo para poder, de fato,
fazer essa última discussão e ir para a aprovação na próxima semana. Nós não
temos sequer a proposta do Executivo frente ao Plano Diretor, o que pensa o
Executivo como proposta de Plano Diretor. Como é que essa Comissão vai se
movimentar aqui na Casa se não há concretamente, se não foi enviada para esta
Casa, Ver. Dr. Goulart, a proposta do Executivo sobre o Plano Diretor da
Cidade? Qual é o objeto de discussão dessa Comissão? Por que atropelar o
processo, se nós não temos minimamente um acordo no número de integrantes dessa
Comissão?
Por isso nós encaminhamos este Requerimento e
estamos juntos, sim, Ver. Mario Fraga, tentando construir uma possibilidade de
consenso para a votação. Há um grande esforço da nossa Liderança e desta
Vereadora, que não é Líder da Bancada, mas que sempre tenta construir isso com
todas as Bancadas do Plenário, no sentido de que possamos nos apropriar de todo
o processo. Não adianta criarmos mais uma Comissão sem que haja, de fato,
objeto de discussão nessa Comissão. Qual é a pressa em instalar uma Comissão de
23 Vereadores que deliberará em relação aos demais que ficam fora, aos 11
Vereadores que ficarão fora dessa Comissão?
Penso que está na hora de nos debruçarmos, sim,
sobre esse Projeto de Resolução, especialmente sobre a Emenda do Ver. João
Antonio Dib, que apresenta um elemento novo nesse Processo. Nós podemos,
inclusive, acordar, nas subcomissões, os temas que são propostos. Ajudamos a
construir isso, mas o Ver. João Antonio Dib traz um fato novo para essa
situação; nós precisamos de tempo para deliberar, para nos apropriarmos, para
discutirmos, respeitando o que diz o Regimento, a proporcionalidade, a inclusão
de todas as Bancadas para a construção dessa Comissão Especial. Já fizemos isso
no decorrer da história desta Casa e estamos fazendo quando construímos a
Comissão Especial da Juventude, quando construímos a Comissão dos Portadores de
Necessidades Especiais, do Ver. Aldacir Oliboni. E queremos manter, de certa
forma, essa conduta, mantendo, acima de tudo, o Regimento da Casa.
Portanto, eu quero dizer aos nobres colegas das
outras Bancadas que o que nós estamos solicitando é um pouco mais de tempo para
podermos, juntos, construir uma Comissão que tenha o objeto de discussão, que
possa analisar o que pensa o Executivo em relação ao Plano Diretor. É um novo
Governo, que certamente tem uma concepção nova sobre a questão da Cidade, e nós
precisamos estar avaliando todas essas questões com um objeto concretamente em
discussão na Comissão. Não adianta atropelarmos o processo, não adianta
criarmos mais uma Comissão nesta Casa que, de fato, não vá operar, ou não vá
trazer construções necessárias e importantes para os cidadãos de Porto Alegre.
Obrigada, Sr. Presidente.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento de sua autoria que solicita o adiamento de
discussão do PR nº 077/05 por cinco Sessões.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; nobres Pares, longe de querer
cansá-los, quero aqui fazer mais algumas provocações. Talvez esta Bancada, que
tem se esforçado para que aconteça o diálogo verdadeiro entre a situação e a
oposição, e não tem conseguido, sinta-se num monólogo nesta Casa. Quero fazer
esse desabafo e tenho certeza de que faço isso em nome dos oito Vereadores da
Frente Popular.
Na discussão do Plano Plurianual falamos em muitos
momentos na Pauta Especial, levantamos muitas questões bastante sérias em
relação ao Plurianual, que está de uma forma diferente, está difícil de
entender. E, da Bancada da situação, poucos Vereadores vieram para o debate.
Acho que isso é ruim, porque empobrece, não sei se vamos conseguir contribuir
como deveríamos para a construção de um bom Plurianual para quatro anos.
No caso da Comissão do Plano Diretor a situação
está muito semelhante. Aí provoco o Ver. Ibsen e o Ver. Nereu, que começaram
algumas negociações conosco, Verª Clênia e Ver. Sebastião Melo. Nós não estamos
enxergando na Bancada do Governo um interesse real de construir um processo
plural, um processo rico, cheio de contraditório, que discuta, que reveja o
Plano Diretor desta Cidade.
O nosso Plano Diretor se antecipou, em muitas
questões, ao Estatuto da Cidade, inclusive produziu conhecimentos que foram
incorporados ao Estatuto da Cidade, hoje uma lei federal: conhecimentos
importantes, políticas importantes de acesso à terra, de partilhamento do solo
e fundamentalmente de gestão democrática, de incorporação da cidadania na
discussão do desenho desta Cidade, do desenvolvimento e futuro desta Cidade. O
nosso Plano Diretor saiu nove anos antes do Estatuto da Cidade, mas há
instrumentos importantes que hoje já são leis federais e que precisam ser incorporados
no nosso Plano Diretor. E, mais do que isso, poderão aprimorar inclusive a rica
caminhada que tivemos na discussão do Plano Diretor, que não foi só a de
incorporar ao Plano Diretor a gestão democrática como o Conselho Municipal do
Plano Diretor, como os Conselhos Regionais, mas, mais do que isso, comprometer
o conjunto desta Casa numa nova cultura que aposta que um morador lá do Lami,
da Lomba do Pinheiro, é capaz de planejar a Cidade. Ninguém nunca aceitou isto
ou achou que isto tivesse a consistência e o símbolo de verdade, de cidadania e
de República: um cidadão sentar com seus vizinhos, com um arquiteto, e
planejar, pensar, projetar a sua Cidade, proteger as características que lhe
dão o sentido de pertencimento, de história, definir políticas públicas para o
crescimento da Cidade e, ao mesmo tempo, incluir o acesso a terra nesta Cidade.
Como vamos garantir um processo rico como esse se
estamos aqui protelando a discussão da Comissão porque o Governo não acena para
espaços de participação da Frente Popular nessa Comissão do Plano Diretor? O
Governo não se entende: a sua base tem proposta de 23 nomes, de 12 nomes; não
define quem será seu Presidente; não envia para esta Casa os Projetos de Lei
que retirou; não há, portanto, conteúdo democrático de debate nesta Casa. Então
nós vamos, sim, impedir a constituição de uma Comissão desse jeito morno, desse
jeito pouco discutido, pouco partilhado e não-democrático. Nós queremos estar
na Relatoria dessa Comissão, ou na sua Presidência. Nós queremos contribuir
efetivamente, o voto é que vai decidir. Agora, impedir o contraditório não cai
bem à maioria. Não cai bem à maioria não deixar que a minoria esteja
representada, ainda mais a minoria que nesses 16 anos foi parte da construção
do atual Plano Diretor, das estruturas de gestão democrática, da mobilização
desta Cidade para tantas inovações que ensinaram até o Estatuto da Cidade.
Então, Ver. Mario Fraga, era importante o
reconhecimento desses saberes e do protagonismo que podemos ter. Por isso,
encaminhamos um Requerimento para adiar por cinco Sessões, para que a
negociação aconteça e a gente corresponda à pluralidade desta Cidade.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento de autoria da Verª Sofia Cavedon que
solicita adiamento da discussão do PR nº 077/05 por cinco Sessões.
O SR.
PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, ocupamos esta tribuna para discutir este Requerimento de adiamento
por cinco Sessões e já o fizemos por inúmeras vezes, porque, na realidade, nós
temos que chegar a alguns denominadores.
Primeiro, a base governista tem duas propostas: a
de uma composição com 23 membros e a outra com 12 membros. Quero salientar que,
desde o início, isso ficou combinado de que para nós é indiferente: se com 12
ou 23 membros, desde que todas as Bancadas sejam resguardadas. Esse é o
entendimento que nós já havíamos discutido aqui na Casa, numa reunião,
inclusive junto com as Bancadas compostas por apenas um Vereador, como é o caso
do PSL, PL, PFL e do PSB. Colocamos a importância de que, para a discussão de
qualquer projeto, houvesse a totalidade das Bancadas. Muito se diz que o
Prefeito Fogaça, quando ganhou a eleição, ganhou com uma parte majoritária da
população, é lógico, que o apoiou. Aqui na Casa está expressa a totalidade da
vontade do povo de Porto Alegre, e os 100% são representados pela totalidade
das 12 Bancadas que formam os diferentes Partidos. Por isso, o nosso entendimento
é de que nós temos de avançar, discutir mais, para que a própria base aliada do
Governo chegue a um consenso, porque se discute, há uma certa evolução, mas não
se chega a um consenso: se são 23 ou 12 membros.
Além disso, uma outra preocupação que nós temos é
de que essa Comissão terá de ser votada na próxima semana, seja qual for a
proposta, de 23 ou 12; mas a Comissão, na realidade, vai ser instalada só a
partir de agosto. Até agora o Executivo não trouxe para esta Casa a sua
proposta de modificações do Plano Diretor. Ora, inclusive todos os Projetos que
estavam tramitando foram recolhidos pelo Executivo. Eu digo aos senhores: nós
criamos uma Comissão e vamos, sim, revisar o que já existe desde 1999, mas
aquilo que está para ser incluído está sendo retido pelo Executivo. Então, o
Executivo tem que mostrar a esta Casa, primeiro, qual é a visão do Governo
Fogaça em relação a Porto Alegre. Eu tenho certeza de que todas as Bancadas têm
um pensamento, e nós queremos discutir isso - essa é a vontade do nosso
Partido, o Partido Socialista Brasileiro -, inclusive queremos discutir com a
sociedade civil, com os seus diversos segmentos para definirmos aquilo que é
melhor para Porto Alegre.
Ora, sabemos que, neste momento, vários organismos
vivos da Cidade se organizam, colocam as suas diferenças, colocam os seus
pontos de vista, mas, na realidade, estamos analisando o existente, em momento
algum estamos analisando aquilo que é a vontade ou pelo menos a presunção do
novo Prefeito. Então, nós gostaríamos, e esta é a solicitação, que, de público,
o Prefeito viesse a esta Casa, trouxesse os projetos que são o pensamento, a
visão do Prefeito Fogaça para a cidade de Porto Alegre. Por exemplo, nesta
semana, na nossa Comissão de Economia, Finanças e Orçamento, o Secretário da
Fazenda disse que o Projeto Socioambiental, neste momento, não vai sair porque
tem de ser feito um novo projeto. Ora, no ano passado, nós discutimos esse
Projeto aqui na Casa, ele criou polêmica em determinados bairros, como na
Tristeza, que, na realidade, é o desaguadouro: o lixo do esgoto cloacal de
Porto Alegre vai passar pela orla. Temos de discutir. Então, qual é a proposta?
O Prefeito Fogaça vai continuar com o Projeto Socioambiental ou ele vai ser
retirado? Se vai continuar: de que modo, junto ao BIRD? Vai resgatar e procurar
novos orçamentos?
Em cima disso é que nós queremos mostrar para os
Srs. Vereadores, para as Sras. Vereadoras que esse assunto não está maduro, que
esse assunto está com dificuldades. Ora, se está com dificuldades, fica difícil
de votar. Mas nós respeitamos. Como eu sempre digo, esta Casa é uma Casa
plural, e tudo é decidido através do voto. Aqui é a Casa da dialética, a Casa
do contraditório. Bom, se essa for a vontade, a maioria vai definir, e, a
partir de então, nós vamos começar a discutir, na realidade, o que se quer.
Enquanto isso, nós não temos uma posição definida, e, se não há uma posição
definida, não nos cabe outra alternativa, senão discutir. Muito obrigado, Sr.
Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
Em votação o Requerimento de autoria da Verª Sofia
Cavedon que solicita adiamento da discussão do PR nº 077/05 por quatro Sessões.
(Pausa.) O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para encaminhar a votação do
Requerimento da Verª Sofia Cavedon.
O SR. ALDACIR
OLIBONI: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, creio que esse tema é de fundamental importância para nós, cidadãos
e cidadãs de Porto Alegre. Nós verificamos que, no ano passado, quando
constituída essa Comissão, ela teve uma série de problemas, houve dificuldade
de interlocução com as demais entidades da Cidade, ficando muitas coisas a
serem resolvidas neste ano. Este ano - a Mesa Diretora é testemunha disso -
oportunizou-se aos nobres Líderes a possibilidade de fazer um acordo entre as
Bancadas e de constituir rapidamente a Comissão que estudará o Plano Diretor.
Mas, infelizmente, já faz mais de sessenta dias e esse acordo ainda não saiu,
por ter havido várias propostas quanto ao número de integrantes da Comissão.
Sabemos nós aqui, para não ser muito repetitivo, que houve a proposta de 22, de
23 e, agora, de 12 Vereadores. Vejam os senhores e as senhoras: se nós não
temos acordo nem mesmo em relação ao número de Vereadores que vão compor a
Comissão, como poderemos trabalhar na idéia de composição contemplando a
pluralidade e aquilo que é direito dos cidadãos? Porque os cidadãos elegeram os
36 Vereadores, e os 36 Vereadores, por meio das suas Bancadas, devem estar
representados. É nesse sentido que o PT e a Bancada da Frente Popular não têm
acordo, ainda não tivemos sinalização de qual é o espaço que teremos na
Comissão, seja de Presidente ou Relatoria. Ainda não temos os possíveis
candidatos a esses cargos, não conseguiram fazer um acordo definitivo, e não
nos sentimos à vontade ou contemplados para viabilizar definitivamente a
Comissão.
Por essa razão estamos pedindo adiamento por quatro
Sessões, porque teremos condições em agosto, após o recesso, num amplo debate
novamente com as lideranças e a Mesa, de viabilizar o acordo e a formatação.
Caso contrário, não há como, porque a diversidade de propostas é tanta que nem
mesmo a base do Governo está se entendendo. Afinal de contas, de onde estão
surgindo as três propostas? Não é da Frente Popular. É preciso que o Governo
Municipal se manifeste, como nós dizíamos anteriormente, a respeito da forma de
composição da Comissão do Plano Diretor, até porque nós sempre contemplamos a
oposição, quando éramos Governo, e na maioria das vezes a oposição ficou com a
Relatoria. E qual é o reconhecimento do atual Governo em relação à oposição?
Até o momento, nada! Nada foi sinalizado, portanto nós queremos o
reconhecimento de que estamos aqui para construir e não para obstruir.
Entendemos que o clima atualmente não é favorável
para votarmos hoje a formação dessa Comissão. Nobre Ver. Nereu d’Ávila,
precisamos amadurecer e constituir um espaço adequado para que a Frente Popular
seja contemplada. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE(Elói Guimarães): Em votação a prorrogação da Sessão por mais duas
horas. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)
(Após a apuração nominal.) APROVADA por
19 votos SIM, 06 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
O SR. IBSEN
PINHEIRO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, leio o art. 195, inciso I, do nosso
Regimento Interno (Lê.): “Da Prejudicialidade. Será considerada prejudicada: I
- a proposição que trate da matéria de outra em tramitação, excetuadas as de
origem do Poder Executivo”. Esta Casa deliberou, há pouco, rejeitar o
Requerimento de adiamento da discussão. O outro Requerimento sobre adiamento da
discussão incide sobre matéria vencida. Conseqüentemente, requeiro que V. Exª
declare a prejudicialidade da apreciação do Requerimento.
O SR. PROFESSOR
GARCIA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, em cima da Questão de Ordem do Ver.
Ibsen, o nosso entendimento é de que não existe nenhuma prejudicialidade,
porque, na realidade, foram cinco Sessões e agora são quatro; se fosse de
quatro para cinco, aí entenderíamos.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Ibsen fundamentou aqui a sua Questão de
Ordem com base no Regimento. Eu devo confessar - e há recurso da decisão do
Presidente; evidentemente, cabe recurso à Comissão de Constituição e Justiça, o
qual posteriormente vem a Plenário... Eu entendo, Ver. Ibsen, que é possível,
sim; busco os antecedentes da Casa. Se não me falha a memória, há Pareceres
examinando a matéria. Há possibilidade de se fazer tantos Requerimentos quantos
não tenham identidade de tempo, embora se trate da mesma matéria. O diferencial
se dá no número de Sessões. Nesse sentido, adotou a Casa, como critério em
Requerimentos, estabelecer determinação no sentido de se votar nesta Sessão.
Então, eu recolho o Requerimento de V. Exª, mas indefiro a questão formulada
por V. Exª e espero que o Vereador proclame a entrada do recurso.
O SR. IBSEN
PINHEIRO (Requerimento): Sr. Presidente, antes me permita um comentário: eu
não teria a mesma segurança de V. Exª em citar a jurisprudência. Na Comissão de
Justiça, nós temos percebido o quanto mudaram as posições constitucionais e
jurídicas, conforme se é oposição ou situação. Incrivelmente. Quem sabe um dia,
para deleite deste Plenário, eu traga alguns votos sobre juridicidade de gente
que agora sustenta o oposto.
Então, Sr. Presidente, eu acho que tem toda a
lógica V. Exª entender que um Requerimento de adiamento repete um Requerimento
de adiamento. A variação de número não é tal que dê outra qualidade ao
Requerimento. Então, Sr. Presidente, eu quero encaminhar a V. Exª um recurso
contra a sua decisão ao Plenário, que é o que estabelece o nosso Regimento,
requerendo dispensa da ouvida da Comissão de Justiça e submissão imediata ao
Plenário. É o Requerimento que faço a Vossa Excelência.
O SR. PROFESSOR
GARCIA: Sr. Presidente, se V. Exª permitir, respeito muito a posição do Ver.
Ibsen Pinheiro, mas entendo que V. Exª é o Presidente da Casa e, como
Presidente, tem essa missão e função de decidir.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Poderia ser formalizado o recurso por escrito, mas
o Requerimento do Ver. Ibsen eu já indeferi. Entendo, interpreto de forma
diferente e sustento o meu entendimento no diferencial, que é o número de dias.
Enfim, no tempo eu sustento o meu ponto de vista. Mas, se V. Exª recorrer da
decisão, e o fará por escrito na forma do Regimento, eu examino, evidentemente,
o Requerimento do recurso de Vossa Excelência.
O SR. IBSEN
PINHEIRO: Vou encaminhar o recurso a Vossa Excelência.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu aguardo. O Ver. Ibsen recorre da decisão. Tão
logo o Presidente tenha em mãos o recurso da sua decisão, ele vai tomar as
providências.
O SR.
PROFESSOR GARCIA (Questão de Ordem): Presidente, nós vamos dar continuidade ou vamos
parar os trabalhos?
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): É uma questão que, efetivamente, trunca o
andamento dos trabalhos. Eu preciso dar provimento ao recurso formulado pelo
Vereador. A Mesa vai receber o recurso do Ver. Ibsen Pinheiro.
O SR.
PROFESSOR GARCIA: Pois não. Então nós vamos aguardar.
O SR. IBSEN
PINHEIRO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, se ninguém se inscreve para
encaminhar, V. Exª pode passar ao seguinte.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, eu estranho, sinceramente, a postura do Ver. Ibsen
Pinheiro, porque lhe falta o respeito ao determinar o que deve fazer durante a
Sessão. Eu estou espantada.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Não, não falta com o respeito. A presidência não se
sente...
O SR. IBSEN
PINHEIRO: Sr. Presidente, citado pessoalmente, quero responder ao espanto da Verª
Sofia Cavedon, para dizer que não me espanta a conduta a que estamos assistindo
hoje. Parece que a oposição que se faz é à Ordem do Dia e não à matéria. À
matéria, se perguntarmos qual é o óbice para negociarmos, não há óbices. Parece
que a oposição é à Ordem do Dia, Sr. Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu aguardo o Requerimento do Ver. Ibsen Pinheiro.
Imediatamente, o Presidente, com base no recurso, vai tomar a decisão.
A SRA. SOFIA
CAVEDON (Questão de Ordem): Sr. Presidente, apenas para um registro: o Ver.
Ibsen não parece estar atento na Sessão, porque falamos inúmeras vezes sobre
quais são as nossas razões para não querer enfrentar uma matéria da Ordem do
Dia. Não temos nenhum problema com a Ordem do Dia, interessa-nos muito votar
aqui Requerimentos e Projetos...
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu não lhe concedi a palavra, inclusive estou
aguardando o Requerimento..
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Desculpe-me, eu entendi que V. Exª havia me
concedido. Eu lhe agradeço de toda maneira.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós estamos aqui aguardando o recurso e eu pediria
que imediatamente se deslinde a questão. Há uma interrupção tácita,
evidentemente, da Sessão.
Eu retomo os trabalhos. Tenho em mãos o recurso do
Ver. Ibsen Pinheiro (Lê.): “O Vereador que subscreve interpõe recurso contra a
decisão de V. Exª que negou a declaração de prejudicialidade a sucessivos
Requerimentos de adiamento de discussão formulados nesta Sessão. Requer
dispensa da ouvida da Comissão de Constituição e Justiça, a critério do
Plenário, ao qual se requer seja submetida a matéria. Sala das Sessões, 23 de
junho. Ver. Ibsen Pinheiro.”
O Presidente examina e decide. Quanto ao recurso,
invoco aqui o artigo 99 do Regimento (Lê.): ”Recurso é o meio de provocar no
Plenário a modificação de decisão tida como desfavorável, por ato da Mesa, da
Presidência” - é o caso - “ou das Comissões.” Traria à colação o inciso IV do
artigo 99 que diz (Lê.): “Somente excepcionalmente, em casos dos quais possa
resultar lesão grave e de difícil reparação, será dado efeito suspensivo ao
recurso.” Por outro lado, o inciso V diz o seguinte (Lê): “Será decidido pelo
Plenário, após manifestação da Comissão de Constituição e Justiça.”
Significa dizer que acolho o Requerimento com
efeito devolutivo e não com efeito suspensivo. Data vênia, meus respeitos a entendimentos e interpretações
diferentes, mas são os dados que a Presidência possui para decidir a matéria
sem invocar aqui os precedentes da Casa, que vêm orientando a Casa. Então,
esta, Ver. Ibsen Pinheiro, é a decisão da Presidência. Mas ouço tantas questões
quantas se fizerem necessárias. Ouço o Ver. Paulo Odone.
O SR. PAULO
ODONE (Questão de Ordem): Presidente, quero manifestar a V. Exª duas
considerações: uma, que eu ia fazer antes em forma de apelo à minoria, é para
dizer que nós não estamos discutindo um Requerimento de adiamento de votação
por cinco Sessões, um por quatro, um por três, um por duas, um por uma. Todos
nós sabemos o que está se fazendo aqui. Há uma tentativa de pedir adiamento
para não votarmos hoje, e há uma decisão, por maioria, para votarmos hoje,
tanto que se requereu para votar no primeiro item da pauta. Então, não é uma
questão matemática, que antes eram cinco, agora são quatro e depois vão ser
três, é o adiamento, isso é óbvio. Nós estamos nos expondo, inclusive, à
apreciação de fora sobre o que está ocorrendo aqui.
A segunda consideração, portanto, é que há um
caráter de excepcionalidade naquilo que estamos tratando. Nós não estamos
pedindo que não seja tratada matéria diferente. Não, é a mesma matéria, é o
adiamento e não-votação hoje. Por isso há procedência, no meu entender, o
primeiro pedido do Ver. Ibsen, mas V. Exª o indeferiu. O recurso que se faz
agora está lhe colocando essa excepcionalidade, pedindo que V. Exª submeta -
não é o efeito suspensivo ou devolutivo que se discute, pode ser o devolutivo -
à decisão do Plenário, sob forma de recurso da sua decisão, a votação sobre
esse recurso, e o Plenário vai dizer se dispensa ou não a oitiva da Comissão de
Constituição de Justiça e vota logo. Então, qual é o pedido? Que submeta
recurso da sua decisão ao Plenário com a dispensa da oitiva da Comissão de
Constituição e Justiça. Se o Plenário, por maioria, que é soberano, decide
assim, nós temos caracterizadas a excepcionalidade que ensejou a votação logo e
a dispensa da oitiva da Comissão.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu invocaria, para o ajuizamento do Plenário, o
inciso V, que diz o seguinte (Lê.): “Será decidido pelo Plenário, após
manifestação da Comissão de Constituição e Justiça.” Então, é da natureza do
recurso ser levado à Comissão de Justiça e posteriormente trazido à deliberação
do Plenário. É o que dispõe o art. 99 do nosso Regimento Interno.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, depois de 34 anos nesta Casa, eu
quero dizer que V. Exª tem absoluta razão. Não há na história desta Casa nenhum
recurso que não tenha sido encaminhado pelo Presidente à Comissão de Justiça, e
o art. 99 é claro. Dou integral apoio.
O SR.
PROFESSOR GARCIA (Questão de Ordem): Prezado Presidente, primeiro eu quero cumprimentar
V. Exª pelo entendimento claro do art. 99. Segundo, eu não vejo, como o Ver.
Paulo Odone colocou, a excepcionalidade, porque esse artifício já foi utilizado
tantas e tantas vezes aqui na Casa. Não é algo novo; pelo contrário, seria
excepcionalidade se surgisse pela primeira vez. E, nesta Legislatura, já foi
utilizado.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu acho que o debate enriquece a Casa. Mas este é o
entendimento que mantém, vênia de entendimentos contrários... Se me permitissem
dizer, no mérito gostaria que assim não fosse o meu entendimento...
O SR. IBSEN
PINHEIRO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, lamento que não tenha vingado o
entendimento tão claro de que o Requerimento para adiar por cinco Sessões, por
quatro Sessões, por três Sessões, por duas Sessões, por uma Sessão é a mesma
matéria e o mesmo objeto, isto é, obstrução anti-regimental. Se V. Exª decidiu,
é atribuição de V. Exª fazê-lo; é minha, porém, desistir do recurso. É o que
estou fazendo. (Palmas.)
O SR.
PROFESSOR GARCIA (Questão de Ordem): Eu só gostaria de colaborar, porque, no nosso
entendimento, não há nada anti-regimental. Seria anti-regimental se
começássemos com um, e isso fosse de forma crescente. Não, o decrescente é
perfeitamente utilizado, inclusive o Ver. Sebastião Melo utilizou isso várias
vezes. Então, eu volto a dizer, não existe excepcionalidade, não existe fator
anti-regimental.
O SR. CLAUDIO
SEBENELO: Sr. Presidente, o que fica prejudicado não é o Regimento, fica
prejudicada a imagem da Casa: uma obstrução assim, em que a pobreza de
argumentos é nítida.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, eu acho que o excesso de formalismo
paralisa a Casa.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Essa matéria está vencida. Eu peço que me tragam o
Processo. (Pausa.) A Mesa recebe um Requerimento, de autoria da Verª Sofia
Cavedon, que solicita adiamento de discussão do PR nº 077/05 por quatro
Sessões. Em votação. (Pausa.)
A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para
encaminhar Requerimento de sua autoria.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, faz uma
grande diferença adiar a discussão por cinco ou por três Sessões, não sendo
esse o objeto neste momento, Ver. Ibsen; quero chamar a sua atenção no sentido
de que, se a adiarmos apenas por três Sessões, poderemos apreciar a matéria
ainda neste semestre; se a adiarmos por quatro Sessões, estaremos jogando a
matéria para o segundo semestre. Portanto são temas bastante diferentes, Requerimentos
com implicações bastante diferenciadas. Mas volto aqui a defender o adiamento
da discussão da constituição da Comissão de Plano Diretor porque, de fato, a
discussão não está acontecendo. Essa é a nossa tese. Não é um problema de não
enfrentar a Ordem do Dia, é um problema de que a discussão deve acontecer, e aí
temos que usar das possibilidades regimentais para provocar a discussão. Parece
contraditório, mas não é.
Volto a falar o que desenvolvia na outra defesa das
cinco Sessões: como é que vamos dar acordo para o debate da Comissão que
enfrentará um tema tão complexo, tão rico, desafiador e tão contraditório, que
mexe em tantos interesses contraditórios, se a base do Governo, que tem
maioria, não está fazendo essa discussão? Essa é que é a verdade, porque, se
dependesse dos Partidos que sustentam o Governo Fogaça, as três Sessões de
discussão passariam sem nenhuma intervenção, Ver. Ervino, essa é a verdade. E o
que estamos fazendo aqui é levantar o debate, sim, porque não são menores essas
questões do tamanho da Comissão, de quem será o Presidente, de quem será o
Relator, em que tempo vai funcionar essa Comissão e com que subcomissões. Nós
entendemos que, por exemplo, no ano das eleições, é muito complicado discutir
Plano Diretor, é complicado de ter quórum, há muitos interesses que ficam
distorcidos, porque é o momento em que o Vereador está candidato a Deputado;
como nós teremos eleições o ano que vem, estará muito na lógica de estar
disputando uma nova eleição.
Queremos discutir melhor com o Governo, com vocês,
com a Bancada que sustenta o Governo Fogaça, qual é o time dessa discussão. Mais do que isso, queremos discutir que
instâncias de participação real da sociedade vão ser garantidas para que esse
Plano afira as vontades, as necessidades, os saberes de todos os segmentos
desta Cidade. E essa discussão não acontece. Está dado, numa forma implícita,
que não teremos, nós, a oposição, mesmo sendo 12 Vereadores de três Partidos
diferentes, espaço para ocupar alguma tarefa relevante, importante nessa
Comissão tão significativa. E o Governo se resume a operar a maioria. É muito
simples governar assim. Muito simples. Apenas temos que decidir o dia,
votaremos...
Por isso a sabedoria do Regimento Interno da Câmara
é que indica instrumentos, elementos para a minoria provocar o debate de quem
não sabe ser maioria de forma democrática, pois é isso que está se consolidando
nesta Casa, nesta Legislatura, na base que sustenta o Governo Fogaça! Isso é
muito preocupante, porque não é qualquer Projeto, não é um nome de rua, é o
Plano Diretor desta Cidade! Temas como o IPTU Progressivo, temas como a função
social da terra, como a densificação desta Cidade, como as Áreas de Interesse
Cultural; temas que são dramáticos, que poderão ter conseqüências dramáticas na
vida do cidadão porto-alegrense não podem ser levados dessa forma, nesse
silêncio, Ver. Haroldo, silêncio que o conjunto dos Vereadores da Bancada do
Governo mantém sobre temas tão importantes para o cidadão de Porto Alegre.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento de autoria da Verª Sofia Cavedon.
O SR.
PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, cuidei atentamente o relógio, nós levamos 26 minutos, Presidente,
naquela discussão se adiava ou não adiava, se era regimental ou se não era
regimental. Vinte e seis minutos equivalem a cinco encaminhamentos! Cinco
encaminhamentos! Ora, o que eu venho dizer, novamente, é aquilo que nós
colocamos: qual é a intencionalidade? Já dissemos claramente: não queremos
votar essa matéria hoje. E volto a dizer por que não queremos votar essa
matéria hoje: inicialmente, porque há duas propostas de Comissão, de 23 e de
12. Temos que discutir qual é a melhor, se é a de 23 ou é a de 12. Na minha
concepção, volto a dizer, o que está acordado - e para isso há o consenso entre
todas as Bancadas - é que, seja a de 12 ou seja a de 23, todas as Bancadas vão
participar. Isso é algo que parece já estar definido.
Agora, quando não há essa posição... E volto a
instigar o Ver. Dib: o Ver. Dib ocupa a tribuna e explica como é a questão de
12; o Ver. Nereu, que está postulando a de 23, vem e explica. O Ver. João
Antonio Dib tem um discurso dizendo: “Olha, 23 Vereadores explicando para
12....”, e o Presidente não vota, ou seja, 23 componentes vão explicar para os
outros 12. É um conceito. O Ver. Dib entende que 12 poderiam explicar. Eu, na
realidade, tenho colocado que para mim tanto faz 23 ou 12, desde que seja garantida
a participação de todas as Bancadas.
(Manifestação anti-regimental do Ver. Dr. Goulart.)
O SR.
PROFESSOR GARCIA: Ah, mais isso é que é importante, porque a
participação de todas as Bancadas - e volto a insistir - é a garantia da
participação da vontade de toda a cidade de Porto Alegre. Essa é a discussão.
Eu coloco isso e vejo que os Vereadores até se alvoroçaram, é sinal de que esse
assunto não está maduro. Simplesmente levanta-se essa questão, e ela já começa
a causar espanto a alguns, mostrando que, em síntese, já vamos ter, em pano de
fundo, uma grande discussão sobre esse aspecto.
O segundo aspecto a ser levantado - e eu já falei
aqui - é que, até agora, nós não temos nenhum Projeto. O Sr. Prefeito retirou
os Projetos que estavam tramitando na Casa para a sua equipe de trabalho
analisar, e o que nós esperamos é que venham a esta Casa os Projetos sobre o
Plano Diretor para este Vereador, pelo menos, poder ter a concepção da
Administração, eu gostaria de saber o que o Prefeito Fogaça pensa na concepção
de Porto Alegre. Eu quero ver qual é a sua concepção urbanística. Eu quero ver
a sua concepção sobre a área rururbana, eu quero ver a sua concepção sobre a
população no seu todo, a questão das ilhas.
(Manifestação anti-regimental do Ver. Claudio Sebenelo.)
O SR.
PROFESSOR GARCIA: Não, Vereador, V. Exª está sendo injusto. Este
Vereador sempre fez e faz o debate independente da situação. Agora, este
Vereador procura ser coerente com o seu voto, por isso o provoco e o instigo
para que ocupe a tribuna e coloque a posição. Ora, na realidade, Vereador, é
muito simples, V. Exª faz parte de um contexto de 25 Vereadores. No contexto de
25 Vereadores, poderia simplesmente votar e definir a situação, mas a
dialética, a discussão mostra que, mais uma vez, nós temos razão. O que nós
queremos? Por que não ocupam esta tribuna para dizer qual é a visão do Prefeito
Fogaça em relação ao Plano Diretor de Porto Alegre? Sabem por que calam? Porque
não têm uma visão consolidada sobre o Plano Diretor de Porto Alegre. Não sabem
o que querem ainda para Porto Alegre.
Eu volto a dizer: sobre o Projeto Socioambiental,
que se discutiu muito no ano passado, até agora não temos uma posição.
Então, de forma clara e fraterna - está terminando
a minha fala -, espero que os Vereadores ocupem esta tribuna e coloquem as suas
diferentes visões porque isso é muito importante para a dialética, para o
entendimento, principalmente, daqueles que nas suas casas nos assistem e muitas
vezes não entendem porque alguns ficam quietos, a gente rebate e não vem o
retorno. Isso é muito importante para a construção de um processo democrático.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação nominal, solicitada por este Presidente,
o Requerimento de autoria da Verª Sofia Cavedon, requerendo adiamento de
discussão do PR nº 077/05 por quatro Sessões. (Pausa.) (Após a apuração
nominal.) REJEITADO por 07 votos SIM, 20 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO
Em votação o Requerimento de autoria da Verª
Maristela Maffei, solicitando adiamento da discussão do PR nº 077/05 por três
Sessões. (Pausa.) A Verª Margarete Moraes está com a palavra para encaminhar a
votação do Requerimento de autoria da Verª Maristela Maffei que solicita o
adiamento da discussão do PR nº 077/05 por três Sessões.
A SRA.
MARGARETE MORAES: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, na verdade, Ver. Ibsen Pinheiro, apesar de tanta
irritação e tanta impaciência, é um direito regimental de qualquer Vereador ou
Vereadora solicitar adiamento de discussão. E nós, com muita responsabilidade,
em nome da Bancada da Frente Popular, estamos solicitando, neste momento,
adiamento por três Sessões dessa discussão. Não adianta V. Exas. ficarem
impacientes, irritados, pois nós não temos horário para sair daqui hoje, nós
vamos ficar e vamos bancar essa discussão, porque não estamos convencidos
quanto a algumas questões relativas ao Plano Diretor. Nós não estamos
convencidos, por exemplo, quanto ao tamanho da Comissão. Havia um consenso, nesta
Casa, Ver. Dib, sobre a Comissão que deveria ser composta por dois terços dos
Vereadores. Surgiu uma nova proposta, muito inteligente, por parte do Ver. Dib,
que propõe que seja de um terço, e há dúvidas, na nossa Bancada. Nós precisamos
discutir melhor essa questão.
E a segunda questão - e é a mais importante - é
sobre o Plano Diretor mesmo. O Plano Diretor que vai trabalhar a cidade do
futuro. Todos nós, políticos, mulheres e homens públicos, temos
responsabilidade, nós temos responsabilidade com uma cidade sustentável, com
uma cidade saudável para as novas gerações. A cidade é um objeto cultural, a
cidade se move sempre, ela precisa de toda essa nossa responsabilidade. E há
uma polêmica muito grande que não foi consensualizada ainda em relação às Áreas
Especiais de Interesse Cultural, porque há toda uma fúria imobiliária, e isso
pode permear aqui por esta Casa, e nós queremos questionar isso.
As pessoas que viajam - e o Secretário da SPM,
Isaac Ainhorn, viajou, foi para a Europa a trabalho - e mesmo as pessoas que
não viajam vêem por livros, pelo cinema o que é o patrimônio cultural das
cidades, encantam-se com os monumentos, com as edificações. Quem não gosta de
ver a Igreja da Sagrada Família, em Barcelona? O Arco do Triunfo, em Paris? Ou
falar em Fernando Pessoa, com seus livros, que é um patrimônio cultural
imaterial, mas que é materializado por meio da sua obra concreta, dos seus
livros? São objetos, são edificações, espaços urbanos que nós, nesta Câmara,
temos a responsabilidade de elevar à categoria de patrimônio, de patrimônio
desta Cidade. E, quando se fala em patrimônio, não se fala em passado, fala-se
em futuro, do que é preciso preservar para o futuro. Existe essa polêmica, e
nós queremos discutir, sim.
Agora, nesse tempo que me resta, eu quero
questionar a intransigência, a pressa da Bancada governista, que quer passar de
afogadilho, quer passar “goela abaixo”. E quero questionar o Ver. Ibsen
Pinheiro, que já foi Presidente da República, já assumiu essa condição, um
excelente Vereador, um jurista superior, mas não está respeitando e não está
tolerando o direito da minoria desta Casa. E relembro que a primeira decisão do
Ver. Ibsen, na condição de Presidente da CCJ, foi a de contrariar uma tradição
desta Casa: havia um pedido de vista da Bancada da Frente Popular para a
concessão de 24 horas, a fim de que pudéssemos apresentar as nossas razões, e
ele deu apenas meia hora. Portanto, isso revela uma situação, um desejo da
Bancada governista de não respeitar a Bancada da oposição. Nós somos minoria,
mas temos direito; por isso e por tantas outras razões que já foram aqui
apresentadas pelos meus companheiros, nós estamos solicitando, fazendo um apelo
à sensibilidade dos Vereadores, à Bancada do Governo, para que se adie, em nome
do futuro, essa discussão por três Sessões. Eu estou pedindo a compreensão de
todos os Vereadores e Vereadoras da Bancada governista, que, aliás, são
maioria, são 24 Vereadores contra 11 da Bancada da oposição. Portanto, vocês
têm maioria sempre, mas têm de compreender que a minoria também tem direito
nesta Casa. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento de autoria da Verª Maristela Maffei que
solicita adiamento de discussão do PR nº 077/05 por três Sessões.
O SR.
PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, vou discorrer um pouco, agora, sobre o que a Verª Margarete colocou
a respeito das Áreas de Interesse Cultural.
Ora,
lembro-me de que, na Legislatura passada, a grande discussão desta Casa em
relação às Áreas de Interesse Cultural era um Decreto do Prefeito - inclusive
se tentou fazer aqui nesta Casa um Decreto do Legislativo -, em que o trabalho
ora realizado era de uma instituição privada, no caso, a Ritter dos Reis, em
que não foram consultadas outras universidades. Aí veio o Executivo e mostrou
que as outras universidades não quiseram participar. Eles diziam, pasmem - e
estamos em junho -, que na cidade de Porto Alegre nenhuma obra saía, nenhuma
obra era autorizada, que o sistema urbanístico estava engessado na cidade de
Porto Alegre. Mudou a Legislatura,
mudou o Governo, e nós esperávamos ações rápidas, ou seja, que, em poucos dias,
um Projeto pudesse ser aprovado. Qual é a nossa surpresa? Estamos no final do
mês de junho, Ver. Ervino Besson, e nada foi mudado. Eu não vejo mais ninguém
dizer que aquele Decreto Legislativo estava errado, não vejo mais ninguém dizer
que tem de agilizar; agora, ouço a população, lá fora, dizendo que, para se
conseguir um habite-se, conseguir um alvará, continua demorando.
Ora!
Então, onde está a coerência? É aquilo que eu digo: temos de ser coerentes
sempre. Discutiu-se tanto na Legislatura passada, criticou-se tanto a questão
daquele trabalho maravilhoso, com algumas restrições, logicamente, da
Universidade Ritter dos Reis - e vejo o Ver. Elias Vidal, que tem uma íntima
relação com a instituição -, que aquele trabalho que o Prefeito sancionou
através de um Decreto parecia algo pecaminoso. E nós sempre dissemos que
realmente não era o melhor, mas era algo que garantia uma possibilidade de
não-estabilidade na cidade de Porto Alegre, principalmente com uma preocupação
em vista da especulação imobiliária, porque poderiam construir altos edifícios
em qualquer lugar da Cidade. Então, a Área de Interesse Cultural teve essa
visão de frear isso.
Já repeti inúmeras vezes que nós devemos ter determinados cuidados. O que está acontecendo ali na Bela Vista, nas proximidades do IPA? Dentro de três anos, não se poderá mais transitar naquele local, porque as ruas são todas estreitas. E o Ver. João Antonio Dib pode me ajudar: são ruas de seis metros de largura, não é Vereador? Ou seja, ruas muito estreitas, e, no entorno, todos os edifícios são de 18 andares, com 52 metros de altura. Ora! Não há capacidade de sustentação viária tão grande para aquele local. Então, imóveis que hoje estão sendo vendidos a 500 mil reais, 600 mil reais, daqui a dois ou três anos - podem ter a certeza -, não serão vendidos com o mesmo patamar, e são recém-construídos. Por quê? Porque não houve cuidado suficiente para avaliar e analisar o impacto ambiental que aquilo estava causando. E isso é uma função que nós temos de discutir aqui nesta Casa.
Se queremos
uma Porto Alegre saudável, por onde possamos transitar - Porto Alegre tem o
maior índice de automóveis per capita
em relação as demais capitais do Brasil -, temos, sim, que ter essa
responsabilidade de cuidar e zelar por aquilo que é mais valioso em relação a
nós, e é por isso que a população nos deu essa procuração, para que possamos
cuidar e zelar por nossa Cidade. O que nós queremos é uma Porto Alegre por onde
todos possam transitar livremente, onde nós possamos ter segurança, onde o
olhar para o Guaíba possa ser tranqüilo. É isso que essa Comissão, espero,
dentro da sua discussão, poderá votar. Sr. Presidente, muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação nominal, por determinação desta
Presidência, o Requerimento da Verª Maristela Maffei que solicita adiamento da
discussão do PR nº 077/05 por três Sessões. (Pausa.) (Após a apuração nominal.)
REJEITADO por 07 votos SIM, 19 NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
Em votação o Requerimento
de autoria do Ver. Mario Fraga, solicitando que a discussão do PR nº 077/05 não
seja adiada. (Pausa.) O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Mario Fraga que requer
que a discussão do PR nº 077/05 não seja adiada.
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; prezados Pares, Vereadores e
Vereadoras, quero aqui, em nome do meu Partido, o Partido dos Trabalhadores,
com muita tranqüilidade, dizer que, como minoria, se esta Cidade, através do
Poder Legislativo e do Poder Executivo, entender que temos contribuições para
oferecer à Cidade, e sabemos que temos, temos que ter a possibilidade de
diálogo.
Esta Sessão está estendendo-se até este momento -
isto tem de ser dito com todas as letras - pela intolerância da coordenação da
base do Governo, que não aceitou a nossa proposta de acordo para a Ordem do Dia
e ainda nos disse com todas as letras: “Nós somos maioria e nós decidimos.” Nós
não podemos aceitar essa possibilidade onde temos que estabelecer o
contraditório; o contraditório é o que enriquece uma cidade. Porque nós achamos
que essa discussão não tem o acúmulo suficiente para discutirmos, aprovarmos
uma Comissão Especial para avaliar o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e
Ambiental.
Quero dizer, para que a sociedade saiba: o Plano Diretor
de Desenvolvimento Urbano e Ambiental é um Projeto de autoria do Executivo, e o
Executivo deve encaminhar a esta Casa a sua proposta de avaliação e/ou
modificações no Plano Diretor. E eu quero perguntar ao nosso Presidente se até
o momento o Executivo mandou uma linha sobre a avaliação do Plano Diretor. Não
mandou! Como é que nós vamos criar uma Comissão para avaliar algo que não
recebemos do Executivo? Onde está a coerência desta Casa? Nós estamos tentando
dialogar, não estamos conseguindo. Vamos avaliar o quê? Qual é a proposta
enviada? Quantas subcomissões poderemos criar? Se o Executivo quiser avaliar,
por exemplo, só uma das estratégias, que pode ser o uso do solo privado, nós
sabemos quantas Comissões podemos criar, que é uma subcomissão, Ver. Dib. E do
que trata isso? Ver. Paulo Odone, Verª Clênia? Os senhores, como representantes
do Partido do Governo, não disseram, em momento nenhum, nesta tribuna, qual é a
proposta de avaliação.
Portanto, o que vamos avaliar? Eu quero que esta
Câmara tenha responsabilidade perante a Cidade para aprovar essa Comissão, que
vai avaliar não sabemos o quê. Ora bolas, essa é - Ver. Mario Fraga, que não
aceitou a nossa proposta de dialogar - a decisão desta Casa? Avaliar um Projeto
do Executivo que não existe?
(Manifestação anti-regimental do Ver. Paulo Odone.)
(Manifestação anti-regimental de Vereador.)
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Sr. Presidente, eu quero que este orador seja respeitado, Sr.
Presidente.
(Manifestação anti-regimental do Ver. Paulo Odone.)
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Eu quero dizer ao Ver. Paulo Odone, que me criticou neste momento, que
não é uma postura “chapa branca”, nós não queremos que seja um Projeto que
venha do Executivo sem diálogo, nós queremos dialogar.
Para
concluir, platéia que nos assiste pelo Canal 16: estamos aqui discutindo e
querendo votar uma Comissão para avaliar o Plano Diretor, avaliar uma proposta
que vem do Executivo, mas não existe nada do Executivo aqui nesta Casa para
podermos avaliar. Nós vamos votar uma Comissão fantasma neste momento. Quero
que fique registrado isso! Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Mario Fraga que requer
que a discussão do PR nº 077/05 não seja adiada.
A SRA. MARIA
CELESTE: Sr. Presidente, o orador na tribuna não está falando sobre o tema do
Requerimento. Peço uma Questão de Ordem, Sr. Presidente.
A SRA. MARIA
CELESTE (Questão de Ordem): Sr. Presidente, o orador na tribuna não está se atendo
à discussão do Requerimento.
O SR. CLAUDIO
SEBENELO: Sr. Presidente, estou falando exatamente a respeito desse Requerimento,
e a Questão de Ordem da Vereadora foi lamentavelmente, exatamente como todos os
outros pronunciamentos, eu tenho um adjetivo para isso: pífia.
A irresponsabilidade da não-discussão dos Projetos
fez com que o Partido dos Trabalhadores cometesse um dos maiores erros da
história desta Cidade, que foi fazer, no lugar mais bonito de Porto Alegre, uma
das maiores lixeiras que já se viu, poluindo o Guaíba, os arroios, tudo em
volta, isso não passou por esta Casa, não foi discutido nesta Casa!
Então, o Partido dos Trabalhadores, agora, sabem o
que eles querem? Eles querem democracia, cidadania, postura, ética. Ora, a
máscara já caiu há muito tempo! A população de Porto Alegre se apercebeu antes
da população do Brasil! A população do Rio Grande do Sul se apercebeu antes da
população do Brasil! E agora o Brasil inteiro está sabendo que o Partido dos
Trabalhadores propõe o diálogo. O diálogo é lindo! Mas só que, desta vez, ele
vem com aquela velha máscara que já caiu e que não nos engana mais, porque é o
diálogo da procrastinação. Isto é o que eles querem: fazer não funcionar a
Sessão, não permitir a votação, não permitir o andamento da Câmara. Essa é a
forma de obstrução que eles fazem, em vez de construir, eles apenas obstruem.
Isso nós já sabemos. E, principalmente, faz muito tempo que a máscara caiu;
para nós, já há bastante tempo. Não dá mais para eles dizerem: “Somos éticos”.
Não dá mais para dizer aquilo que eles diziam, não dá mais para disfarçar, por
quê? Porque nós estamos vendo, há bastante tempo, essa forma de não permitir
que a Cidade vá para frente. Assim como a raposa dizia para as uvas: “Se essas
uvas estão verdes, só os cães as podem dragar”.
Esse Projeto do Governo não tem conteúdo, não tem
diálogo, não tem proposta. Muito bem, não há propostas, mas nós vamos votar e
vamos derrotá-los; a proposta do Governo vai ser aprovada, queiram vocês ou
não.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Professor Garcia está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Mario Fraga que requer
que a discussão do PR nº 077/05 não seja adiada.
O SR.
PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Srs Vereadores e Sras
Vereadoras, quero parabenizar o Ver. Claudio Sebenelo pela exposição. Isso é o
processo democrático, Ver. Claudio Sebenelo! Vossa Excelência vem, ocupa a
tribuna, que lhe é de direito - e não o fez toda a tarde -, veio e colocou a
sua visão. E isso eu acho que é importante, porque o crescimento do debate deve
se dar desta forma: cada um vem e coloca as suas visões. Nós não temos aqui uma
visão única. Que bom! É por isso que esta Casa é composta de 12 Partidos.
O Ver. Dib disse: “Olha, Garcia, mas é a questão da
'obesidade'” -, não é, Ver. Dib? E eu disse para Vossa Excelência: “Não, vamos
falar sobre a questão da orla do Guaíba, Vereador, porque há a questão do
Projeto Socioambiental, que vão colocar todos os dejetos de Porto Alegre, começando
na cadeia aqui da Usina do Gasômetro até o Lami.”
(Manifestação anti-regimental do Ver. Claudio
Sebenelo.)
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Ora, Vereador! Vossa Excelência diz que não foi
feito nada, e nós ouvimos o Secretário da Fazenda dizer que não vai poder fazer
a questão do Projeto Socioambiental este ano, porque vai ter de ser feito um
novo projeto. Mas a Cidade quer isso! Então, não podemos ser - eu vou usar um
termo forte, V. Exª pode discordar - levianos. Nós temos de colocar aqui as
coisas de forma clara. Então, isto é que é importante: tem de vir aqui e
colocar as suas visões.
(Manifestação anti-regimental do Ver. Paulo Odone.)
O SR.
PROFESSOR GARCIA: Não, Ver. Paulo Odone. Foi em alto nível a questão
do Plano Plurianual, da Lei de Diretrizes Orçamentárias. Por exemplo: chegou em
dezembro, foi dito que havia 140 milhões, e nós perguntamos para o Secretário
Tatsch: “Secretário Tatsch, nesses 140 milhões, está incluída a dívida da CEEE
com a Prefeitura?”, ele respondeu: “Ah, está incluída”. Bom, aí, trouxe-nos
que, para este quadrimestre, o Município deve apenas 45 milhões. Perguntei:
“Está incluída a dívida da CEEE?” De forma clara: “Não”! Pronto! Ou seja: com
relação aos números que são dados, cada um dá a sua visão!
(Manifestação anti-regimental do Ver. Paulo Odone.)
O SR.
PROFESSOR GARCIA: Mas foi claro, Vereador; foi claro. É por isso que
a população tem de saber! É por isso que as pessoas têm de ter duas orelhas e
uma boca: para entender a questão da verdade.
O Sr. Carlos
Todeschini: V. Exª permite um aparte?
O SR.
PROFESSOR GARCIA: Eu não posso, Ver. Todeschini... Na realidade, o
que eu quero é provocar o debate. Eu gostaria de lhe dar aparte, mas V. Exª,
infelizmente, vai frear a dinâmica da Casa.
Nós estamos discutindo, por exemplo, qual é a
proposta que vai vir aqui para a Casa sobre a questão do Plano Diretor; nós
gostaríamos de saber, estou aguardando. O Ver. Comassetto inclusive nos traz
aqui o original, que é a Lei comentada do Plano Diretor. Nós temos de rever o
Plano Diretor - e a minha preocupação ainda é esta -, e espero que seja feita
de agosto a setembro. E, Ver. Claudio Sebenelo, V. Exª falou tanto em
procrastinar, mas vamos - e quero ter V. Exª como meu parceiro - assumir o
pacto perante a opinião pública de Porto Alegre de que queremos resolver isso
até dezembro.
(Manifestações do Plenário fora do microfone.
Inaudíveis.)
O SR.
PROFESSOR GARCIA: Que bom! Fico satisfeito que V. Exª queira isto:
concluir a revisão do Plano até dezembro, porque é isso que se quer. Ora, não
podemos ser fantasiosos, nós todos temos uma inteligência mínima.
(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)
O SR.
PROFESSOR GARCIA: Agora, o que na realidade...Olha, Vereador! Por
isso entendo que V. Exª deva ocupar a tribuna, para colocar o seu ponto de
vista. Não sei qual é a visão do PDT sobre o Plano Diretor de Porto Alegre. O
Partido Socialista Brasileiro está discutindo com a sociedade; está discutindo!
Nós gostaríamos de saber o que pensa, qual é a visão. Em cima disso que se faz
a riqueza. Então, quando colocam que se quer procrastinar, adiar - não! A
realidade é que nós queremos trazer a público os esclarecimentos necessários
para o bom entendimento da população atenta. O que a população quer saber, sim,
é de que forma vai ficar a Cidade. O Ver. Ibsen está trazendo uma contribuição
sobre as questões dos parques públicos, e nós vamos discuti-la, já que são
locais de lazer, recreação, entretenimento que as pessoas, as famílias, nos
finais de semana ou diariamente, usufruem. Então, a discussão da Cidade tem de
ser feita num todo, e não fragmentada.
Então, quando o Ver. Claudio Sebenelo diz que nos
acompanha, que até dezembro vai ser revisado o Plano Diretor, eu fico muito
satisfeito, porque o Partido do Vereador, o PSDB, tem três votos. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação nominal, solicitada por esta
Presidência, o Requerimento do Ver. Mario Fraga. (Pausa.)
O SR. IBSEN
PINHEIRO (Questão de Ordem): O Requerimento é claramente anti-regimental, Sr.
Presidente, se não há prejudicialidade, tem que apreciar todos os
Requerimentos.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): (Após a apuração nominal.) APROVADO por 18 votos SIM,
09 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em continuidade, a discussão do PR nº 077/05, de
autoria da Mesa Diretora. (Pausa.)
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB (Requerimento): Sr.
Presidente, V. Exª pode me dizer o texto do Requerimento que foi votado,
poderia repetir?
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): É matéria vencida, mas vou informar: que este
Projeto não tenha a sua discussão adiada, é extremamente claro. (Pausa.)
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, eu quero discutir.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Então discuta, agora eu quero chamar a atenção dos
Srs. Vereadores para que peçam no momento oportuno, ou seja, um segundo antes.
O Ver. João Antonio Dib já discutiu, V. Exª não poderá discutir.
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
discutir o PR nº 077/05, por cedência de tempo da Verª Maria Celeste.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu não
tinha a necessidade, neste momento, de estar nesta tribuna, até não tinha o
desejo, mas algumas coisas me assustam.
Eu sou um homem que se assusta com a pressa, não
consigo andar ligeiro. A minha mente funciona muito bem, mas, quando vejo
pressa, assusto-me. Realmente, assusto-me. É por isso que pedi para o
Presidente que tivesse a gentileza de repetir o que estava acontecendo, porque
são tantos Requerimentos, são tantos os minutos perdidos, que eu até me perdi,
já que não ando com tanta pressa.
Eu estou preocupado! Muito preocupado! Eu venho de
uma escola um pouco diferente, eu vivi a vida nesta Cidade, exerci todas as
funções nesta Cidade, participei da elaboração de todos os Planos Diretores e
não tinha visto as coisas dessa maneira. Eu realmente estou muito preocupado!
Essa pressa me assusta! Eu não gosto de me preocupar, eu não gosto de me
assustar; é muito difícil eu me assustar, mas eu estou assustado!
Estou na tribuna e não desejava
estar na tribuna; trouxeram-me à tribuna, porque não era possível dizer o que
estava acontecendo, mas, se todo o mundo fala ao mesmo tempo, se eu estou aqui
na tribuna dizendo que está tudo errado, estão todos ali conferenciando o quê?
Eu acho que o meu passado, nesta Casa, lá no Executivo, deveria fazer com que
os Vereadores me escutassem, mas há muita pressa, e a pressa me assusta! Muita
pressa! O que desejam? Examinar o Plano Diretor? Avaliar o Plano Diretor? Fazer
a revisão do Plano Diretor segundo a lei? Será que é isso? Se for isso,
parece-me que é algo do Executivo. Eu sempre vi assim. O primeiro Plano Diretor
foi mandado a esta Casa pelo Prefeito Leonel Brizola; o Prefeito Loureiro da
Silva, que havia iniciado os estudos efetivos do Plano Diretor na Cidade, na
década de 30, tornou-o efetivo em 1961. Vilela trocou em 1979, os anteriores
Prefeitos mandaram um e mais outro, em 1999, e, agora, a Câmara vai fazer um
Plano Diretor? Será que é isso?
A pressa me assusta, Sr. Presidente. Eu não estou
acostumado a dados com tanta pressa com assuntos tão sérios, como é a vida da
própria Cidade. Depois a gente ouve coisas que não gostaria de ouvir. Mas ouve.
Porque a pressa me assusta! E eu estou preocupado. Saúde e PAZ!.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para
discutir o PR nº 077/05.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, assistentes
do Canal 16, público presente, eu quero dizer que tenho plena concordância com
as palavras do Ver. João Dib, orador que me antecedeu nesta tribuna. Por que a
pressa? Por que a pressa, Ver. Nedel, do PP, do Partido do Ver. João Dib? Eu
gostaria de entender. Sabendo da importância e do que está em jogo no Plano
Diretor! Sabendo dos problemas que já estão postos! É um novo Governo, sim;
Governo liderado pelo Prefeito Fogaça, e ele muito bem sabe dos problemas que
está por enfrentar nessa matéria, sabe dos atropelos que estão acontecendo,
porque essa não é uma matéria natural, simples, elementar.
Eu quero fazer aqui um parêntese sobre a discussão
de algo que tem a ver com o Plano Diretor, que é o Programa Integrado
Socioambiental. Esse Programa recebeu investimento de cinco anos da melhor
técnica, dos melhores técnicos e, do trabalho que concebeu, aprovou e licenciou
todos os projetos ambientais, técnicos, e agora esse Programa passaria para a
fase executiva, que tem potencial de alto impacto ambiental, econômico e de
desenvolvimento para a cidade de Porto Alegre. No entanto, pela falta de
profissionalismo, pela falta de seriedade, pelo apressamento e pela leviandade,
sim, estão jogando esse Programa no lixo.
Pior do que isso, submetem-se - de forma
absolutamente submissa - aos interesses do BID, como se o BID fosse capaz de
orientar e ditar as políticas com toda autoridade para cima da Cidade; como se
o BID fosse quem pudesse mandar e decidir, fazer e desfazer as coisas na cidade
de Porto Alegre. É assim que está se tomando as decisões: de forma
despreparada, de forma apressada, de forma açodada! Não dá para entender por
quê. Não há nenhum açodamento, nenhuma pressão, pelo menos de nossa parte. Nós
deveríamos discutir com maturidade, com o aproveitamento de anos e anos e de
todos os recursos humanos, financeiros e materiais investidos até agora nesses
projetos.
E o que se faz? Simplesmente se desconhece, joga-se
fora o que está feito, Ver. Bernardino. Isso é dinheiro público que está sendo
desperdiçado! Foi dito para a população, na época da eleição, que o que estava
bom ia continuar, e a população votou pensando que aquilo que estava bom ia
continuar! E, realmente, outras coisas poderiam ser melhoradas, e a população
espera isso deste Governo.
No entanto o que se vê é exatamente o contrário. E
vêm aqui num açodamento, numa pressa, sem sequer saber do Governo - o Governo
não tem definição. Nós sabemos de tudo o que acontece na Bancada situacionista,
há interesses para lá e para cá em torno da Relatoria, em torno da presidência,
em torno do lobby daqui, em torno do lobby dali, em que os pesados interesses
querem fazer o seu jogo. É isso que está colocado nesse apressamento, Ver. João
Dib. Quem quer discutir com seriedade aqui não está tendo espaço. E nós
queremos, sim, resgatar o nosso histórico de 16 anos na Frente Popular, com
nossos acertos, com nossas contribuições, com nossas experiências e também com
nossos erros, trazer aquilo de melhor que nós temos para contribuir com a
Cidade. Isso eu não estou vendo da Bancada do poder, da Bancada da situação, ao
contrário, há um jogo, um tensionamento de interesses que não estão revelados,
mas a gente sabe que eles existem, porque o que está presidindo as ações e a
pressa não é o cuidar da Cidade, mas sim esses interesses que nós não sabemos
quais são.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE(Elói Guimarães): A Verª Margarete Moraes está com a palavra para
discutir o PR nº 077/05.
A SRA.
MARGARETE MORAES: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, na verdade, como muito bem foi colocado aqui pela
Bancada da oposição, nós achamos que infelizmente ainda esta Casa não tem uma
Peça para analisar, não tem uma proposta de aperfeiçoamento do Plano Diretor
nesta Casa em nome do Executivo. O que havia no Governo passado era a
estratégia da qualificação ambiental e das Áreas de Interesse Cultural. Mas
esta Casa tem a obrigação de examinar o Plano Diretor com todas as sete
estratégias, e nós queremos saber o que este Governo pensa, para podermos
dialogar, para que possamos discutir.
Na condição de Secretária da Cultura, participei do
estudo e da função de realizar uma das estratégias que estabelecia regimes
específicos para as Áreas de Interesse Cultural. Como a Secretaria Municipal da
Cultura, através do seu órgão, como a equipe do Patrimônio Histórico Artístico
Cultural se sentia muito pequena para deliberar sobre uma questão tão
importante para a Cidade, ou seja, de selecionar bens, ambiências, sítios,
espaços que fossem elevados à categoria de patrimônio. Então, nós fizemos um
convênio com a Faculdade de Arquitetura Ritter dos Reis, Uniritter, que
estabeleceu um estudo em cima de critérios internacionalmente constituídos.
Esses critérios também constam na Constituição Federal, na Carta de Veneza, em
manifestações da UNESCO, na Agenda 21 da Cultura, que foi estabelecida em
Barcelona. A partir desses critérios, eles se permitiram selecionar bens,
imóveis, ambiências para serem elevados a esse patamar de patrimônio, e, a
partir daí, é uma responsabilidade do Poder Municipal, do Poder Estadual e do
Poder Federal.
Esse estudo estabeleceu que a Cidade deveria ser
preservada em alguns nichos, divididos em quatro áreas principais: área do
Centro - eu creio que, em relação ao centro histórico, não há polêmica acerca
da necessidade da sua preservação -; área da orla do Guaíba, que deve ser
preservada, sim, inclusive o estudo propõe e oferece a possibilidade da
construção de condomínios horizontais; o interior da malha urbana, quais sejam
alguns bairros da nossa Cidade que têm características específicas, como é o
caso do Petrópolis, do Moinhos de Vento, Menino Deus, que merecem preservação;
e também faz parte desse estudo a área rururbana, que já estava preservada no
Plano anterior.
Esse estudo, Ver. Ervino, se formou em cima de
valores. Os valores culturais fazem referência às práticas culturais, espaços,
eventos em que as pessoas, Ver. Paulo Odone, se reconhecem e se referenciam - e
aí eu posso citar o Brique da Redenção, que é uma prática cultural; a Procissão
do Morro da Cruz; a Festa dos Navegantes; a Festa da Rua do Povo Judaico -,
independendo dos Governos, são eventos que a população coloca na sua agenda e
são importantes porque são demarcadores de uma identidade.
Os valores morfológicos são os valores estéticos,
os valores de estilo - é o caso do conjunto habitacional do IAPI; da Praça de
Belém Velho, tão bonita e já tão deteriorada no seu entorno; da Igreja das
Dores; da Praça da Alfândega -, que não podem ser concebidos em termos de
patrimônio público do ponto de vista isolado, porque ficam abafados, ficam sem
ar. A Igreja das Dores já é tombada e todo o seu entorno deve ser preservado e
deve ter um regime urbanístico específico; para que as pessoas possam
construir, demolir, reformar, eles devem ser orientados pela equipe de
Patrimônio da Secretaria Municipal da Cultura.
Os demais valores são ambientais e funcionais,
sobre os quais posso falar em outro dia. Mas eu quero manifestar uma
preocupação muito grande, pois a Secretaria do Planejamento Municipal está
reunindo os seus técnicos hoje sem a participação da Secretaria Municipal da
Cultura, da EPAHC, e já há estudos que desconsideram todo esse acúmulo,
desconsideram o diálogo que foi estabelecido com a Cidade, desconsideram os
acadêmicos, os professores. A preservação não é um olhar para o passado, um olhar
com poeira, um olhar com bolor; é um olhar para o futuro, porque nós vamos
estabelecer aquilo que vai ficar para as próximas gerações, nós queremos que as
próximas gerações tenham orgulho dos seus políticos.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para
discutir o PR nº 077/05, por cedência de tempo do Ver. Aldacir Oliboni.
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; prezados colegas, Vereadores e
Vereadoras, prezado público que nos assiste, creio que nós estamos, com esta
discussão, cumprindo talvez uma pauta. Mas quero dizer novamente aos nobres
colegas que vai ser um equívoco desta Casa aprovar uma Comissão Especial sem
saber o que vamos discutir.
O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e
Ambiental foi aprovado em 1999, eu acompanhei os passos da sua construção e,
agora, tenho o prazer, como Vereador, de poder discutir. Quero dizer que não é
prerrogativa dos Vereadores apresentarem proposta de reformulação do Plano
Diretor. Isso é uma prerrogativa do Executivo Municipal, e até o momento, Verª
Clênia Maranhão, Ver. Paulo Odone, nós não recebemos nenhuma proposta do
Executivo Municipal. É legítimo e correto que esta Casa receba a proposta do
Executivo Municipal, porque este Plano é a vida da Cidade. Ou será que nós
vamos querer, ou cada Vereador individualmente, assumir o papel do Executivo,
para querer dialogar e fazer projetos substituindo o Executivo? Isso não está
certo.
Nós queremos saber o que o Executivo pensa sobre as
estratégias, eu quero saber o que o Executivo pensa sobre a estruturação
urbana, sobre o modelo espacial, sobre o rururbano, quero saber o que pensa o
Executivo sobre a mobilidade urbana... Nós vamos trabalhar o sistema integrado
de transporte coletivo, Ver. Mario Fraga, Vice-Líder? Qual é a proposta do
Executivo? Nenhum de nós aqui sabe!
Portanto, essa prerrogativa é do Executivo. E,
vejam só, como oposição, eu estou aqui fazendo o papel de situação, é incrível
isso! E a situação, que deveria ter a responsabilidade de trazer esse Projeto
do Executivo, está mudando as regras do jogo. É a primeira vez que vejo, na
história de uma Câmara de Vereadores, uma base que é maioria inverter o papel,
querer assumir o papel do Executivo e deixar para a oposição, que é minoria,
perguntar ao Executivo qual é a sua proposta, porque a proposta não veio para
esta Casa.
Diante disso, qual é a proposta da qualificação
ambiental? Havia um projeto do Executivo anterior que mandou para cá a revisão
das Áreas de Interesse Cultural, e o atual Governo retirou. Portanto, neste
momento, não existe uma linha do Executivo aqui, e nós entendemos isso, estamos
acenando, Ver. Claudio Sebenelo, para que o Executivo nos mande a proposição.
Em função da proposição, o que nós vamos discutir? Que tamanho vai ter essa
Comissão? Bom, com uma Comissão de 23 sobre 36, Sr. Presidente... Será que não
é melhor trabalharmos no plenário com os 36? Não sei, depende do tamanho da
proposta que venha do Executivo para analisar. Se vier somente as Áreas de
Interesse Cultural, creio que a Comissão não precisará ter mais do que três ou
quatro; agora, se vierem todos os itens, talvez essa Comissão tenha que criar
cinco, seis ou sete subcomissões.
Vou
utilizar aqui um ditado popular: esta Casa está colocando “a carreta na frente
dos bois”. E essa não é uma prerrogativa da oposição, essa é uma prerrogativa
para a situação, de estar aqui defendendo o Governo, de apresentar o Projeto do
Governo, o Projeto de avaliação do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e
Ambiental. Esse Plano foi construído por nós, sim, e aprovado em 1999. E quero
dizer aos Vereadores que aqui estão: quando foi aprovado esse Plano aqui na
Casa, a situação, que era a Frente Popular, tinha minoria; a maioria, Sebenelo,
da qual V. Exª reclamou aqui antes, é a mesma maioria que está aí hoje, que é
situação. Portanto, aprovou-se esse Plano Diretor com o apoio da maioria, que
era oposição na época. Nenhum problema quanto a isso! Nenhum problema quanto a
isso! Ele não é um Projeto do Partido A ou do Partido B.
É um Projeto da Cidade, e nós temos que avaliar a
respeito da visão administrativa, da visão política do atual Executivo
Municipal. O atual Executivo Municipal não nos disse se é a favor da área
rururbana. O atual Executivo Municipal não nos disse se é a favor desse sistema
de mobilidade. Para concluir, Sr. Presidente, o atual Executivo Municipal não
nos disse qual é a sua proposta do sistema de gestão. Bom, se é nossa
prerrogativa apresentar isso, até vou apresentar, mas é um equívoco desta Casa.
Quero alertar a base governista, que é maioria nesta Casa: estão cometendo um
equívoco administrativo, político, neste momento. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para
discutir o PR nº 077/05.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; nobres Pares, eu também discuto
assustada a Comissão, assim como está assustado o Ver. João Antonio Dib.
Talvez, por ser um pouco ingênua, estava constituindo algumas convicções... Eu
imaginava que este Governo teria interesse de fazer um debate bom, plural e
progressista sobre o Plano Diretor desta Cidade. Mas, pelo que estamos
enxergando e pelas notícias que temos, talvez seja melhor não rediscutir o Plano,
deixá-lo como está, porque, se ele está ruim, ele poderá ficar muito pior. E
por que eu digo isso? Quais são os indícios disso?
O primeiro indício foi o afastamento dos técnicos
que estavam fazendo o estudo de monitoramento das alturas e afastamentos, Verª
Maristela Meneghetti. Quatro técnicos competentes da Secretaria do Planejamento
avaliaram quatro bairros, verificando a repercussão da aplicação do Plano
Diretor, votado, sim, por esta Casa. E essa avaliação foi engavetada, os
técnicos foram afastados, e o que se ouviu é que essa não é a prioridade da
Secretaria.
Quanto à reavaliação do Projeto das Áreas de
Interesse Cultural - que deveria permanecer nesta Casa, porque veio carregado
de legitimidade social, passou pela discussão da Conferência sobre o Plano
Diretor, uma Conferência Municipal -, o Prefeito Fogaça o retira desta Casa,
faz um diálogo com a Cidade, considerando o máximo de democracia a realização
de uma reunião, na qual houve o contraditório, e coloca a reavaliação das Áreas
de Interesse Cultural apenas na mão da Secretaria do Planejamento. E as
notícias que nós temos é que as oitenta áreas existentes serão reduzidas para
quarenta e poucas áreas, para serem protegidas, ou melhor organizadas, para que
se mantenha a característica, a história da nossa Cidade. A orla do Guaíba,
Verª Margarete Moraes, como bem disse V. Exª, é um patrimônio nosso, cuja
paisagem não pode ser obstruída, e parece que sai, pela avaliação deste
Governo, do Projeto das Áreas de Interesse Cultural.
Se considerarmos os novos pareceres que revisam
pareceres cautelosos do Compac, do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e
Cultural; se considerarmos a postura do Prefeito Fogaça, que não atende ao
princípio da precaução, que assume a versão de que é ilegal o Decreto do Prefeito
João Verle - que cria uma proteção para as Áreas de Interesse Cultural,
enquanto não se normatiza, na forma da lei -, ao considerar isso ilegal, o
Prefeito Fogaça nos assusta, porque, enquanto essa discussão e esse Projeto não
vêm para cá, medidas vão sendo tomadas que descaracterizarão a nossa Cidade,
causando danos irreversíveis, porque, depois de destruído um patrimônio, não há
como reconstruí-lo; depois de colocado um espigão no lugar de uma casa
histórica, não há como recuperá-la.
Então, essa aceleração da discussão me assusta;
assusto-me quando a postura do conjunto das Bancadas da base de apoio do
Governo não negocia, não acena com espaço para Frente Popular na Relatoria;
assusto-me quando as comissões regionais do Plano Diretor não estão sendo
ativadas, estão esvaziadas. O Conselho do Plano Diretor está esvaziado, ou
seja, não há intenção deste Governo de respeitar o que foi construído pela
cidadania desta Cidade, de respeitar a gestão democrática para fins de
atualização do Plano Diretor. E isso é muito complicado, porque um monólogo,
uma visão apenas, Vereador-Presidente, trará, certamente, prejuízos. Aí é
preferível deixar o Plano como está.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para
discutir o PR nº 077/05.
O SR.
PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, quero fazer uma saudação ao Deputado Reginaldo Pujol, que aqui
está. (Palmas.) Quando Vereador, o Deputado Reginaldo Pujol, na última
Comissão, foi o Relator-Geral do Plano Diretor. Vossa Excelência, Deputado
Pujol, tem uma grande habilidade que hoje aqui está fazendo falta, quero lhe
confessar, que é a questão do diálogo, da harmonia e do bom entendimento. Por
isso tenho certeza de que a Assembléia Legislativa está bem representada.
Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, esta
discussão que nós passamos fazendo, durante a tarde inteira, aqui na Casa,
trouxe muitas elucidações. Mostrou que, primeiramente, não temos ainda um
definidor relativo à questão do número de participantes: se vão ser 23 ou 12
integrantes. Volto a dizer que a única certeza que este Vereador tem é de que
todas as Bancadas estarão contempladas, e isso é muito salutar para o processo
democrático: de 23 ou de 12 é uma questão posta para a discussão.
Outra
questão também que ficou clara é que não existe, neste momento, nenhum Projeto
de discussão do Plano Diretor a ser votado. Agora, algumas coisas ficaram
postas aqui, na tarde de hoje. Por exemplo, o Ver. Claudio Sebenelo foi
signatário conosco: até dezembro a Casa deverá votar essa revisão do Plano
Diretor, bem como a totalidade dos Projetos a serem apresentados neste ano.
Isso é muito bom, porque se falou tanto em procrastinar nesta tarde, que, tão
logo seja nomeada a Comissão, sejam empossados os membros, seja escolhido o
Presidente, o Vice-Presidente, Relator e Relatores, poderemos definir uma
metodologia que, pelo menos, possa dialogar com a sociedade sob diferentes
faces. Isso é importante para esse processo, porque muitas vezes, quando se
fala em Plano Diretor, as pessoas logo se lembram da questão do regime
urbanístico de altura de prédios. Mas, por exemplo, nós temos que discutir a
questão do sistema viário de Porto Alegre, que é uma questão que vai ser muito
difundida e discutida aqui. A questão das Áreas de Interesse Especiais, a
questão da orla do Guaíba, a questão das ilhas, ou seja, o Plano Diretor é
muito rico.
O
Ver. Ervino Besson, nesta tarde, não teve oportunidade de ocupar a tribuna,
mas, numa de suas rápidas intervenções, disse que esse talvez fosse o Projeto
mais importante a ser votado nesta Legislatura. Lastimo, Vereador, que V. Exª
não tenha ocupado a tribuna para discorrer em cima disso, para dizer o porquê,
na sua visão, de esse Projeto ser o mais importante. Quer dizer, isso é a
riqueza de ocupar o espaço, de se apropriar do espaço e poder, sim, dizer o que
queremos e o porquê disso.
Ora, estamos encerrando o processo, nesta tarde, de
discussão do Projeto da criação da Comissão do Plano Diretor, tão logo
terminemos a discussão, na próxima segunda-feira, vamos votar. Tenho certeza de
que a votação também vai ser de muito debate, de muito diálogo, porque há a
primeira situação posta na segunda-feira: será de 23 ou de 12? E, a partir
dessa definição, de 23 ou de 12, poderemos começar a dialogar para vermos de
que forma será montada essa Comissão, quem será o Presidente, quem será o
Vice-Presidente, quem serão os Relatores, quem será o Relator-Geral, o
sistematizador de todos os Projetos apresentados.
Então, Sr. Presidente, para finalizar, eu só quero
dizer que esta tarde, embora muitos tenham entendido que houve procrastinação,
foi um momento muito rico, no qual pudemos discutir, e várias visões
apareceram. E volto a dizer: lastimo que muitos que farão parte, inclusive, da
Comissão não tenham tido pelo menos a intencionalidade de vir aqui discutir e
dizer de público o que pensam e o que querem sobre esse Plano. Muito obrigado,
Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra
para discutir o PR nº 077/05.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, primeiro, eu gostaria de dizer que, se nós somos
em 36 Vereadores e há a proposta de uma Comissão com 23 integrantes, parece-me
que seria melhor manter os 36 ou uma Comissão menor, para ter mais
objetividade, mais produtividade. Eu acabei de tomar conhecimento, agora há
pouco, pelo próprio Ver. João Antonio Dib, de que ele não faz parte da Comissão.
O Ver. João Antonio Dib me confirmou que não faz parte do grupo dos 23 e, nesse
sentido, Sr. Presidente, parece-me que a Casa atropela um pouquinho. Era isso,
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Está encerrada a discussão do PR nº 077/05.
Queremos
saudar a presença do ex-Vereador Reginaldo Pujol, hoje brilhante Deputado
Estadual, que visita a Casa.
Está esgotada a Ordem do Dia, queremos agradecer
aos Srs. Vereadores, às Sras Vereadoras e às pessoas que acompanharam
esta Sessão. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 20h16min.)
* * * * *